sexta-feira, 14 de março de 2014

Fábulas à solta no PS 3... mas será que precisava?


Fables (ou Fábulas aqui no Brasil) é uma das melhores HQs da atualidade. Inteligente, seu criador e roteirista até hoje (pelo menos do arco principal) Bill Willingham transporta personagens do imaginário infantil, como a Branca de Neve e o Lobo Mau, para o nosso mundo, onde estes vivem sem revelar a sua origem fantástica. Por conta disso, somente as fábulas semelhantes à figura humana podem andar livremente, sendo as demais levadas para a Fazenda, mais erma. E sim, antes que alguém fale alguma coisa, a HQ é bem anterior à série Once Upon A Time...

Isso dito, esse post não tem por objetivo falar dos quadrinhos, mas sim da incursão desse universo no mundo dos games com o jogo THE WOLF AMONG US, da Telltale Games, do ótimo THE WALKING DEAD - THE GAME. Com sua bela arte e construção cuidadosa dos ambientes da HQ, o jogo é divertido, mas não passa de mais um gibi jogável.



Bigby é um ótimo personagem
Na trama do primeiro episódio, intitulado Faith, temos um típico conto policial - no melhor estilo C.S.I. - com pessoas misteriosas, assassinatos e pistas a serem encontradas e relacionadas para resolver as intrigas. Jogamos no papel de Bigby - o Lobo Mau - xerife da administração das Fábulas na cidade, responsável por proteger a qualquer custo suas identidades reais. Interessante, mas algo corriqueiro nos primeiros números da HQ.

É uma jornada curta - pouco mais de duas horas - pontuada por boas cenas de ação e diversas escolhas, algo que também acontecia em TWD. Aqui temos uma direção de arte mais colorida e cartunesca por motivos óbvios, mas o que chama a atenção são as decisões que são menos impactantes do que em TWD. Dessa forma, o jogo perde força e em determinado momento nos vemos apenas seguindo em direção ao fim, sem sentirmos efetivamente o peso das decisões tomadas. E é exatamente isso que me fez questionar a necessidade do jogo nesse formato.

Os diálogos são espertos e descolados, como na HQ. São piadas discretas e jogos de palavras que tornam a experiência mais agradável.



Ótimas cenas de ação!
Por se situar um pouco antes dos eventos que iniciaram a história na HQ, o jogo tem um apelo com os que conhecem a série por trazer informações novas sobre alguns personagens e é claro que a Telltale explora com inteligência um universo tão rico quanto o das Fábulas, mas tudo muito menos impactante do que poderia ser.

É claro que é só o primeiro episódio e existem algumas exigências na hora de apresentar personagens que acabam tornando-o um pouco arrastado. Esperemos os demais para poder avaliar o pacote inteiro. Por enquanto ele surge como uma boa ideia e um bom desenvolvimento. Falta o impacto para que ela não chegue ao seu fim com o gostinho de "poderia ter ficado só no papel".



quinta-feira, 13 de março de 2014

TV: Vem aí Gotham!


Desde que foi anunciada pela Fox, a série de TV GOTHAM gerou um questionamento: conseguiria a Fox criar algo ao menos interessante e minimamente criativo com o fantástico universo do Homem-morcego? Essa semana, com a liberação da sinopse do projeto, podemos imaginar que, aparentemente, a abordagem é ambiciosa e interessante.


Gotham, desenhada por G. Capullo
Gotham City é o grande personagem do Batverso. Por quê? Porque é ela o fato gerador de todos os ótimos personagens, vilões ou heróis, que encontramos destruindo/patrulhando cada um de seus becos escuros ou imensos arranha-céus. E se engana quem pensa que foi o jovem Bruce Wayne o primeiro good guy da cidade. Muito antes dele encontramos James Gordon, que auxiliaria o cavaleiro das trevas anos depois, já como comissário de polícia.



Jim Gordon (por G. Capullo)

Pois bem, a sinopse deixa clara a ideia de colocar Gordon como o personagem central, aquele que, ainda como detetive, vai nos apresentar à cidade e a todas as suas particularidades. Mafiosos, crime organizado, políticos corruptos, todos contribuindo imensamente para a derrocada da cidade. E uma cidade assim, só poderia gerar mentes perturbadas...





Vilões insanos
Já estão confirmados Oswald Cobblepot e a jovem Selina Kyle, futuros super-vilões (o primeiro que quer voar e a segunda que brinca com sua bola de lã, rs), mas a sinopse surpreendeu por mencionar Duas Caras, Charada e até mesmo o palhaço do crime - Coringa! Além disso, teremos o jovem Bruce - protégé do detetive - e o fiel Alfred, envolvidos diretamente com a trama do episódio piloto em que Gordon investigará o assassinato de um certo casal Wayne... Sem falar na namorada do policial, Bárbara, que será a mãe da futura Batgirl, algo que provavelmente a série não chegará a abordar, mas é mais uma referência.

Impossível afirmar sem assistir a algum episódio, mas parece que essa série pode se tornar efetivamente algo legal para os fãs de quadrinhos e do Homem-morcego. E esperar e conferir! O logo no início do post é o oficial da série. Não sei vocês, mas eu curti!

Quem vigia Gotham?

terça-feira, 11 de março de 2014

DIRETO DA TELONA: Pompéia

Quando se fala da cidade de Pompéia, a cidade do Império Romano que foi destruída pela erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.C e cinema, imagine-se um filme grandioso, ainda mais atualmente com todos os recursos de efeitos especiais, porém, o filme de Paul W. S. Anderson, diretor de Resident Evil e o último Os Três Mosqueteiros é um filme fraco e tedioso.

O ruim desses filmes catástrofes é que todos sabemos o que acontece no final, mas quando o roteiro e o desenvolvimento do filme não ajudam a contar essa história conhecida por todos, os momentos no cinema que deveriam ser de diversão se tornam uma tortura!

Kiefer Sutherland - Jack Bauer do mal
A história de Pompéia (Pompeii - 2014) tem início alguns anos antes do fatídico dia, quando o jovem Milo vê toda sua família ser assassinada pelo exército romano comandado pelo general Corvus (Kiefer Sutherland) que está combatendo os Celtas que estão impedindo as rotas comerciais romanas. O jovem Milo então, único sobrevivente, acaba virando escravo e consequente gladiador, conhecido por "O Celta"!

O rapaz se torna imbatível nas arenas romanas e acaba indo disputar batalhas na cidade de Pompéia. No caminho, ele acaba se encontrando com Cassia (Emily Browning, de Desventuras em Série) e o flerte entre o escravo e a herdeira da realeza é inevitável. O que eles não contavam é que o agora Senador Corvus, que deseja se casar com a jovem Cassia, chega em Pompéia e tenta colocar um fim no suposto romance. Vendo no jovem Celta uma ameaça para seus planos, planeja sua morte na arena da cidade durante os jogos entre os gladiadores, na qual um deles, Atticus (Adewale Akinnuoye-Agbaje) está prestes a ganhar a liberdade, bastando vencer mais um combate!

Atticus e Milo - inimigos que viram amigos - clichê

Os dois porém, se tornam amigos, e apesar do desafio, acabam lutando do mesmo lado na batalha que será a última que a cidade de Pompéia verá, pois durante a luta, o Vesúvio entra em erupção.
Cassia e Milo - amor eternizado?

O chato do filme é que mesmo com toda a destruição em volta, ainda temos que aguentar uma luta sem sentindo entre Milo e Corvus e entre Atticus e Bellator (Currie Graham). As interpretações são demasiadamente caricatas e Kiefer Sutherland está irritantemente como Jack Bauer do mal.

Nem os efeitos especiais, que passam longe de serem incríveis, salvam esse filme que poderia contar a história de um dos maiores desastres naturais  de forma apropriada!

segunda-feira, 10 de março de 2014

Teatro: A Pior Banda do Mundo

A Cia. dos Outros retorna neste dia 10 de março para 6 apresentações nas segundas e terças às 20h no Teatro Sérgio Cardoso (Rua Rui Barbosa, 153) com seu espetáculo "A Pior Banda do Mundo", que esteve em cartaz em SP no final de 2012 e na programação de (re)inauguração do Centro Internacional de Teatro - Ecum em 2013.

Inspirado na HQ homônima do português José Carlos Fernandes, que mostra 32 histórias curtas de 2 páginas numa cidade sem nome que parece estar no Leste Europeu onde diversos personagens bizarros, inclusive a tal pior banda do mundo, vivem, a peça usa elementos de vários personagens apenas na tal banda. Ela é pior do mundo porque, sem o menor talento, ensaiam regularmente há 10 anos sem nunca mostrar o resultado ao público. A peça acompanha os dias que antecedem a primeira apresentação deles ao vivo, alternando os ensaios com sentimentos guardados por anos, e suas estranhas ocupações de arquivista, conferencista de pequenos objetos (de escritório!), um gerente de segurança de supermercado, um escoteiro cansado e uma ex-patinadora que fala uma língua que aparentemente poucos compreendem.

 Se a sinopse já não fosse suficientemente interessante, o espetáculo contou com a direção do saudoso João Otávio, que dirigiu este que vos escreve em "O Jardim das Cerejeiras" para a Cia. Vinte e Duas Desgraças e infelizmente não pôde presenciar fisicamente o sucesso de ambas as obras. A atriz Amanda Lyra (da série ", que interpreta brilhantemente a hilária e amargurada conferencista, também colaborou com nosso espetáculo com um treinamento View Points (presença física/sonora). Portanto, sim, este espetáculo é especial para mim.

Mas se João cuidou bem do trabalho dos atores, foi também pela concepção de Carolina Bianchi, talvez a bússola norteadora do espetáculo, que também co-dirigiu com João, cuidou da dramaturgia com a colaboração de todo o grupo, e também faz a ex-patinadora. Os atores realmente não sabem, a princípio, usar os instrumentos musicais, o que faz a banda realmente ser a pior do mundo. A encenação que agradavelmente abusa do absurdo, cheia de repetições, e velocidades diferentes, jamais enfraquece qualquer que seja a leitura que o público faça (alguém disse que critica os persistentes artistas que não vivem de sua arte e não estabelecem um diálogo com o público) da trama. Sugiro que a regra seja se divertir.

No elenco não menos que sensacional em figurinos impagáveis estão além das já citadas Amanda Lyra e Carolina Bianchi, Clayton Mariano, Pedro Cameron e Tomás Decina, além de toda uma competente equipe técnica (projeções na parede colocam legendas na desconhecida língua da ex-patinadora).


The Walking Dead - The Game

Lançado em abril de 2012, "The Walking Dead - The Game" poderia ser mais um fiasco de adaptação pros videogames, mas surpreendeu por uma narrativa original dentro do universo estabelecido por Robert Kirkman nas HQs e na série de televisão. Por sorte, quem veio com a idéia de levar este específico universo apocalíptico foi o estúdio Telltale Games - onde a maioria dos funcionários veio da LucasArts -, por quem Kirkman já tinha apreço, e conhecida por suas graphic adventures, que já havia demonstrado foco maior em contar histórias em jogos como "Sam & Max", "Strong Bad's Cool Game for Attractive People - Homestar Runner", a última aventura "Monkey Island", e falhadas tentativas de algo que só foi conquistado por "The Walking Dead" em "De Volta para o Futuro" e "Jurassic Park".

O desenvolvimento do jogo teve a consultoria de Kirkman através de sua Skybound Entertainment, mas o enredo não foi criado por ele, apenas suas regras (por exemplo nem mesmo mencionar Rick Grames - protagonista das HQs). Três parâmetros foram fixados pra esta nova trama: a personagem Clementine como bússola moral, um encontro dela com um estranho numa sala de estar em algum momento e o final. Desta forma eles puderam dividir perfeitamente o enredo em cinco capítulos que foram lançados bimestralmente.

A trama e as decisões do jogador (por escolha de diálogos, estratégia, ou mesmo socorro - entre o bem/mal, certo/errado) acompanham Lee Everett em Atlanta na Georgia, um professor universitário condenado por um crime do qual se responsabiliza conscientemente. Mas ainda na viatura policial, o caos se instala nas ruas com os ataques zumbis, e ele acaba sozinho e algemado. Ao encontrar abrigo numa casa abandonada, ele encontra Clementine, de apenas 8 anos, protegida numa casa de árvore. Sozinhos, eles decidem cuidar um do outro, e procurar os pais de Clementine, que haviam viajado pra Savannah, no mesmo estado, a deixando com a babá. Logo eles vão parar na fazenda de Hershell (o mesmo da série de TV), mas logo são banidos com outra família. O grupo aumenta quando se abrigam numa farmácia na cidadezinha de Macon, a cidade natal de Lee. A partir daí as muitas decisões que o jogador deve tomar por Lee ficarão cada vez mais tensas, na medida que a história e personalidade dos personagens também ficam mais profundas.

A segunda temporada do jogo muda o personagem pelo qual o jogador deve tomar as decisões para a própria Clementine, agora supostamente com 11 anos de idade. A troca acontece naturalmente, mas é também um grande avanço pra indústria de jogos ter uma menina como protagonista num enredo tão ou mais violento que o da série televisiva. 

Ao contrário do seriado, que muitas vezes não parece ter um superobjetivo e pouco consegue aprofundar os personagens surpreendendo o público, o jogo faz tudo isto funcionar. O objetivo de encontrar os pais de Clementine em Savannah na primeira temporada, e de encontrar Christa, por quem Clementine mantém uma dívida moral na segunda temporada, nunca atrapalha o desenvolvimento de tramas paralelas, e as surpresas sobre o passado e presente de todos os personagens. E ao contrário da série, que mantém o suspense na próxima horda de zumbis que aparecerá na próxima esquina, o jogo consegue manter isto nas ações dos personagens, e muitas vezes em ações que pouco têm a ver com zumbis. Os vivos é quem são os grandes vilões no jogo.

Da primeira temporada, onde há mais opções entre ser muito correto/bondozo ou muito errado/rude, pra segunda temporada onde Clementine tem mais opções pessimistas, há o importante desenvolvimento da trama e dos personagens. Seria infantil achar que Clementine, após tantos perrengues, pudesse dar respostas inocentes a personagens suspeitos. No episódio "A House Divided", ao perceber a desconfiança da garota, um personagem lhe pergunta o que as pessoas estão procurando, no que ela responde família, e ele filosofa "as pessoas precisam saber em quem confiar, né". Mas quem é sua família em tempos tão difíceis?

Um encontro com o mal. Alguém comparou com Governador? Yeah!
Dividido em pequenos capítulos ou cenas, cada episódio dura em média 2h30min, mas os maiores problemas da experiência, ao menos no PlayStation3, é a queda de framerate (leia-se imagem quadriculada) e o irritante loading entre os capítulos que por pouco não minam a narrativa.

O sucesso do jogo (e do formato graphic adventure), que foi lançado de consoles a tablets, fez a Telltale ousar adaptando o universo das HQs "Fables" em "The Wolf Among Us", e futuramente com os universos do game "Borderlands" e dos livros "Game of Thrones".

domingo, 9 de março de 2014

Literatura: Só Garotos

No começo da música "Gloria", Patti Smith incorpora seu poema "Oath" que começa com "Jesus morreu pelos pecados de alguém, mas não os meus". Ao contrário de parecer totalmente herético, a passagem é uma declaração de existência, como um voto de responsabilidade pelos próprios atos. Segundo Patti, Cristo era alguém contra quem valia a pena se rebelar, pois ele era a rebelião em pessoa. E tudo isso tem a ver com a mais pura fé.

O livro "Só Garotos" é a deliciosa autobiografia de Patti Smith
lançada em 2010, e é resultado de uma promessa. De fé. Criada por uma simples família de valores tradicionais de Chicago nos anos 50, Patti acabou crescendo com os irmãos numa pobre Nova Jersey. Foi lá que ela destruiu o próprio futuro ao ficar grávida aos 19 anos, e descobriu que os tais valores tradicionais já não eram mais tão tradicionais ao continuar acolhida pelos pais. Tradições estas que já a amedrontavam desde criança, quando questionou a mãe sobre ter de colocar uma camiseta pra brincar com garotos, a existência de Deus e os motivos pra rezar. Ela compreendeu a parte espiritual muito cedo, quando muito cedo teve contato com o sentimento de morte, mas nunca deixou as outras questões atrapalhar seus planos. Foi assim que ela decidiu sair de casa, e encarar Manhattan. Antes, a mãe, sem saber bem como apoiar a filha, lhe embrulhou um uniforme de garçonete e disse "você não daria uma boa garçonete, mas aposto em você mesmo assim". A mãe tinha razão quanto a ser garçonete e em apostar na filha.

Mas "Só Garotos" não fala exclusivamente de Patti. Se trata da promessa que ela fez a Robert Mapplethorpe, seu companheiro por muitos anos. Ele, um típico filho de fervorosos católicos que se desgarrou do rebanho, salvou Patti de apuros em ao menos dois momentos antes deles decidirem morarem juntos pra nunca mais perderem o vínculo. Não eram amigos, nem namorados, nem noivos, nem casados, nem irmãos, mas tudo isso junto. A história de amor deles é geralmente vinculada em artigos sobre relações não-monogâmicas, mesmo que eles nunca tivessem rotulado de qualquer forma.

um dos famosos retratos de Robert
Juntos eles passaram muitos perrengues pra ter sua arte (desenhos, recortes, poesias, colagens, textos em geral) reconhecida de alguma forma. Cada um a seu modo mergulhou num mundo próprio, mesmo que de mãos dadas, com alguns muitos percalços, e descobriu suas reais vocações. Mas pra isso precisaram fazer muito contatos e focar em seus sonhos - como o de Robert em ser uma espécie de Andy Warhol e se cercar de seus amigos. Nesta jornada passaram por uma América em transformação (política, científica e intelectual) e encontraram figuras como os músicos Jimi Hendrix, Janis Joplin e o dramaturgo Sam Shepard, além de muitos figurões excêntricos que muito os ajudaram.

a famosa capa do disco de estréia de Patti
Patti se tornou uma roqueira famosa, praticamente sendo a precursora do punk-rock sem se dar conta disso, misturando sua poesia com notas musicais e parcerias corajosas. O caminho que ela segue pra chegar a este ponto é surpreendente. Robert se torna um famoso fotógrafo, muito mais conhecido pelos icônicos retratos e praticamente catalogando a cena sadomasoquista de Nova Iorque. Patti tem hoje 67 anos, ao menos 11 discos gravados, e além desta autobiografia, coletâneas de poesias do passado. Robert deixou seu legado, como queria, mas faleceu em consequência da AIDS em 1989 aos 42 anos de idade.

Auto retrato de Robert
Numa tarde tomando café numa garrafa térmica e observando as pessoas na Washington Square, Patti e Robert começaram a ser observados por um casal de turistas. Exibicionista, Robert apertou a mão de Patti com carinho, e a turista falou ao marido "tire uma foto deles, acho que são artistas", no que o marido respondeu dando de ombros "ora, vamos logo. São só garotos".