sábado, 5 de março de 2011

Eu pretendo visitar o Royal Palms!

Você acorda no meio da noite, após farrear. O local, um resort chamado Royal Palms. Dentro de um bangalô, diversas pessoas te cercam, pedindo para que ajude alguém, que está la fora. Mas esta pessoa não está sozinha. Os zumbis caminham pela ilha. E você, agora, é uma das presas.

Dead Island, jogo que está sendo desenvolvido pela Techland para PC, Xbox 360 e PS 3, começa da forma narrada acima. A premissa, um jogo de mundo aberto onde o jogador deve sobreviver a um holocausto zumbi em uma ilha. Qualquer objeto pode se tornar arma. Sobreviver é o seu único objetivo.

Em uma primeira análise, nada de novo. A história de jogos (e filmes) de zumbis é sempre a mesma. Talvez fosse esse o meu pensamento se tivesse tomado conhecimento do jogo através de um mero post. Mas não foi isso que aconteceu comigo. Assisti ao trailer a seguir, e fiquei embasbacado. Confira:



O início do vídeo, com uma música no melhor estilo LOST, já começou a criar o clima. Detalhe que a própria abertura, com o close em um olho também remete à série da ilha. As sequências vão sendo montadas e, percebemos que temos duas linhas temporais, uma em reverso e a outra normal, que caminham uma em direção da outra. A inexistência de nenhum diálogo, mas gritos e ganidos só torna mais brilhante esse teaser. Os elementos de um bom filme (isso mesmo, filme!) estão todos lá. O final apoteótico, mostrando a família ao chegar ao resort, completa o êxtase.


Os jogos de hoje em dia estão cada vez mais surpreendentes. Com bons roteiristas, as histórias são intrincadas e, passar horas "atuando" como um dos personagens torna-se mais impactante. God of War, Infamous, Batman: Arkham Asylum, Heavy Rain, Uncharted são alguns nomes de ótimos jogos, e que anunciam uma safra cada vez melhor de games.


Propaganda é a alma do negócio e, posso dizer, que Dead Island já conquistou pelo menos um comprador para o jogo. Espero poder, daqui a alguns meses, voltar aqui e escrever uma boa crítica sobre o jogo. Isso se sobreviver ao resort Royal Palms... e a seus visitantes indesejados!


sexta-feira, 4 de março de 2011

Direto da Telona: Cisne Negro

Em 1876 o compositor russo Tchaikovsky recebeu do Teatro Bolshoi o pedido de um balé, e no ano seguinte ele entregou "O Lago dos Cisnes", um balé em 4 atos que tinha trama baseada num conto de fadas alemão. A complicada trama fala sobre um príncipe que se apaixona por uma princesa amaldiçoada por um feiticeiro a viver com suas serviçais como um cisne branco, e que só pode virar humana durante a noite. Mas o príncipe é enganado pelo feiticeiro, e promete se casar com uma garota muito parecida com sua amada, pensando ser ela salva da maldição. A tal garota é o oposto da princesa, então chamada no balé de Cisne Negro. Ao perceber o que aconteceu, o príncipe procura sua amada no lago e promete se matar com ela para quebrarem o feitiço.

O que realmente importa no balé são as danças, e a história não é contada por diálogos, portanto muitas interpretações podem ser feitas daquelas imagens. O filme Cisne Negro usa uma versão parecida, mas não explica exatamente quem é a cisne negro, somente que é muito malvada.

olhos de cisne
Toda esta trama fica como pano de fundo psicológico para o tormento da tímida e frágil bailarina Nina, interpretada excepcionalmente por Natalie Portman, que ficou com o Oscar de melhor atriz pelo papel (o filme também concorreu a filme do ano, diretor, fotografia e montagem). A já não tão jovem bailarina quer ficar com o papel principal da montagem de "O Lago dos Cisnes" de sua companhia de balé, mas para isso precisará deixar toda sua perfeição técnica um pouco de lado para também viver o dissimulado papel do Cisne Negro. Durante os ensaios os problemas psicológicos de Nina, e seu conflito interno para despertar a sensualidade e sedução que o Cisne Negro pede ganham contornos assustadores. E tudo só piora com a presença da sedutora e talentosa bailarina Lily, que sutilmente é o oposto de Nina, deliciosamente interpretada por uma Mila Kunis que nada lembra seu papel em That's 70s Show.

sensualizando
O filme acompanha essa paranóia aterrorizante de Nina para a perfeição do balé com muitos sustos, cenas escuras, sexo, drogas e efeitos especiais fantásticos. Tudo surpreende. A estranheza do começo do filme quanto a idade da personagem e como Natalie Portman se encaixa no papel ficam esclarecidas pela mãe controladora de Nina vigorosamente vivida por Barbara Hershey. O ator Vincent Cassel vive o diretor do balé, e sem ele Natalie não iria conseguir dar tanta densidade em Nina. E então temos a participação especial de Winona Ryder como uma bailarina alcoólatra que está se aposentando e sendo substituída por Nina. E todo o trabalho técnico, dos efeitos sonoros a fotografia, definem o conceito bem elaborado de um filme sobre o mundo do balé.

Muitos podem vir a torcer o nariz para a mistura de fantasia, terror psicológico e sensualidade que o filme faz, mas está de acordo com a trajetória do diretor Darren Aronofsky. Pi de 1998, o primeiro filme do diretor, fala sobre um matemático que descobre uma equação capaz de transformar a indústria eletrônica, e que entra numa paranóia de estar sendo perseguido por todo o mundo. Cisne Negro é uma continuação mais elaborada e feminina deste tema.

Mila Ku
Entre as curiosidades está uma cena onde Nina não consegue convencer como o Cisne Negro, então o diretor manda parar o ensaio e pergunta para o bailarino que a acompanha "Você transaria com esta bailarina?", ele não responde por respeito a ela, mas demonstra que não o faria. Mas na vida real foi com este bailarino que Natalie Portman se casou e terá um filho.

E depois deste avanço de Aronofsky na narrativa, na técnica e no uso de efeitos visuais que não saltam aos olhos, mas fazem muito bem ao filme, só podemos esperar para ver o que ele fará com The Wolverine, continuação que não é continuação de X-Men Origens: Wolverine, e que será seu primeiro trabalho por encomenda.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Direto da Telona: O Discurso do Rei

Era para ser uma peça de teatro, mas o ator e produtor Geoffrey Rush, viu em "O Discurso do Rei" (The King's Speech, 2010) material potencial para se fazer um filme. Acreditou tanto no material, que o mesmo acabou por arrebatar 12 indicações ao Oscar® e abocanhou 4 prêmios, entre eles o de Melhor Filme, Diretor, Ator e Roteiro Original - ou seja - os principais prêmios da Academia.

O filme conta a história do Rei George VI (Colin Firth), que antes de ser coroado, era um princípe tímido e acanhado e com sérios problemas de fala, oriundos de uma infância sem a presença dos pais e com uma dura educação, em que as babás eram a figura materna mais próxima, mas longe de ser meiga e suave. Isso fica claro em uma das cenas mais emblemáticas, quando sua alteza conta sua experiência com uma dessas babás cantando para conseguir expor essa dolorosa fase.

As dificuldades de fala do principe, o impede da falar em público, numa época em que o rádio começa a se expandir e esse meio de comunicação era utilizado para que seus líderes pudessem se aproximar do povo, afinal, até esse evento, a distância entre a realeza e o povo era suficiente para exigir eloquência de seus líderes. Os tempos porém, eram outros!
Mesmo sendo o segundo na sucessão ao trono e concluindo que todas as terapias e tratamentos não o ajudariam, sua esposa Elizabeth (Helena Bonham Carter) insiste que ele tenha um tratamento para  curar a gagueira. Na procura por um especialista, ela encontra Lionel Logue (Geoffrey Rush), que usa de métodos pouco ortodoxos para chegar ao resultado por sua alteza. É interessante ver que a relação entre a realeza e esse plebeu, se dá de maneira contrária a de submissão que era esperada, quando os dois estão no consultório, tanto que Lionel chama o príncipe, e depois o futuro rei, pelo apelido que somente os mais próximos sabiam - Bertie.

Após o irmão mais velho abdicar ao trono inglês, George se vê na obrigação de assumir o trono, mas isso, governar o povo inglês, não é uma tarefa assim tão difícil. Complicado, será se comunicar com o povo que na época, está empolgado com a propagação do rádio, e o mundo vivendo momentos conturbados em que a palavra dos líderes é importante e motivadora.

É nesse momento que seu amigo e consultor para a fala entra em ação, para que o agora Rei George VI, consiga fazer talvez, o pronunciamento mais importante se sua vida - a declaração de guerra contra a Alemanha de Hitler, que se contrapondo ao monarca inglês, é um orador de grande eloquência.

O filme é um tanto lento, tanto que logo no início crê-se que dessa tela nada sairá, mas com o passar do tempo, há um progresso e você acaba envolvido pelos personagens, principalmente pela forte e brilhante atuação de Colin Firth e Geoffrey Rush. Helena Bonham Carter também está confortável e esbanja atuação em uma personagem "normal" depois de muito tempo. Podemos dizer que "O Discurso do Rei" é um filme "certinho", que conta uma história de superação de uma pessoa real, que a maioria das pessoas podiam imaginar isenta de problemas e limitações. Justamente por ser esse filme que segue a cartilha hollywoodiana, o filme não vai além de um "bem feito", e por ser um filme de grandes atuações e com muitos diálogos, o espectador pouco acostumado aos filmes mais artísticos, achará "O Discurso do Rei" enfadonho e chato, como deve ser qualquer discurso político de 2 horas!

quarta-feira, 2 de março de 2011

ThunderCats: o primeiro Teaser!






Algum tempo atrás falamos sobre o retorno dos ThunderCats, quando as primeiras imagens foram divulgadas. Agora, voltamos ao assunto para comentar sobre o primeiro trailer do desenho, que deve pintar em meados deste ano nas telinhas estadunidenses. Confira:



Legal! Muito legal mesmo!

Interessante que, aparentemente, aprenderemos um pouco mais sobre o que aconteceu em Thundera que obrigou nossos heróis a partir rumo ao Terceiro Mundo. Além disso, será contada a história de como Lion-O "herdou" a espada justiceira.

Mesmo sem nenhum diálogo, são empolgantes as cenas de luta/batalha, em especial as de Cheetara e Tygra. WilyKat e WilyKit também fazem a sua aparição, rápida mais serve para aguçar mais ainda os ânimos.

Para completar, a imagem abaixo do Thundertanque, que dispensa comentários.


Nessa hora, a espada justiceira faz falta. Talvez a visão além do alcance possibilitasse vermos um pouquinho mais. Que venha o desenho!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Direto da Telona: BRUNA SURFISTINHA


Que lugar melhor do que a praia para assistir ao filme Bruna Surfistinha (2011)? Pois bem, aproveitando um final de semana com minha namorada no litoral, fomos assistir ao novo filme de Deborah Secco. E, a cada vez que lembro do filme, gosto menos do mesmo...

Não li o livro de Raquel Pacheco, O Doce Veneno do Escorpião, e portanto não sei o quanto de história existe no que me parece ser um livro de memórias. Mas o fato é que o roteiro gerado a partir do mesmo não diz a que veio. Na verdade, o que nos perguntamos ao final da projeção foi exatamente se existia uma história a ser contada por traz de Bruna Surfistinha. E chegamos a irremediável resposta negativa.

Efetivamente não existe uma aproximação real com a personagem. O roteiro é muito superficial quando nos apresenta a adolescência da menina que se tornaria garota de programa. Seus problemas com os pais não são bem elaborados e, quando esta foge, não conseguimos ver um motivo real. Sei que ele deve ter existido e, talvez, se isso fosse melhor explorado, a sensação ao final do filme fosse melhor.

Deborah Secco defende a personagem com unhas e dentes. É interessante ver o quanto que essa atriz evoluiu ao longo de sua carreira. Como ela sabe entregar aos telespectadores as sensações/mudanças que acontecem com sua personagem ao longo do filme. Sua atitude se sobressai em um filme que o elenco, em geral, está muito bem. Cássio Gabus Mendes, Drica Moraes, Fabiula Nascimento, todos muito bem, na medida certa. Méritos, portanto, ao diretor Marcus Baldini que soube conduzí-los de forma orgânica em seu primeiro filme.

A verdade é que o filme não poderia ter saído em outro momento. Com toda essa conversa em torno de redes sociais, twitter, as pessoas se expressando e dizendo o que pensam, uma prostituta que fez sucesso através de um blog é algo que deve ser tratado. Tratar sexo de uma forma mais aberta, sem colocá-lo como tabu, também é interessante (apesar de ter sentido que algumas cenas do filme são gratuitas, mas tudo bem). Hoje as pessoas dizem o que pensam, muitas vezes sem se preocupar com algum contexto, uma história por trás.

Sinto, no cinema, essa necessidade de uma boa história a ser contada. E não senti isso nesse filme. Tecnicamente muito bom, faltou algo essencial: um bom roteiro.