sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A expectativa para Crônicas de Nárnia - A Viagem do Peregrino da Alvorada

              Olá leitores!
                 Como a equipe da "Liga da Poltrona" "ainda" não é convidada para assistir as sessões de pré-estréia dos filmes e infelizmente nenhum de nós concluiu a leitura do livro de C.S Lewis, pedimos a colaboração do nosso amigo Diego Delibório para que escrevesse esse post relatando as suas expectativas em relação ao 3º filme da franquia, já que como leitor, terá mais propriedade em seus comentários. De bom grado ele aceitou nosso convite e agradecemos pela ajuda! Valeu Diego! Boa leitura e obrigado pela audiência!

                A Viagem do Peregrino da Alvorada tem tudo pra ser o melhor filme da franquia das Crônicas de Nárnia. O enredo é envolvente e muito dinâmico, prendendo a atenção do leitor do início ao fim. Imagino que a adaptação para a telona seja um pouco menos complexa do que os antecessores já que a história oferece a vantagem de não necessitar que o expectador seja um profundo conhecedor das histórias anteriores.
                Com uma história simples e cheia de "ensinamentos filosóficos", o filme deverá ser muito bem aceito por adultos e crianças, e os pequenos com certeza irão adorar o personagem principal da trama (principal pelo menos na minha opnião !!!rs ), o corajoso ratinho Reepicheep (não me lembro se o nome se escreve assim mesmo....) que em uma das muitas lições do filme ensina que velho dito popular "Tamanho não é documento" realmente é verdadeiro!!!
                 Enfim, com certeza é um ótimo lançamento para o Natal, já que estamos acostumados com grandes produções nesta época, como Sr. dos Anéis e os dois antecessores das Crônicas de Nárnia, A Viagem do Peregrino da Alvorada será uma grande diversão para toda a família !!!!


                   Acho que é isso !!!
          By: Diego Delibório 



quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

As Fronteiras do Universo Cinematográfico

Adaptação Cinematográfica.

Considerada por alguns “falta de criatividade”, essa modalidade tem ocupado a produção Hollywoodiana nos últimos anos. Alguns projetos com grande êxito (O Senhor dos Anéis), outros, nem tanto. Mas o que determina esse êxito? Pergunta difícil de responder, um fator é, talvez, o mais importante na equação: uma boa história precisa ser bem contada. E acho que isso foi o que fez A Bússola De Ouro (2007) derrapar.

Baseado na coleção Fronteiras do Universo (His Dark Materials no original), de Philip Pullman, a história é centrada em Lyra, 11 anos, que vive na Universidade Jordan acompanhada de seu daemon, personificação animal de sua alma. A menina se envolve em um turbilhão de eventos envolvendo universos paralelos, bruxas, ursos polares guerreiros e instrumentos mágicos.

Tendo lido toda a coleção antes do filme, posso dizer que o mesmo funcionou para mim, já que eu tinha material para preencher as lacunas. O esmero da produção foi reconhecido quando o filme abocanhou o Oscar de Efeitos visuais (realmente muito bons, em especial os daemons e os ursos polares) e foi indicado por sua Direção de Arte. Mas não é só isso que faz um bom filme. Faltou um pouco mais de coragem na hora de tratar do tema controverso que envolve a coleção de livros: colocar a Igreja (Magistério) como uma organização brutal e mostrar uma “guerra” contra Deus (a Autoridade).

O livro foi abertamente criticado por diversos religiosos e gerou muitos protestos, principalmente nos EUA. Nas palavras do próprio autor, a Autoridade pode ser definida como qualquer entidade arbitrária, seja ela política, religiosa, totalitária, fundamentalista, comunista, ou seja, o que for que impeça a liberdade do indivíduo. É uma crítica válida e interessante para os dias atuais. A decisão da New Line, produtora do filme, de não se aprofundar nessas referências despersonifica o caráter mais legal da obra, tirando, no meu ponto de vista, algo que poderia atrair mais pessoas aos cinemas, possibilitando que toda a história pudesse ser contada na telona.

Houve rumores de que já haviam contratado um roteirista para escrever o segundo antes mesmo do lançamento do primeiro. Mas a julgar pela movimentação atual, esse projeto foi abandonado. Uma pena. Gostaria de ver o grande elenco do primeiro filme, encabeçado por Daniel Craig, Nicole Kidman e Eva Green, retornar a esse universo... Ou seriam esses universos? Recomendo a leitura dos livros. Não se esqueçam de que, às vezes, a melhor forma de confirmar seus conceitos é colocá-los a prova.

Eragon, O Senhor dos Dragões que não aconteceu

o bacana teaser poster que não remetia ao filme pronto
Hollywood vira e mexe perde uma oportunidade de lançar um filme que todos esperam, seja original ou baseado em outra coisa. E há vários exemplos, como a atual "pulga atrás da orelha" com o primeiro filme do "Lanterna Verde", que todos esperam e imaginam, mas teve um primeiro trailer (lançado há poucas semanas) recebido cheio de dúvidas. E vamos falar exatamente das adaptações que tinham tudo para se tornarem cinesséries e não foram o que esperavam, acabando com qualquer chance de continuidade.
Em 2005, a Fox comprou os direitos de adaptação da saga "Ciclo da herança" (que até aquele momento era uma trilogia) do jovem escritor Christopher Paolini. Os livros narram a transformação do adolescente Eragon num grande cavaleiro de dragões capaz de salvar todo um reino. A ambientação medieval da história e a relação telepática do menino com sua dragão haviam conquistado fãs e prateleiras em todos os países onde os livros foram lançados, e havia uma clara comparação com a trilogia "Senhor dos Anéis", que havia tido um grande êxito nos cinemas. Pois os primeiros trabalhos de marketing da Fox em cima do filme de "Eragon" (o primeiro livro) tinham tudo a ver com "Senhor dos Anéis" (da New Line), desde elenco até datas de lançamento, e a imprensa abraçou a comparação. Mas ao chegar aos cinemas, algo deu errado.
A crítica mundial espezinhou o filme de todas as maneiras, lembrando que o filme não tinha profundidade e nenhuma das nuances do livro. E a bilheteria de 250 milhões de dólares no mundo todo não garantiram a produção de uma continuação. Mas o problema talvez fosse contratar um diretor de primeira viagem que só tinha experiência com efeitos visuais (a dragão Safira do filme é digital),o fato do livro se ater a muitos detalhes e realmente poucos momentos de ação, e/ou o autor do livro não ter tido um controle criativo da adaptação como o que J.K.Rowling da saga "Harry Potter" teve. O fato é que o filme perdeu uma oportunidade que a saga "Crepúsculo" soube explorar, a relação brutal e ao mesmo tempo delicada de seus protagonistas, se preocupando mais com (enfadonhas) cenas de ação e mudanças na trama (que seriam sentidas nas continuações) a fim do filme ser somente sobre Eragon, anulando a relevância dos outros personagens.
Melhor êxito, no mesmo tema, teve a Dreamworks que lançou como quem não quer nada a animação "Como treinar seu dragão" (baseado numa série de pequenos livros infantis) e já garantiu duas continuações. Este sim, se fosse mais violento, um exemplo do que poderia ser "Eragon".

Aproveitando o Dia na Sociedade dos Poetas!

SENAI. 1989. Numa aula de Orientação Educacional. Foi nesse ambiente que acabei assistindo ao filme que me faria olhar a sétima arte de outra forma, não apenas como lazer e entretenimento, ou para rir, mas que leve à reflexão. Talvez naquela aula, o seu Milton não imaginaria que apresentando aquele filme, faria com que um rapaz, que poucas oportunidades de assistir a filmes, viraria um grande admirador! "Sociedade dos Poetas Mortos" (Dead Poets Society, 1989) teve esse efeito em mim! Mesmo já tendo assistindo a dezenas de filmes anteriores, "Sociedade" falou mais alto ao tocar em assuntos pelos quais tenho grande apreço: amizade, companheirismo e vida! O filme celebra a amizade entre os rapazes que tem pouco tempo para a diversão e muita lição e estudos a fazer! O companheirismo que fez com que Neil Perry (Robert Sean Leonard) não deixasse Todd Anderson (Ethan Hawke) isolado em seu medo interior e suas limitações. A vida! À época do filme, a expressão latina "Carpe diem" foi largamente difundida! O "Aproveite o Dia" do filme não significa aproveitar-se das coisas passageiras, mas aproveitar a vida da melhor maneira possível, fazendo-a marcante não apenas por pouco tempo, "sugá-la como mel, mas não afogar-se nela"!
Tudo começa com aquele professor que diferentemente de outros, não dá uma aula convencional e acredita que aqueles jovens podem sim pensar e tomar algum posicionamento baseado no que acreditam. O Sr. Keating (Robin Williams) não investe apenas no saber para prepará-los à faculdade, o que é obsessão de todos os pais que enviam seus filhos para a Academia Welton (Hellton, no trocadilho dos personagens), mas que são capazes de pensarem por conta própria! Honra, Tradição, Disciplina e Excelência são pilares de qualquer sociedade, o que não invalida o livre pensar! Ideias que podem transformar e nos fazer melhor! Por isso Walt Whitman tornou-se o livro de cabeceira de muita gente nessa época, pois sua poesia evoca justamente "a dança do universo da alma" e as citações de Keating nos fazem querer conhecer melhor a obra e o autor.

Embora alguém veja um exemplo de injustiça no desfecho do filme, a realidade não poderia ser mais diferente. Aqueles rapazes tímidos, cheio de receios, não se intimidaram de protestar a sua maneira e mostrar que aprenderam a lição, não somente a tomar suas decisões mas que a vida é para ser celebrada sempre! Aproveite o Dia!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

I'd die for this dance...

Final dos anos 80, começo dos 90.
Eu tinha uns 9 ou 10 anos.
Passava minhas férias de final de ano em Garibaldi, uma pequena cidade da serra gaúcha. Ainda não tinha muito interesse por filmes ou cinema... mas isso estava para mudar.
Meu primo, já amante da sétima arte, voltou para casa, vindo da locadora da cidade.
O filme, IRMÃOS GÊMEOS (1988), estrelado por Arnold Schwarzenegger e Danny DeVito, contava a história de uma ambiciosa experiência genética que buscava gerar um ser perfeito. Como não poderia deixar de ser, algo dá errado e nascem gêmeos que em nada se parecem. Um, cheio de virtudes; o outro, quase sem nenhuma. O encontro dos dois deflagra cenas hilárias e a busca por sua história e a mãe perdida começa.
É possível que a presença do Governator tenha me atraído na época, mas quem tatuou esse filme no hall dos meus mais queridos nasceu no Hawaii, tem 1,70 m, belos olhos e atende pelo nome de Kelly Preston.
Ela fazia a irmã da namorada de Vincent (DeVito), Marnie, que se interessa por Julius (Schwarzenegger) já no primeiro encontro. No filme loira, ela roubou os meus sonhos durante boa parte da minha adolescência. Duas cenas em especial me faziam pensar "Por que não comigo?"...
Na primeira, quando eles começam sua viagem, Julius pensa que irá na frente, ao lado do irmão. Entretanto, a namorada ocupa o lugar fazendo com ele vá para o banco de trás. Quando ele abre a porta, a visão de Marnie é totalmente DELIRANTE!!!!! Só faltava o ventinho, estilo A DAMA DE VERMELHO, para esquentar mais as coisas.
A segunda... bem, a segunda explica o título desse post. Quando param para passar a noite durante a viagem, eles decidem dançar. Ao som de uma música TOTALMENTE anos 80, os quatro bailam. Essa efetivamente seria uma dança pela qual eu morreria...

domingo, 5 de dezembro de 2010

A primeira vez do Homem dos Dados


Bem vindos!! Meu primeiro post vai ser para falar sobre minha primeira experiência como cinéfilo, ou seja, qual minha primeira memória cinematográfica (não necessariamente numa sala de cinema), e minha consciência cinematográfica está relacionada aos filmes de ação oitentistas que meu pai assistia na tv, e talvez por consequência disso minhas primeiras memórias quanto narrativas cinematográficas remetam aos tokusatsus que passavam na tv Manchete, que eram um gênero de ação e aventura. Tudo naquela época remetia a muita testosterona, mesmo nos desenhos animados, então as novelas passaram despercebidas para mim. E como deu pra perceber, as salas de cinema não fizeram parte desse meu início, pois era uma época que as salas de cinemas caiam no esquecimento no Brasil muito antes dos multiplexes, e as locadoras já começavam a tomar conta de cada bairro.
Então o primeiro filme que tenho consciência completa de ter gostado e venerado foi uma aventura oitentista que marcou muita gente: "Os Goonies" de 1985 dirigido por Richard Donner (o cara de "Superman - o filme"), produzido e "idealizado" por Steven Spielberg, e escrito por Chris Columbus (que mais tarde se revelaria como diretor em "Esqueceram de mim"). O filme é uma versão infantil de Indiana Jones, cheio de suspense, aventura e ação, como era comum naquela época, mas este filme resistiu ao tempo e ainda é uma ótima sessão da tarde.
Mas para explicar porque este filme me é importante, é preciso entender o ambiente em que eu vivia, e era o da maioria dos quase trintões. Schwarzenegger, Stallone, Van Damme reinavam na tv e no cinema, e se quisessem um cinema mais emocional, teriam que procurar bem, e geralmente se viam coisas repetidas, como os filmes de John Hughes que mostravam toda uma geração de adolescentes do tipo Ferris Bueller. Na tv as crianças eram disputadas por Xuxas, Angélicas, Maras, Marianes, Vovós Mafaldas, Sérgios Mallandros... Desenhos animados não tinham sido banalizados pela tv a cabo... Então existia uma valorização da infância também. E "Os Goonies" mostravam uma turma de crianças, amigas, que se intitulavam Goonies, como num clube. Sob a ameaça de serem expulsos do lugar onde moram por uma empreiteira, já que seus pais não continham o dinheiro necessário para ficarem, eles embarcam numa caça ao tesouro do pirata Willy Caolho, mas no caminho e na cola deles está a família Fratelli, a personificação dos Irmãos Metralha. A maior parte do filme se passa numa caverna um tanto secreta, que cruza quase toda a cidade, e que está cheia de armadilhas, então havia o suspense e a emoção do inesperado. Que criança não queria estar nesta aventura?
Eu mesmo criei um clube chamado Aventurez na época que assisti ao filme pela primeira vez, numa Tela Quente, mas confesso que eu era praticamente o único membro. O filme abriu um precedente de filmes do gênero "crianças no comando" que já havia começado com a comédia de horror "Gremlins" e até mesmo "De volta para o futuro" (Michael J. Fox já tinha 23 anos), e se estendeu pra dramas como "Conta Comigo" e aventuras mais caras como "Querida, encolhi as crianças" (o primeiro filme que assisti numa sala de cinema). Ou seja, não tinha como não gostar de "Os Goonies".
Como a maioria dos filmes oitentistas, é difícil avaliar a qualidade técnica cinematográfica de "Os Goonies", a fotografia funciona, a trilha sonora funciona, os atores não dão vexame, mas todos estes filmes parecem seguir uma cartilha anti-risco que predominou os anos 80 inclusive na música, o que não é um demérito, pois ninguém vai ficar encontrando defeitos num projeto que mora no coração da gente.