sexta-feira, 9 de maio de 2014
Para ler na Poltrona: HOMELAND - COMO TUDO COMEÇOU (A história de Carrie)
A série Homeland surgiu para suprir um espaço deixado vago pelo fim das aventuras de Jack Bauer e seus longos dias de investigações. Mais factual e menos explosiva, a série encontrou rapidamente o seu público e a crítica cobriu-a de elogios, culminando em diversos prêmios e reconhecimento geral. A série já teve três temporadas e caminha para sua quarta, a começar em outubro desse ano.
A construção de seus personagens, em especial de sua protagonista, é um dos pontos altos do seriado. Nos interessamos pela vida de Caroline Annie Mathison, ou simplesmente Carrie, agente da CIA que monitora em especial a região do Oriente Médio, atrás das ações do braço iraquiano da Al-Qaeda liderado por Abu Nazir, seu grande nêmesis. E agora, em 2014, a editora Intrínseca traz ao Brasil HOMELAND - COMO TUDO COMEÇOU - A HISTÓRIA DE CARRIE, do autor Andrew Kaplan, que nos conta um pouco mais sobre nossa heroína criada por Alex Gansa e Howard Gordon.
A oficial de operações escapa por pouco de uma armadilha enquanto em campanha em Beirute e, a partir desse incidente começa a desconfiar de tudo e de todos enquanto tem que lidar com a dica de um de seus contatos sobre um grande atentado que se aproxima. Além disso, Carrie lida com certos fatos de seu passado e com seu transtorno bipolar, que por vezes nubla seus pensamentos e sua capacidade de reconhecer padrões de comportamento, algo imprescindível para o seu trabalho.
Já ter assistido à primeira temporada acabou favorecendo a minha leitura, por facilitar o reconhecimento de personagens (chefes da CIA, bandidos procurados, etc.), mas também por tornar a descrição muito mais viva em minha mente. É curioso que, mesmo tendo a série resolvido de forma satisfatória as relações de Carrie com os demais personagens, torna-se divertido entender certas nuances e encontrar explicações para certos eventos, apesar de umas ou outras coisas soarem um pouco deslocadas ou simplesmente adicionadas aleatoriamente, depondo contra certos traços característicos da personagem.
A decisão de adicionar uma lista de personagens e um Glossário sobre os diversos grupos políticos árabes citados ao longo da história é acertada, mas estes poderiam ter sido colocados logo no início do livro e não no seu final. Pessoas que, como eu, não folham o livro inteiro antes de lê-lo podem demorar um pouco para encontrar esse material, de grande valia para se achar em meio a tantas etnias. Além disso, alguns pequenos erros de concordância me incomodaram um pouco ao longo da leitura, tornando algumas frases quase sem sentido.
No mais, um thriller leve e de rápida leitura, com ação quase que ininterrupta e com boas cenas de espionagem e descrições interessantes sobre o dia-a-dia dessas agências de segurança. Bom para ocupar uma tarde chuvosa ou uma noite insone e aguçar a curiosidade daqueles que ainda não conhecem a ótima série de TV.
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