terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ficção Científica, energia na Terra e o filho do David Bowie

Os problemas energéticos da Terra estão aí a nos assombrar, mas já conhecemos uma solução limpa e barata: o Hélio 3. Raríssimo no nosso planeta, ele é abundante na Lua, e atualmente é a única coisa que compensaria um investimento para extração e transporte até aqui. 100 toneladas de Hélio 3 seriam suficientes para abastecer toda a Terra por 1 ano. Um tanque simples seria o suficiente para abastecer os EUA por 1 ano. Apesar de não-radioativo, poderia ser usado como combustível em futuras centrais elétricas nucleares, sem deixar resíduos. E por que já não estamos o extraindo da Lua? No momento é política.
Mas o que isso tem a ver com o filho de David Bowie?
Em 2009, Duncan Jones fez seu primeiro longa metragem, claro que na desconfiança de todos por ser filho de um ícone musical. Lunar (Moon) custou apenas 5 milhões de dólares, mas mostra uma competente exibição de talento cinematográfico. Sam Rockwell (o Justin Hammer de Homem de Ferro 2) como de costume se entrega e fica confortável na pele do astronauta Sam Bell, contratado pelas Indústrias Lunar Ltda; e sua tarefa é fazer manutenção nas coletoras de gás Hélio 3, e enviá-los para Terra. Seu contrato de 3 anos para fazer este trabalho solitário está acabando, ele tem somente a companhia do super computador cheio de emoticons GERTY (voz de Kevin Spacey) e os vídeos que a central envia de sua esposa, que vão ficando cada vez mais estranhos. Mas não espere um 2001 - uma odisséia no espaço, apesar das referências a este e outros filmes de ficção científica. Lunar vai ganhando vida própria.
A situação na Lua vai ficando estranha quando Sam começa a ver coisas. E é um grande momento de suspense. E então ele sofre um acidente num veículo a caminho de uma coletora, e acorda na enfermaria da base. Quem o levou para lá? O super computador com braços mecânicos? E por que ele está sendo impedido de sair da base? Quando ele finalmente consegue sair, vai direto até o veículo acidentado, entra nele, e tem uma estranha surpresa.

Não se trata de um filme sobrenatural. Duncan Jones, que criou a história, é obviamente um cara que gosta de ficção científica mais pé no chão, e gosta de valorizar a atuação de seus atores. Mas o que mais me chamou a atenção foi que o filme é repleto de (bons) efeitos visuais, mas é um filme intimista.
Infelizmente o filme foi ignorado pela Sony por onde passou, provavelmente por ter custado pouco, e ter se pagado rapidamente. Aqui foi lançado direto em DVD e blu-ray. Mas ganhou diversos prêmios, inclusive o de melhor diretor estreante no BAFTA, o Oscar britânico.



Jake precisa salvar o trem e a mocinha em 8 minutos.
O novo filme dele se chama Source Code , com Jake Gyllenhaal (Príncipe da Persia), Michelle Monaghan (Missão: Impossível 3) e Vera Farmiga (Os Infiltrados). E conta a história de um soldado que faz parte de um programa experimental do governo. Um dia ele acorda num corpo desconhecido, é forçado a viver e reviver os últimos 8 minutos de vida deste homem numa angustiante explosão de trem até que consiga encontrar o responsável pelo atentado.
Este filme estreia em abril nos EUA, mas parece que terá um tratamento melhor que Lunar teve, já que é produzido pela Summit Entertainment, que ganhou muita grana com a saga Crepúsculo, e está a fim de se tornar um dos maiores estúdios.

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