quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Um Sonho Crepuscular...
"Uma jovem falava com um homem lindo em uma campina ensolarada. Ele era um vampiro. Eles estavam apaixonados e ele dizia como era difícil evitar matá-la".
Foi com essa frase que Stephenie Meyer descreveu o sonho que teve em 2003 e que a levou a escrever a série de livros que virou fenômeno mundial: Crepúsculo. Nela ela narra a história da jovem, Bella Swan, e do homem lindo e vampiro na campina, Edward Cullen. Além de Crepúsculo, o primeiro da série, temos Lua Nova, Eclipse e Amanhecer.
Vampiros são seres lendários que fascinam geração após geração. Seu caratér imortal e sedutor nos atrai contrabalanceado apenas pela sua necessidade de sangue e pela impossibilidade de caminhar sob a luz do sol. É bem verdade que, de tempos em tempos, esses personagens são redescobertos e o momento que vivemos aponta exatamente para isso, com diversas séries de TV (True Blood, The Vampire Diaries) e livros "pipocando" a cada dia. Em muitas dessas releituras o que se vê são pequenas adaptações sobre a lenda, para favorecer o desenrolar de seus contos. E não foi diferente com Stephenie Meyer.
Em sua saga os vampiros caminham sob a luz solar, sem problemas. Aliás, eles brilham, como que se cobertos por pequenos diamantes, quando expostos ao sol. E nosso Edward, o vampiro sedutor, se vê seduzido e lutando contra seus instintos para não atacar o alvo do seu afeto. Li todos os quatro livros e, olhando a história de forma geral, gostei. Minhas ressalvas são quanto ao excesso de páginas gastas com ladainhas intermináveis da menina Bella. "Será que ele me ama? Será que a pele dele brilha se ele estiver na Lua? Como a unha do dedão da mão esquerda dele é bonita". Por vezes, a sensação é de estar lendo realmente um diário e, como todos sabemos, nossos dias não são repletos só de acontecimentos legais. Talvez se Meyer tivesse feito uma triagem um pouco mais criteriosa a sensação de enrolação não ficasse evidente. Algo que, na minha opinião, os filmes tem feito cada vez melhor.
Nas três produções que já foram para as telonas, vemos um esforço dos roteiristas em enxugar a história, criando uma dinâmica interessante. São mídias diferentes, eu sei, mas quem disse que um livro também não pode ser enxuto? O terceiro, Eclipse, é realmente muito bom. Tem seus "lenga-lengas" também, mas não incomodam tanto. É esse também o meu livro preferido da série.
A última parte da saga teve sua história dividida em duas produções. Quando ouvi a mesma notícia com relação a Harry Potter 7 confesso que aceitei rapidamente, pois via muitas situações para serem contadas em apenas um filme. Já com relação a Amanhecer penso diferente. Aliás, talvez isso possa estragar o trunfo que o cinema tinha sobre os livros e que citei acima: aparar o supérfluo.
Enfim, cumpre dizer que a autora começou a reescrever toda história, agora sob a visão de Edward, mas teve seu manuscrito ilegalmente publicado na rede, desistindo indefinidamente do projeto. Em sua página é possível ler sobre o incidente e mais, ter acesso ao manuscrito (em inglês) de Midnight Sun, o primeiro livro.
Em tempo, li também A Breve Segunda Vida de Bree Tanner, um complemento à Saga... e o considero o melhor de todos!
Como leitura leve, a saga funciona. Mas não exija demais. Leia sem compromisso e, quando as lamúrias de Bella te cansarem um pouco, coloque o livro na estante e vá dar uma volta. Apreciar o crepúsculo sentado em uma campina também pode ser interessante.
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