sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Aventura começa NEON e termina BLASÉ


Antevéspera de natal e a Liga de Poltrona se reuniu para assistir ao filme TRON: o Legado (2010) em 3D, na única sala IMAX de SP. O filme muito prometia, com seus belos trailers e promessas de efeitos visuais maneiríssimos, mas - como todo bom cinéfilo - sempre esperamos um pouco mais. Maldita expectativa!

O filme começa alguns anos depois do fim do primeiro. Flynn (Jeff Bridges) agora tem um filho, perdeu a esposa e enfrenta problemas na empresa, junto ao seu conselho. Acaba por desaparecer e, 20 anos depois, seu filho Sam (Garrett Hedlund) consegue adentrar A Grade, buscando por seu pai desaparecido.

As homenagens ao original estão presentes em todo o filme, seja através de cenas semelhantes às do primeiro, seja por meio de diálogos. Muitos personagens aparecem ou são mencionados e os veículos virtuais só passaram por um banho de modernidade, mas são, essencialmente, os mesmos. Os efeitos visuais, em especial os que geraram CLU, a imagem de Jeff Bridges mais novo, impressionam. A fotografia, detalhada e neon, no entanto se torna cansativa depois de algum tempo. O 3D não se justifica, sendo quase inócuo na maioria das cenas.

O roteiro é confuso, envolvendo um entra-e-sai de personagens que não são bem explicados e nem bem resolvidos. Algumas cenas são desnecessárias e alguns diálogos, risíveis. Outras cenas, de luta e perseguição, acabam ficando difíceis de acompanhar dada a grande quantidade de cortes. Talvez o fato de ter um diretor oriundo de comerciais tenha sido determinante para que a sensação ao final da projeção seja um pouco blasé. Eu, particularmente, gostei mais da corrida de Light Cycles do primeiro filme do que da deste.

Quando escrevi o primeiro post, sobre o primeiro filme, elogiei a originalidade que, curiosamente, falta a essa continuação. Por alguns momentos me peguei pensando se não assistia a Matrix: Reloaded, dada a semelhança de algumas situações. Existe até um Pseudo-Merovingian chamado Zuze no filme.

A trilha sonora é ótima, mas em alguns momentos soa um pouco exagerada (acho que mais por problemas com as cenas do que com a música em si). Exageros à parte no excesso de tempo de tela, é mais do que justa a homenagem feita ao Daft Punk. Os dois aparecem devidamente fardados com seus capacetes e controlando a festa.

Enfim, não é um dos melhores filmes do ano. Aliás, passa longe da lista dos dez ou vinte melhores. Pode funcionar para quem procura somente diversão nesse verão. Mas não espere mais do que isso. A odisséia iniciada no primeiro encontra final abrupto nesse segundo.


5 comentários:

  1. Como tinha visto apenas o Trailer, até que gostei do filme, uma boa diversão com uma boa trilha sonora, mas nada mais que isso. Na sala IMAX a diversão fica mais para o maravilhoso som do filme do que das próprias imagens. Se você quiser entrar no cinema e se deixar relaxar sem muito compromisso, Tron é o filme.

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  2. Senhores da Liga:
    Pra não dizer que discordo de todo o post, concordo com o ponto referente à diversão. Qual é o problema do filme não se preocupar com algo mais complexo? Qual o problema de poder relaxar e assistir a algo que se propõe a grandes efeitos visuais e belas cenas? Qual o problema de não explorar tão a fundo o tema que o filme se baseava?
    Sinto muito senhores. Não é por causa dessas coisas que um filme pode ser considerado ruim. Inclusive, acredito que o mérito do filme foi exatamente o de simplificar as coisas. E não tomar o mesmo rumo que os dois últimos filmes da trilogia de Matrix tomaram, sendo abandonados por muita gente que assistiu o primeiro.
    O post foi, no mínimo, maldoso. Não reflete a real essência do filme.
    Particularmente, acho que cumpre bem o que ele se propôs.
    Talvez ter assistido o primeiro não tenha sido uma boa idéia. Talvez tenha gerado, na "Liga da Poltrona", expectativas que não foram supridas.
    Quando o assunto é tecnologia e design sou meio suspeito pra falar. Mas,TRON Legacy foi pra mim uma verdadeira
    "orgia visual" (não pejorativo). Os grafismos reluzentes (neon) com fundo escuro são de extremo bom gosto. Sem falar que as cores utilizadas desde o primeiro filme - azul e laranja - são cores complementares, ou seja, cores opostas no círculo cromático, cores inversas uma da outra, bem e o mal.
    Outra coisa: vocês chegaram a ver no youtube o video do Daniel Simon - designer que redesenhou ad Lightcycles? É muito louco!
    E o eixo filosófico? Tudo bem, não é coisa nova. Mas trata da questão da perfeição. O que é perfeito ou imperfeito? E quem realmente pode classificar isso?
    Poxa! Vocês estão considerando essas coisas nesse post? Isso tudo é muito legal!
    Acho que do mesmo jeito que foi dito no post de TRON: Uma Odisséia Eletrônica, também é necessário assistir TRON Legacy com a mente aberta. Aberta para os dias de hoje.

    Obs.: Nem vou falar nada do "soundtrack". Amazing! Inclusive durante as cenas do filme.

    Abraços e boas festas!

    Ranal.

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  3. Achei o filme muito elegante, e até diferente! Achei a cena do jantar o oposto do que eu esperava, ela é arrastada, chata e não serve pra nada realmente significante. Não sei se foi proposital ou um acidente, mas até que a cena chamou minha atenção de uma boa maneira.
    No quesito design o filme ganha nota 10 nos cenários e no "clima" que o filme transmite, mas a utilização das cores fizeram eu, que já estava cansado, lutar contra o cochilo. Deveriam ter variado mais, como o primeiro filme fez. E realmente faltou mais cuidado com o uso do 3D, e concluo que filmes em 3D NÂO podem ter muitos cortes. Hollywood aprendeu com o oriente a gravar cenas de luta sem muitos cortes, mas ainda precisa aprender a editar cenas de ação em 3D.
    A história não me incomodou. Ela realmente não é original, não é muito interessante e é muito simples. Ou seja, honra o primeiro filme. No final das contas o que conta, e sempre contou nesta cinessérie é o design.
    O filme é divertido, mas detalhes técnicos me incomodaram menos nos "Transformers", que também é mais considerado pelo design que pelo apuro cinematográfico.
    Enfim, se "Tron" fosse um catálogo ou portfólio de design, efeitos visuais e afins seria mais que excelente, mas como é um filme....

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  4. Touché!
    Façamos o seguinte então: Vejam em 2D.
    Normalmente, grafismos e peças de design são melhores visualizadas em duas dimensões.
    Pelo menos eu tive essas impressão.
    Abraço.

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  5. Fiz questão de aasistir ao primeiro filme antes de assistir o segundo, a historia é uma maluquice só como no primeiro....muita viajem! Como ja disseram o apelo do filme são os efeitos visuais, que me impressionaram, quanto a musica excelente... Abraço!!

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