Sempre ouvi falar muito bem da HQ 100 BALAS, mas lê-la nunca foi uma de minhas prioridades. Nos dias atuais somos brindados com uma quantidade tão grande de novidades na nona arte que fica difícil acompanhar a tudo. Infelizmente demorei para por as minhas mãos no gibi... não mais! Comprei semana passada o primeiro volume, reimpresso pela Panini aqui no Brasil. Esperava poder escrever algum parecer sobre a história, mas não aguentei: bastaram duas histórias, pouco mais de 100 páginas para me conquistar.
Roteirizada por Brian Azzarello, que já escreveu títulos de Batman Superman e Hellblazer, sendo elogiadíssimo por um HQ intitulado JOKER (fantástico!!!!), e com arte de Eduardo Risso, argentino de traço firme, não tão preciso, mas de uma beleza característica das obras noir, a série é uma aventura moderna que mistura os estilos noir e pulp, no melhor estilo Tarantino.
A premissa é tentar responder a seguinte pergunta: o que você faria se lhe fosse dada a oportunidade de se vingar de alguém que fez algo que mudou a sua vida completamente? Temos o Agente Graves, que oferece a alguém uma maleta com uma arma, balas que não podem ser identificadas e provas de quem é o culpado pela péssima situação em que a pessoa está. O que fazer é uma decisão do interlocutor.
Somos apresentados a personagens moralmente ambíguos e de virtudes questionáveis. Somos apresentados a um mundo cínico e corrompido, onde assassinatos e assaltos acontecem a todo instante e detetives e investigadores tentam driblar femmes fatales para descobrir o que ocorreu.
No primeiro arco temos uma mulher que acaba de sair da prisão e volta para um mundo onde não quer mais viver, sem seu marido e filho, mortos. Graves lhe mostra quem são os verdadeiros responsáveis pelas mortes. Agora a decisão e dela. A história é pesada e o vocabulário não é indicado para menores de 18 anos. Azzarello nos brinda com grandes diálogos, intensos e pesados, sendo proferidos de forma corriqueira por seus personagens. A estética ajuda na imersão. O segundo, que me apressou a escrever esse post, demonstra que há muito mais por trás das atitudes de Graves, o que me deixou mais curioso pelo que vem depois.
Ainda nas bancas, fica a dica para todos os leitores da LIGA. Só espero que a Panini possa oferecer pelo menos um volume por mês, para que a história continue evoluindo.