sábado, 31 de dezembro de 2011

O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel! 10 Anos!

O tempo realmente passa! A frase clichê que abre esse post, é válida nesse final de ano em que se completam 10 anos da chegada do primeiro capítulo da Trilogia "O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel" (The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring, 2001). O filme estreou nos Estados Unidos em 19 de dezembro de 2001, mas só chegou em terras brazucas em 01 de janeiro de 2002! Nada mais justo que terminar esse ano lembrando desse clássico, mesmo porque, havia comentado no "twitter" que no dia de Natal iria assistir a versão estendida e veio à memória todos os acontecimentos da espera pela estréia!

O ano de 2001 foi marcado pela expectativa da estréia de "O Senhor dos Anéis" e qualquer rumor, notícia e novo trailer lançado era alardeado pelos fãs. Lembro-me de o amigo Juliano e eu assistindo ao primeiro trailer lançado na internet na casa dele e a mãe do Juliano rindo da nossa cara de satisfação por ter assistido ao trailer; ou ainda da nossa ida até o cinema do Shopping Internacional Guarulhos pra assistir ao trailer na tela grande - ficamos sabendo através da internet que num filme, que nem me lembro qual era, teria o trailer de TLoR e fomos lá conferir! Até que chegou o grande dia das estréia: foi difícil convencer em casa que eu não participaria do almoço de Ano Novo pois estaria no cinema, mas no dia 01 de janeiro de 2002, estava o Juliano, eu e dezenas de fãs na fila do Central Plaza, que na época tinha a maior tela de cinema de São Paulo na sala 10, pra assistir ao evento cinematográfico do ano!

Parte da minha coleção de cartões telefônicos com imagens do filme!

Saímos de lá empolgados com o que vimos na tela, afinal, para os leitores da obra de J.R.R. Tolkien ver os personagens que tanto imaginamos na tela grande em carne e osso foi muito bacana, e também havia uma mistura de frustração, afinal, teríamos que esperar mais 1 ano para vermos a sequência!

Parte da minha coleção de cartões telefônicos com imagens do filme!

Que dizer de cenas que retratavam de forma perfeita "O Condado", Rivendell (traduzido para o Português como "Valfenda"), as colunas dos salões de Moria (reino dos anões), A Floresta Dourada de Lothlórien (onde vivem Galadriel e Celeborn, na cidade de "Caras Galadhon") e das estátuas dos reis Isildur e Anárion, o "Argonath" ou Pedras do Reis, próximo a cachoeira de Rarus, em uma das entradas do reino de Gondor.

Algum tempo depois, fomos novamente alarmados pela notícia do lançamento em DVD da versão estendida de "A Sociedade do Anel" em uma versão de luxo em vinha com uma miniatura dos "Argonath", mas que não veio para o Brasil. Somente importando... 

Depois de algum tempo, o amigo e um dos editores da "Liga da Poltrona" viajou para o Canadá e trouxe de lá a versão estendida, foi quando conferi o clássico com mais 29 minutos de cenas empolgantes distribuídas ao longo do filme que ficou com 208 minutos!

A versão de luxo de "A Sociedade do Anel"









Em 2003, os fãs puderam conferir em alguns cinemas brasileiros a versão estendida com legendas em português pela primeira vez (eu estava lá em 01/09/2003, totalizando 13 vezes no cinema!) e somente em outubro de 2010, aportou por aqui as versões estendidas dos três filmes em 12 DVDs, mas sem as versões de luxo!


A versão estendida da trilogia aportou no Brasil em 2010

Em "A Sociedade do Anel", as cenas adicionais complementam uma obra que foi lida e assistida por milhões ao redor do mundo, contribuindo para a compreensão de detalhes da história, como a cena da traição anel ao rei Isildur, uma cena mais detalhada da vida no "Condado", um momento de descanso na jornada de Frodo e Sam quando eles observam os elfos deixando a Terra Média, o Conselho de Elrond com a cena de Gandalf falando o célebre verso "One ring to rule them all..." na língua de Mordor e uma das cenas mais emocionante da primeira parte da trilogia - a entrega dos presentes de Galadriel aos membros da "Sociedade"!



Parte dos ingressos das 12x que assisti ao filme
no cinema!
Sem dúvida, é uma nova experiência assistir as versões estendidas que contribuem para um maior período de emoção e encantamento dessa obra que marcou a história de cinema e que teria acrescentado 5,8 horas ou 348 minutos aos 2136 minutos ou 35,6 horas que passei no cinema conferindo a obra de JRR Tolkien na visão do brilhante Peter Jackson.



Em 2012 tem mais Terra Média nas telonas, com a estréia da primeira parte de "O Hobbit", mas isso é assunto para outro post...

Feliz Ano Novo a todos os amigos e leitores do blog "Liga da Poltrona"! 

Namárië!




Parte da minha coleção de cartões telefônicos com imagens do filme!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Direto da Telona: IMORTAIS


O rei Hyperion (Mickey Rourke), revoltado com os deuses e suas decisões/omissões, decide acabar com o povo helênico e, nesse processo, colocar as mãos no arco de Épiro, forjado por Ares, para com este libertar os titãs e levar a guerra aos deuses do Monte Olimpo. Cruza o seu caminho Teseu, protegido de Zeus, que irá revidar e, dessa forma, salvar os gregos (e, porque não, o mundo).

IMORTAIS (Immortals, 2011) é mais um épico baseado na Mitologia Grega que pode ser considerado honesto e conveniente. Honesto porque tem um roteiro sucinto e direto, o que é meio caminho andado para não tropeçar em furos na trama; conveniente porque sabe se utilizar do que já foi posto à prova (e funcionou) em 300 ou em Fúria de Titãs (o remake). O que move a grande maioria das personagens é a revanche, o desejo de retaliação, algo muito fácil de se entender em uma batalha.

A fotografia, à la 300, funciona bem; as cenas noturnas abusam das tochas como iluminação (quando não é a Lua). As lutas são bem coordenadas, sendo destaques o primeiro encontro de Teseu e Hyperion e o embate com o Minotauro, que é bem interessante. O efeito por trás do arco de Épiro é simples, mas bem executado, o que não se pode dizer das aparições dos deuses. Nesses momentos, a impressão é a de que o orçamento já estava estourado, rs. Mas nada que desabone o bom filme do diretor indiano Tarsem Singh (de A Cela e do vindouro Espelho, Espelho meu).

Henry Cavill (o novo Superman em Man of Steel, de Zack Snyder) vive Teseu e impressiona positivamente, com uma atuação segura e desinibida, demonstrando não sentir o peso do papel principal. Freida Pinto, como uma oráculo, também tem uma atuação burocrática. Rourke que pesa um pouco a mão em seu vilão, tornando-se caricato e, por vezes, galhofa.

Divertido e rápido, com um tom de urgência desde seu início (talvez, por isso, peque um pouco no desenvolvimento de seus personagens), muito indicado para todas as idades. Aventura típica das férias e uma boa pedida para os cinemas.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Direto da Telona: Missão: Impossível 4 - Protocolo Fantasma

Lá se vão 15 anos desde que Tom Cruise incorporou o agente secreto Ethan Hunt no filme de sucesso de 1996 "Missão Impossível", trazendo para a tela grande um seriado homônimo de igual sucesso na TV, mas claro, com efeitos e cenas que ficaram na memória de todo apreciador de um bom filme - a cena do aquário explodindo ou a célebre cena de equilíbrio no cabo na sede da IMF.

Apesar da fórmula um pouco batida nos dois filmes seguintes, o terceiro filme da série, dirigido por JJ Abrams (criador de LOST), trouxe ainda mais ação e sequências igualmente memoráveis à série.

Mesmo com sangue novo na direção, os filmes dos agentes da IMF (Impossible Mission Force) não escapavam das aguardadas cenas do agente Ethan Hunt fazendo alguma peripécia em algum arranha-céu do mundo. A incredulidade quanto à veracidade do feito, sempre foi motivo de especulação e zombaria entre os espectadores dos filmes M:I.



Mas eis aí o grande trunfo da série. Apesar de alguns comentários como: "Isso é impossível!", acredito que nesse momento o filme alcança o seu objetivo! É claro que é impossível!! A missão em si é impossível!! O absurdo é esperado - e entramos no cinema torcendo pra que esteja lá!

As duas horas e treze minutos de filmes são intensas e feitas justamente para diversão, afinal, realidade é para ser vista em documentários ou nos jornais sensacionalistas de algumas emissoras de TV.

Já na abertura do filme, com a tradicional música que os filmes herdaram do seriado de TV, temos um prólogo bem interessante de tudo que veremos no filme. Diria que foi ousado por parte do diretor (Brad Bird, das animações "Os Incríveis" e "Ratatouille") colocar os elementos que são vistos nos créditos iniciais.

A história da nova missão do agente Ethan Hunt concentra-se em impedir que os códigos de lançamento das armas atômicas russas caiam nas mãos de um cientista que acredita na destruição do mundo atual para uma reconstrução com novos padrões de justiça, igualdade e paz! (?)


Para isso, Ethan contará com dois novos membros na equipe - Brandt (Jeremy Renner - indicado ao Oscar por "Guerra ao Terror") e a sensual morena Jane (Paula Patton - do filme "Preciosa" e "Espelhos do Medo") além de Benji (o engraçado inglês Simon Pegg) que apareceu em M:I III e volta nesse filme como um novo agente de campo e também ajuda na via cômica do filme.

Ethan e Jane em Bombaim

Interessante a retomada do tema "Guerra Fria" , opondo Russia e EUA, pois apesar das relações aparentemente cordiais entre os dois países, sempre se vê notícias de estranhamento entre as duas potências nucleares que detém mais de 30 mil ogivas nucleares!!

Depois de uma improvável invasão do Kremlin em Moscou, temos novamente o agente enfrentando as alturas - dessa vez no maior prédio do mundo, o Burj Khalifa, em Dubai - numa sequência espetacular de fazer grudar na cadeira e torcer pra que tudo dê certo! Ainda temos cenas em Budapeste e Bombaim, na Índia, mostrando a preocupação dos produtores com a internacionalização e que o filme não fique restrito à um cenário. Até sobra algumas cenas no Estados Unidos!

Ethan atacando de alpinista no prédio mais alto do mundo

Missão: Impossível 4 - Protocolo Fantasma (o numeral 4 não existe no título original - Mission: Impossible - Ghost Protocol) é diversão garantida e é ALTAMENTE RECOMENDÁVEL que se assista ao filme na sala IMAX!! O filme tem quase 30 minutos de cenas filmadas com a câmara especial para o formato e não há como negar a qualidade de imagem e audio que essa sala proporciona! É uma experiência e tanto para os amantes da sétima arte!

Para nós mortais, resta esperar ansiosamente a próxima aventura do agente Ethan Hunt que provará que a impossibilidade fica apenas no campo da realidade!




segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Direto da Telona: Gato de Botas


Quando lançado em 2001, a animação "Shrek", da até então pouco empolgante divisão de animação da DreamWorks, fez um estrondoso sucesso por todo o mundo e tirou o primeiro Oscar de longa de animação da história da Pixar com seu "Monstros S/A". Três anos depois veio a divertida continuação que brincou não apenas com os personagens dos contos de fada, mas com a estrutura dos contos de fada sem precisar escrachá-la como no primeiro. E nessa continuação veio a garantia de sobrevida da franquia nos cinemas: o Gato de Botas. Com a voz hispânica e sensual de Antônio Banderas, o personagem tinha tanto ou mais personalidade que qualquer um dos protagonistas, e conquistou o público e crítica com as cenas dos grandes olhos pedintes de gato. Como o personagem cai de paraquedas na trama, sem revelar sua origem clássica e conhecida, era uma questão de tempo que ele ganhasse um filme solo.

O que ninguém esperava era que o seu longa-metragem solo tivesse tanta personalidade. Sem usar os truques de paródia dos filmes do ogro verde, o filme do felino se aproxima mais dos clássicos westerns. E aí ganha qualidade. Com roteiro parecido o primeiro "Carros" da Pixar fez um razoável sucesso que garantiu uma muito inferior continuação. É a velha (e infalível) história do forasteiro que apesar do bom coração vai ter que reavaliar suas más ações, e quando parece tudo bem, será mal interpretado e terá de provar seu valor a (quase) todo custo.
Oh Coitado!

Na trama, o Gato está atrás dos feijões mágicos em posse de Jack e Jill (Billy Bob Thornton e Amy Sedaris) que o levarão ao castelo do gigante onde está a Gansa dos Ovos de Ouro. Atrapalhando seus planos aparece a gata Kitty (Salma Hayek), e por fim o parceiro dela Humpty Dumpty (Zach Galifianakis, de "Se Beber, Não Case"), que têm o mesmo objetivo. O Gato não aceita a parceria, e aí o filme ganha novo fôlego com o longo e ótimo flashback da origem do Gato e sua amizade (e por fim inimizade) com Humpty, que é essencialmente um ovo que anda e fala. E a aventura está apenas começando, pois o Gato terá de enfrentar seu passado, e resolvê-lo para sempre, e assim se tornar o felino que conhecemos na franquia do ogro verde.

Humpty Dumpty
A excelência em contar a história, e principalmente na qualidade da animação e do 3D garantiram boas cifras, críticas e indicações a prêmios importantes. Mas não deixa de ser estranho o uso de referências tão diferentes dos filmes do Shrek, pois Jack, Jill e o ovo Humpty Dumpty são personagens conhecidos por antigas canções de ninar em língua inglesa, e mesmo assim sem grande visibilidade por não terem uma história definida como a dos contos de fada. Humpty Dumpty, por exemplo, é citado por Lewis Carroll  em Alice Através do Espelho, continuação de Alice no País das Maravilhas. 
Estranho sim, mas muito positivo ao usar personagens pouco conhecidos num propósito mais original.
E não deixe de prestar atenção na ótima trilha sonora de Henry Jackman, com duas faixas compostas pelo casal Rodrigo y Gabriela, que arrasam nas cordas.

Era uma vez.... Hollywood!

A notória falta de criatividade de Hollywood já virou clichê, mas eis que ela sempre nos surpreende. Estamos acostumados a assistir contos de fada e histórias infantis adaptados em longas animados desde que a Disney é Disney, e o último que vimos desenterrar histórias muito antigas foi o longa solo do "Gato de Botas" feito pela DreamWorks, que usou o conto do próprio gato, do João e o Pé de Feijão e do nada famoso por aqui Humpty Dumpty.

Mas em 2012 teremos uma avalanche de contos de fada adaptados para o público adulto, se considerarmos que a idéia seria absurda há alguns anos atrás. No final do parágrafo de cada filme ou série você poderá clicar na palavra trailer, e tirar suas próprias conclusões com o vídeo.

Espelho, Espelho Meu
O primeiro que veremos será "Espelho, Espelho Meu", um misto de comédia e aventura que traz uma Julia Roberts irônica como a Rainha Má, e a sem graça Lily Collins como a Branca de Neve, mas o visual incrível do diretor indiano Tarsem Singh ("A Cela" e o recente "Imortais") pode salvar o filme. TRAILER
Apesar de ainda não ter nenhuma divulgação, provavelmente tendo o lançamento adiado teremos "João & Maria: Caçadores de Bruxas" com Jeremy Renner ("Missão: Impossível 4") e Gemma Arterton ("Príncipe da Pérsia") como os protagonistas virando caçadores de bruxas anos após seu sequestro.
No meio do ano teremos Kristen Stewart ("Saga Crepúsculo") como uma Branca de Neve guerreando ao lado do caçador vivido pelo Thor Chris Hemsworth contra o exército da Rainha Ravenna de Charlize Theron no épico violento "Branca de Neve & o Caçador". TRAILER
Branca de Neve & o Caçador
E o diretor Bryan Singer dos primeiros X-Men transforma num épico medieval cheio de efeitos visuais a história de João e o Pé de Feijão, que deve se chamar "João, o Matador de Gigantes". TRAILER
E ainda tem uma versão policial bem obscura de Peter Pan chamada apenas de "Pan", onde o garoto que voa é na verdade um serial killer caçado pelo policial vivido por Sean Bean ("Senhor dos Anéis") chamado de Gancho.
João, o Matador de Gigantes
Na lista dos super independentes temos uma versão bastante provocativa e contemporânea da "Bela Adormecida", onde a "princesa" vivida por Emily Browning ("Sucker Punch - Mundo Surreal") é na verdade uma prostituta que trabalha inconsciente, ou seja, o cliente faz o que quiser enquanto ela dorme. O filme é produzido por Jane Campion de "O Piano". TRAILER
E a França também produz uma versão bastante estilizada, bonita e pervertida da Bela Adormecida, num filme feito para tv, mas que rodou festivais, da polêmica diretora Catherine Breillat. TRAILER

Neverland
A lista não termina de crescer se contarmos que em 2013 ainda temos confirmados "Oz,  o Grande e Poderoso" com James Franco, Mila Kunis, Michelle Williams e Rachel Weisz dirigidos por Sam Raimi, da trilogia do Homem-Aranha.
A versão em carne e osso da "Bela e a Fera" que a Disney prepara estrelado por Emma Watson, a Hermione da saga Harry Potter.
E muitos outros projetos que ainda não passam de projetos.

Na TV a onda também chegou e já em 2011 estrearam a elogiada minissérie "Neverland", que mostra como Peter Pan e Capitão Gancho foram parar na Terra do Nunca.
A série "Grimm" mostra um policial que tem o dom de ver criaturas sobrenaturaisobviamente todos voltados pro universo criado pelos Irmãos Grimm. TRAILER
Once Upon a Time
Mais sucesso teve a série "Once Upon A Time" onde a atriz Jennifer Morrison ("House") vive uma mulher que pode (ou não) salvar uma cidade de uma maldição que prende personagens de contos de fada como pessoas ordinárias numa guerra entre o bem e o mal que está prestes a começar. Ou algo assim. TRAILER

Ou seja, nada se cria, tudo se copia, se reinventa, e assim por diante.


Direto da Telona: Gigantes de Aço

Num primeiro momento, a impressão é que o sucesso da cinessérie "Transformers" fez os caras da DreamWorks e o próprio Steven Spielberg tentarem buscar uma nova cinessérie com robôs grandalhões, mas acredite: "Gigantes de Aço" é muito mais que isso, e aparentemente teve apenas a mão técnica de Spielberg, e nada da sua (pouca e catastrófica) criatividade.

"Gigantes de Aço" se passa no não tão longe 2020 (por uma boa razão estética), quando as lutas físicas entre humanos foram banidas em prol de mais violência, substituídas então por robôs se degladiando até a destruição em lutas oficiais cheias de regras ou rinhas clandestinas. O sempre ótimo Hugh Jackman traz humanidade a Charlie Kenton, um ex-lutador que hoje tem sérios problemas em manter inteiros os robôs que controla em lutas clandestinas, e passa a dever dinheiro pra muita gente. Sua situação poderia piorar quando ele recebe a notícia que sua ex-namorada faleceu, e que ele é o responsável legal pelo filho Max que tiveram juntos, se ele não fosse frio o suficiente pra vender o filho aos seus cunhados. Mas por uma manobra até bacana do roteiro ele precisa ficar algum tempo com o filho, mesmo que para Charlie os robôs sejam mais importantes que humanos. E o título original "Aço de Verdade" não diz apenas dos robôs, mas também do coração inicialmente resistente, mas também forte do protagonista.

o romantismo está garantido com Evangeline Lilly
Até aí o filme parece bem clichê, se Max (Dakota Goyo) não fosse maluco por robôs como o pai, teimoso como pai, e um fã desse pai que nunca viu. A relação entre pai e filho é p grande tema do filme e rende cenas dramáticas densas, divertidas e o move pra frente. A química entre Jackman e o ótimo Dakota Goyo é positiva pra um filme que poderia perder exatamente por essa relação, e confesso ter chorado ao final por conta disso. E a parte dos robôs, igualmente essencial, é a mais surpreendente, pois não coloca os robôs no mesmo patamar dos humanos e não ocupa a trama com desnecessárias cenas de ação, como acontece em "Transformers".

Rockem Sockem Robots
O filme cita o Brasil em diversos momentos como o último reduto das lutas humanas, inclusive citando a família Grace! Mas também sugere aquele famoso brinquedo dos anos 80 onde dois robôs lutavam num ringue, e faz algumas menções à cinessérie "Rocky".

Mas esqueça Steven Spielberg! O mérito do filme é em grande parte de Shawn Levy, diretor dos dois "Uma noite no Museu", ele viu neste longa uma oportunidade de mostrar que não é apenas um diretor de contratos comerciais, e que tem muitas idéias. Toda a composição visual e a direção dos atores mostra que Levy tem capacidade pra grandes trabalhos dramáticos, principalmente pelo fato do filme praticamente não ter nenhuma cena de ação. Todas as cenas movimentadas são curtas e nos levam de volta aos personagens. As cenas de boxe dos robôs são apenas cenas de boxe, ou seja, nada que você não tenha visto em filmes como "Menina de Ouro", e sim, apesar de serem robôs as cenas são comparáveis dramaticamente.

Uma das ironias do filme é ser um filme "futurista" e mostrar uma tecnologia que já temos e conhecemos hoje. Só não temos hoje os robôs mostrados no longa porque não precisamos deles, mas a tecnologia de comando por voz e efeito sombra estão presentes no iPhone da Apple e no Kinect da Microsoft respectivamente.