quinta-feira, 17 de março de 2011

E a NOITE MAIS DENSA terminou...


Tudo começou após a Guerra da Tropa Sinestro. Após muita luta, os Guardiões informam a um Hal Jordan espantado sobre a profecia da Noite Mais Densa, já conhecida por eles há anos, mas mantida em segredo. De acordo com ela, às duas tropas já existentes se uniriam mais cinco, todas guiadas por outras cores/emoções do espectro. Desse encontro eclodiria a Guerra da Luz e o universo seria destruído. A chamada da série convocava o poder da Vontade (Lanternas Verdes) e do Medo (Tropa Sinestro) a se unir pois, por toda parte, os mortos se levantariam. Efetivamente é o que ocorre.

Uma Lanterna Negra é encontrada e, liderados por Mão Negra e Nekron, diversos personagens já mortos nas HQs da DC voltam a vida. Mas em uma versão nada amigável. E eles querem se alimentar de corações, simbolizando as emoções das pessoas.

Mais uma ótima história idealizada por Geoff Johns. Desde que este assumiu o controle criativo da DC, cada vez mais os roteiros da editora tem melhorado. Na minha opinião, a explicação para essa situação é simples. Johns soube trazer para o estrelato outros personagens que não a Trindade da DC (Super-Homem, Batman e Mulher-Maravilha). E isso fica claro ao longo de A Noite Mais Densa.

Lanterna Verde e Flash tem protagonismo total, acompanhados de perto por Elektron e Mera. Com o desenrolar tenso e frenético, era difícil esperar um mês pelo próximo número. Os oito números são ótimos, com arte de primeira do brasileiro Ivan Reis. Interessantes também as pequenas, mas esclarecedoras, histórias sobre o passado de alguns personagens importantes das demais tropas. Destaque especial para o Andarilho da Tropa Azul e toda a Tropa Índigo e sua língua initeligível. Larfleeze e seu egoísmo, como único Agente Laranja, renderam ótimas falas, hilárias.

Já estava me esquecendo dos vilões. Trazer o Mão Negra como "fagulha geradora" de todo o evento foi mais uma sacada brilhante. É um ótimo vilão e seu passado é um chute no estômago! Nekron também consegue assustar como o pastor dos Laternas Negros.

As histórias paralelas por vezes deixam a desejar. Eu sei que por trás do famoso "queremos envolver todo o universo DC" está o mais manjado ainda "queremos vender muitas HQs". Mas, apesar de muita enrolação, algumas linhas narrativas merecem ser lidas, em especial as que envolvem a linha do Lanterna Verde e sua Tropa. Aliás, esse é o melhor título da editora atualmente.


O final, bem satisfatório, trouxe de volta grandes personagens que já tinham abotoado o paletó de madeira. Sem falar no surgimento da Luz Branca, e suas implicações para o futuro da DC. Agora começa O Dia Mais Claro, próxima série a ser publicada por aqui. Espero que a excelência continue, pois com Aquaman e Arqueiro Verde de volta, a diversão é praticamente garantida. Afinal, eles foram ressuscitados... por uma razão!

terça-feira, 15 de março de 2011

E o Oscar vai para a..... Discórdia!

Os prêmios nas mãos dos produtores
Lobby é uma palavra em inglês que quer dizer corredor, mas por causa das investidas e pressões políticas que costumam acontecer há séculos nos corredores ou ante-salas de reuniões importantes, quem faz estas investidas ganhou o nome de Lobista (que não tem nada a ver com lobos). Os lobistas são legalmente protegidos nos EUA, considerados profissionais, já no Brasil o nome lembra corrupção.

E é falando de lobistas que começaremos a fazer um balanço sobre o Oscar 2011, porque foram eles quem deram para O Discurso do Rei (veja aqui o que achamos do filme) os disputados prêmios de melhor filme e melhor diretor. O prêmio de melhor ator para Colin Firth é, além de talvez o único prêmio merecido, algo que vai além do lobby, mas fica para nosso próximo post sobre o Oscar.
Os tais lobistas são os Irmãos Weinstein, antigos donos da Miramax (que foi vendida para a Disney) que abriram a The Weinstein Company, responsável pela distribuição do filme no território estadunidense, portanto seu representante na festa do Oscar. Os Weinstein já são conhecidos por esta manobra duvidosa no Oscar há anos, e quase sempre com sucesso.

O diretor Tom Hooper e seu (não) merecido Oscar
Desde o começo distribuidores de filmes independentes e estrangeiros, o grande destaque deles em Hollywood foi por terem comprado, bancado e distribuído Pulp Fiction, que recebeu algumas indicações ao Oscar, e talvez tenha sido a primeira vez que a Academia tenha realmente prestado atenção na produção independente. Aí eles aprenderam a fazer o tal lobby, e conseguiram tirar da obra-prima Fargo dos Coen o Oscar de melhor filme para dar ao (hoje) esquecível O Paciente Inglês em 1996. E em 1998 conseguiram o mesmo feito conquistando o prêmio máximo para Shakespeare Apaixonado, que concorria com O Resgate do Soldado A Vida É Bela (que também era distribuído pela Miramax dos Weinstein, e levou o surpreendente e estapafúrdio prêmio de melhor ator). Afinal alguém ainda se lembra de Shakespeare Apaixonado, a não ser pela Gwyneth Paltrow?


Elenco e produção sobem ao palco
Algumas das artimanhas dos Weinstein para aumentar o prestígio de O Discurso do Rei com os votantes da Academia, foi trazer o diretor, britânico, para passar um tempo em Los Angeles, e colocá-lo em todas as festas de figurões de Hollywood contando piadas e distribuindo sorrisos. Seu arquirrival nesta edição do Oscar seria David Fincher, diretor de A Rede Social (que você fica sabendo o que achamos aqui), considerado favorito até então por sua cinegrafia inebriante e única, e seu trabalho espetacular dirigindo um filme sobre uma geração inteira. Mas Fincher sempre foi um cara reservado, tanto que numa premiação onde Clube da Luta ganhou um prêmio por seus 10 anos, foi questionado por Mel Gibson "Você é o diretor do filme?". E Fincher se manteve ocupado durante toda esta temporada na pré-produção e filmagens da aguardada versão hollywoodiana do bestseller sueco Os Homens que Não Amavam as Mulheres (The Girl With The Dragon Tatoo).

Mas os métodos que os Weinstein e muitos outros usam sempre foram e serão questionados, e se a Academia não mudar (mais) as regras sobre o assédio a seus votantes, o prêmio que já não goza de muito prestígio há mais de uma década deve perder muito mais.

Este ano a Cerimônia do Oscar, apresentado por dois jovens atores em ascensão que não se deram muito bem na função, teve uma queda de mais de 9% na audiência (a emissora que a exibiu nos EUA diz que aumentou 13%) em relação ao ano passado. Será que não é porque geralmente ganha quem sabe vender o peixe melhor, e não aquele(s) que realmente merecia(m)?