Continuando nossa retrospectiva cinematográfica 2010, percebemos o quanto ainda é triste que tenhamos que falar basicamente sobre filmes de língua inglesa. Tenhamos não, pois poderíamos usar este espaço pra falar apenas de filmes nacionais, mas ainda falta pra produção nacional maior variedade, e principalmente qualidade e ousadia. Então...
O mês de julho começou com O Último mestre do ar, que só chegou aqui dia 20 de agosto, decretando seu fracasso de crítica e público. O filme de M.Night Shyamalan baseado no desenho animado Avatar - a lenda de Aang da Nickelodeon é seu primeiro filme com roteiro adaptado, e só nos mostrou que ele deve continuar escrevendo suas idéias originais. O filme é até fiel ao desenho, e talvez aí esteja seu maior problema. O desenho já era perfeito, tinha alma e vida própria, e o filme não conseguiu imprimir isto e ficou oco. Mas vale ao menos pelos efeitos visuais das dobras dos elementos da natureza.
Na esteira do sucesso de Toy Story 3, o longa animado Meu malvado favorito da Illumination Entertainment, uma empresa nova fundada por um dos ex-presidentes da Fox Animation fez bonito nos cinemas lucrando no mundo todo 540 milhões de dólares. A história do vilão Gru que pouco a pouco vai se rendendo à paternidade foi um trabalho de animação terceirizado produzido por um estúdio francês. O filme desbancou o final da saga do ogro verde em Shrek para sempre, que deu uma grana boa, mas mostrou que estava mais que na hora de terminar. Em compensação a Illumination pretende aproveitar a boa maré da estréia pra lançar um filme sobre o coelhinho da páscoa virando roqueiro, e mais alguns projetos futuros.
Julho também foi o mês do outro filme do ano, este mais adulto. A Origem foi ovacionado onde quer que tenha sido exibido, virando febre na crítica, público e internet. Talvez por ser estrelado por um seguro e mais maduro Leonardo DiCaprio, ou por ser dirigido por Christopher Nolan, o cara que recuperou a estima do Batman nos cinemas ou por falar de um ladrão de idéias que mergulha no subconsciente das pessoas durante sonhos e precisa como última tarefa pra recuperar sua cidadania, plantar uma idéia. O filme fez 825 milhões de dólares no mundo todo, e deve ganhar algumas indicações ao Oscar 2011.
Julho também foi o mês do retorno de um filme solo dos Predadores, da tentativa da Disney de ter mais uma franquia com Nicolas Cage em Aprendiz de Feiticeiro e de Angelina Jolie virar uma James Bond de saias em Salt.
Agosto teve a estréia nos EUA de um dos melhores filmes do ano, mas que passou longe de algum sucesso comercial: Scott Pilgrim contra o mundo. A história de um garoto comum que precisa enfrentar os sete super ex-namorados do mal de uma garota faz várias referências a videogames, mundo teen e até Seinfeld com muito rock e efeitos visuais interessantes. Mas o filme só estreou no Brasil em novembro.
Outro belo filme, mas que foi menosprezado e até mal compreendido foi o retorno de Julia Roberts em Comer, Rezar, Amar, baseado no romance autobiográfico de Elizabeth Gilbert e dirigido por Ryan Murphy, criador do seriado sensação Glee. O filme só estreou no Brasil em outubro.
Também foi o mês do retorno de Sylvester Stallone ao topo das bilheterias em Os Mercenários, praticamente uma orgia de ação que homenageia o gênero que fez de seus protagonistas famosos. O filme vai ganhar uma continuação ainda mais bombada.
Setembro começou no Brasil com a barulhenta estréia de mais um filme sobre espiritismo. Baseado no livro referência desta religião supostamente psicografado em 1944 por Chico Xavier, Nosso Lar custou 20 milhões de Reais e levou mais de 4 milhões de pessoas aos cinemas.
Neste mês também estreou a animação A Lenda dos Guardiões do diretor de 300, Zack Snyder. E a oportuna continuação de Wall Street em O Dinheiro Nunca Dorme de Oliver Stone, com Shia Labeouf e Michal Douglas falando sobre a crise financeira que mexeu com todos em 2008.
Mas a grande estréia de setembro foi um filme que soube usar da melhor maneira os recursos do 3D, apesar da história fraca: Resident Evil 4 - Recomeço. O filme usou as mesmas câmeras de Avatar e surpreendeu a todos com uma experiência tridimensional única.
Falar sobre os filmes que marcaram o ano ficou mais longo que o esperado e dividimos em 3 posts pra cansar menos, sorte que isso só acontece 1 vez ao ano.
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