
O filme é dividido em duas partes, cada parte para cada irmã, ou para um planeta, ou para um tipo de melancolia. Na primeira parte, Justine está indo para sua festa de casamento com Michael (Alexander Skargaard), na enorme casa de campo de sua irmã e seu milionário cunhado John (Kiefer Sutherland, ótimo). Tudo parece perfeito, até que o atraso do casal em chegar à festa revela um certo receio da família em relação ao comportamento de Justine. Logo saberemos que ela finge deprimentemente a felicidade da cerimônia. Seu chefe (Stellan Skargaad), seu pai (John Hurt) e sua mãe (Charlotte Rampling) não ajudam em deixá-la melhor, revelando algum motivo de sua infelicidade. Nada acaba bem neste ato, que mais parecido com os conceitos cinematográficos do diretor durante o manifesto Dogma de 1995 recebeu as principais críticas negativas da impresnsa. Eu gostei de acompanhar essa tragédia de família, onde a câmera parece boba em meio aos convidados, sendo alguns muito caricatos, pois me transmitiu a inquietação de Justine.
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melancólica ao extremo |
O segundo ato começa com Justine no limite de suas capacidades, e Claire deve administrar a irmã, o marido, o filho, e um possível apocalipse. Muito diferente do primeiro ato, aqui não acompanhamos costumes familiares, e sim um tenso suspense sobre o que pode vir a acontecer: um assassinato? um tapa? a colisão do planeta? É um ato mais interno, com menos tramas, mas sem dúvida cinematograficamente mais rico, onde as coisas acontecem com leveza e sem necessidade de explicações. Mal comparando, me lembrou mais filmes apocaliptícos de Hollywood como "Independence Day", "2012" e até mesmo "Transformers", o que para mim pode soar apelativo. Foge um pouco as regras do diretor, mas demonstra seu talento em outra seara.

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à espera do fim |