sábado, 29 de outubro de 2011

BATMAN, o multimídia!


Não há nenhuma novidade em afirmar que Batman intriga e inspira a muitos leitores de HQs. Entretanto, desde a sua criação em 1939, em uma parceria de Bob Kane e Bill Finger, o personagem estendeu sua capa e capuz por quase todas as mídias existentes. Filmes, desenhos, videogames, em tudo podemos encontrar uma incursão do homem-morcego.

A nova safra de filmes, sob a batuta de Chris Nolan, trouxeram uma leitura mais "realista" para o herói, tendo a coragem de abordá-lo com uma visão mais adulta, com seus fantasmas e sua dualidade claramente definida na tela. A pergunta fica evidente: estamos diante de um milionário que brinca de vigilante ou um vigilante que se disfarça de playboy? Além disso, a galeria de vilões do detetive foi melhor explorada, trazendo um Espantalho (que remete aos pesadelos do passado de Bruce) e um Coringa insano (mas consciente de que ele e Batman são os dois lados de uma mesma moeda). A transformação de Harvey "Duas-Caras" Dent traz, novamente, a dualidade à tona. "Ou você morre como herói, ou vive o bastante para se tornar um vilão".

Nos games, na esteira de Arkham Asylum, acaba de ser lançado Arkham City. É o tipo de jogo que dá gosto de jogar. Como Heavy Rain, Uncharted e God of War (entre outros), uma equipe criativa, preocupada em, antes de mais nada, contar uma boa história, se envolve no projeto, criando algo digno do capuz com orelhas de morcego. Ainda não terminei o jogo, mas é uma experiência fantástica. Tudo que o primeiro já tinha de bom foi amplificado. Diversão garantida (e possibilidade de jogar com a Mulher-Gato).

Também lançada recentemente, temos a animação Batman: Ano Um, elogiadíssima. Baseada em uma das mais célebres HQs do homem-morcego, é o conto com uma visão revolucionária de Frank Miller sobre a origem de Batman. Vale a pena conferir.

E tudo isso só faz aumentar a expectativa para THE DARK KNIGHT RISES, parte final da trilogia de Nolan. Desta vez, Mulher-Gato e Bane cruzam o caminho do herói. O diretor e sua equipe parecem entender bem a importância de Gotham City, como berço propício para o surgimento de tantos personagens extraordinários e incomuns. Espero muito desse filme. O teaser cumpriu o seu dever: fui fisgado!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Direto da Telona: CONTÁGIO


DIA 2.

É assim que começa o filme CONTÁGIO (Contagion - EUA, 2011). Seguem-se alguns minutos de puro cinema: sem fazer uso de diálogos, somente com belos enquadramentos e uma longa sequência de imagens, tomamos contato com a evolução de uma doença, evidenciando aqui a forma como esta se propaga. Uma verdadeira aula para alguns diretores/roteiristas que acham que precisam "mastigar" cada aspecto da película, esquecendo-se de que cinema é imagem.

O roteiro de Scott Z. Burns nos apresenta o avanço de uma epidemia que toma amplitude global. Sim, mais um filme que enfoca catástrofes, mas diferentemente da maioria dos filmes, busca elucidar a reação das pessoas ante o possível "fim dos tempos". Em close-ups muito espirituosos e bem sacados (como a utilização de um retrovisor para mostrar os olhos de determinado personagem frente a uma multidão enfurecida/desesperada) são captadas as emoções, levando-nos a uma experiência extremamente real, algo ressaltado pelo caratér documental de alguns momentos e pela fotografia quente, passando uma sensação abafada e desagradável.

O diretor Steven Soderbergh, aliado a uma ótima montagem (Stephen Mirrione) e uma bela trilha sonora (Cliff Martinez), cria um ritmo de urgência, conseguindo unir bem todas as linhas narrativas, muito bem representadas por um elenco de primeira (Matt Damon, Marion Coitllard, Lawrence Fishburne, Kate Winslet, entre outros). Não são necessárias muitas explicações sobre as vidas de cada um, mas sim o que os une nesse momento. Novamente, sem necessitar de muitos diálogos, o uso de imagens transporta para a telona quem são cada um dos personagens.

CONTÁGIO também traz à tona algumas discussões interessantes, como o uso da internet como fonte disseminadora de informação e a ética envolvida nisso. Ética também é lembrada quando se faz necessário decidir o momento certo de divulgar informações para a população. Enfim, vemos mais uma vez como as situações podem modificar as pessoas. E aí, as emoções começam efetivamente a aflorar.