Hollywood percebeu há alguns anos que franquias são ótimas para fazer dinheiro. Os anos 80 aparecem como um acidente nessa história toda, porque Star Wars, De Volta para o Futuro e Indiana Jones não foram propriamente concebidos para terem continuações. Não é o caso da cinessérie Transformers. Quando a Disney pediu ao produtor Jerry Bruckheimer que transformasse a atração "Piratas do Caribe" de seu parque numa franquia cinematográfica (milionária de preferência), ficou claro pra todos que idéias absurdas poderiam resultar em filmes aclamados pela crítica e público. De fato o conceito deu certo com o primeiro Transformers, filme baseado em absurdos brinquedos dos anos 80, produzido pelo invejoso Steven Spielberg, e dirigido pelo piromaníaco Michael Bay.
Mas aí veio o segundo filme, e ficou claro que não havia sido planejado nenhuma linha narrativa para filmes posteriores, e que estavam contando apenas com o sucesso do conceito e dos efeitos visuais. Eu pessoalmente gosto de Transformers: A Vingança dos Derrotados, porque entre outras qualidades, tem roteiristas talentosos que adoram brincar com as coincidências em suas tramas (e escreveram o novo Star Trek), e porque até chegamos a nos importar um pouco com os personagens. Nada disso acontece neste terceiro Transformers: O Lado Oculto da Lua.
Este filme começa nos contando que o governo americano correu contra o tempo pra mandar um homem pra lua porque sabia que lá havia algo, no caso um Autobot importante que sumiu durante a guerra de seu planeta. Sam Witwicki (Shia Labeouf mais despirocado que nunca) é o primeiro a perceber que há um plano maior dos Decepticons quando o mundo é invadido por uma horda deles, mas não convence como herói já que o roteiro faz questão de deixar claro que, mesmo formado numa faculdade cara, namorando a segunda gata consecutiva (agora loura), e sendo amigo de robôs alienígenas, ele continua um perdedor sustentado pela namorada super modelo (agora ela não entende nada de motores). A história não melhora com Patrick Dempsey (Grey's Anatomy) vivendo um vilão humano que acha que traindo sua própria raça terá regalias após a invasão alienígena.
Os novos e perdidos personagens |
Alardeado de que este novo filme iria recuperar o prestígio da franquia baseado numa idéia de Spielberg, a único coisa que a imprensa falava era da briga entre a atriz protagonista Megan Fox e o diretor (nazista, segundo ela). No final das contas ela foi demitida, o que sem dúvida foi a grande tragédia do filme. O que dá pra entender é que toda a idéia de conspiração governamental pra corrida espacial do homem à lua se perdeu na desastrada explicação da nova personagem feminina. Fica difícil, após dois filmes com Megan Fox (que até pode ter uma atuação medíocre, mas é linda e nos convence de que poderia existir na realidade) acreditarmos que a nova mocinha, a bela e vazia modelo Rosie Huntington-Whiteley é o grande amor da vida de Sam, principalmente porque não temos tempo pra gostarmos da personagem, que nem história própria tem. Na verdade fica difícil entender as ações de todos os personagens deste filme, pois todos parecem ou inocentes, ou loucos, ou à beira de um ataque de nervos, ou suicidas, nenhum deles passa verdade, inclusive o próprio Optimus Prime.
Se for pra culpar alguém, estes são o diretor e o roteirista, dois malucos que dão sorte uma vez ou outra, e só entendem da parte técnica do cinema, e nada da magia de contar histórias. O novo roteirista, Ehren Kruger, deu sorte de ter começado a carreira com o interessantíssimo O Suspeito da Rua Arlington, que no final das contas se provou ser bom mais por conta do elenco, mas mostrou que não serve pra muita coisa com seu desastroso Pânico 3. E o diretor Michael Bay conhecemos de todos os filmes com mega explosões, mas ele vem se revelando um cara cada vez mais militarizado, e com isso machista e homofóbico. Todos os símbolos estão lá.
O veredicto fica para a parte técnica mesmo, como deve ser. O filme rodado em 3D não é um Avatar, mas agrada bastante apesar de pouco inspirado em muitos momentos, e os efeitos visuais chegaram ao ápice da perfeição, ao ponto de não conseguirmos distinguir o que é CGI, animatronic, humano ou uma mistura disso tudo. Pra mim o filme pecou pelo excesso desses efeitos, pois me deu a impressão ao final da sessão que o filme tem muitas cenas caras desnecessariamente, já que não agregaram nada à confusa e irritante trama.
Eu gostava do desenho TRANSFORMERS qndo pequeno. A ideia de levá-los para o cinema me pareceu interessante... O primeiro filme é até divertido; O segundo, uma lástima (apesar dos bons roteiristas); O terceiro, não me dei ao trabalho de assistir. Houve até um dos trailers q me atraiu... Mas lembrei q estava diante de uma produção de Michael Bay, e que as explosões e a braulheira do filme não seriam suportáveis somente pelos efeitos especiais(q devem ser realmente bons!). Material para ser conferido em alguma "Sessão da Tarde", em um futuro não tão próximo...
ResponderExcluir