segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Direto da Telona: Gigantes de Aço

Num primeiro momento, a impressão é que o sucesso da cinessérie "Transformers" fez os caras da DreamWorks e o próprio Steven Spielberg tentarem buscar uma nova cinessérie com robôs grandalhões, mas acredite: "Gigantes de Aço" é muito mais que isso, e aparentemente teve apenas a mão técnica de Spielberg, e nada da sua (pouca e catastrófica) criatividade.

"Gigantes de Aço" se passa no não tão longe 2020 (por uma boa razão estética), quando as lutas físicas entre humanos foram banidas em prol de mais violência, substituídas então por robôs se degladiando até a destruição em lutas oficiais cheias de regras ou rinhas clandestinas. O sempre ótimo Hugh Jackman traz humanidade a Charlie Kenton, um ex-lutador que hoje tem sérios problemas em manter inteiros os robôs que controla em lutas clandestinas, e passa a dever dinheiro pra muita gente. Sua situação poderia piorar quando ele recebe a notícia que sua ex-namorada faleceu, e que ele é o responsável legal pelo filho Max que tiveram juntos, se ele não fosse frio o suficiente pra vender o filho aos seus cunhados. Mas por uma manobra até bacana do roteiro ele precisa ficar algum tempo com o filho, mesmo que para Charlie os robôs sejam mais importantes que humanos. E o título original "Aço de Verdade" não diz apenas dos robôs, mas também do coração inicialmente resistente, mas também forte do protagonista.

o romantismo está garantido com Evangeline Lilly
Até aí o filme parece bem clichê, se Max (Dakota Goyo) não fosse maluco por robôs como o pai, teimoso como pai, e um fã desse pai que nunca viu. A relação entre pai e filho é p grande tema do filme e rende cenas dramáticas densas, divertidas e o move pra frente. A química entre Jackman e o ótimo Dakota Goyo é positiva pra um filme que poderia perder exatamente por essa relação, e confesso ter chorado ao final por conta disso. E a parte dos robôs, igualmente essencial, é a mais surpreendente, pois não coloca os robôs no mesmo patamar dos humanos e não ocupa a trama com desnecessárias cenas de ação, como acontece em "Transformers".

Rockem Sockem Robots
O filme cita o Brasil em diversos momentos como o último reduto das lutas humanas, inclusive citando a família Grace! Mas também sugere aquele famoso brinquedo dos anos 80 onde dois robôs lutavam num ringue, e faz algumas menções à cinessérie "Rocky".

Mas esqueça Steven Spielberg! O mérito do filme é em grande parte de Shawn Levy, diretor dos dois "Uma noite no Museu", ele viu neste longa uma oportunidade de mostrar que não é apenas um diretor de contratos comerciais, e que tem muitas idéias. Toda a composição visual e a direção dos atores mostra que Levy tem capacidade pra grandes trabalhos dramáticos, principalmente pelo fato do filme praticamente não ter nenhuma cena de ação. Todas as cenas movimentadas são curtas e nos levam de volta aos personagens. As cenas de boxe dos robôs são apenas cenas de boxe, ou seja, nada que você não tenha visto em filmes como "Menina de Ouro", e sim, apesar de serem robôs as cenas são comparáveis dramaticamente.

Uma das ironias do filme é ser um filme "futurista" e mostrar uma tecnologia que já temos e conhecemos hoje. Só não temos hoje os robôs mostrados no longa porque não precisamos deles, mas a tecnologia de comando por voz e efeito sombra estão presentes no iPhone da Apple e no Kinect da Microsoft respectivamente.

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