sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Games para Smartphones: diversão no corre-corre do dia a dia!

Todo gamer sabe que, quanto mais responsabilidades ganhamos ao crescer, mais difícil fica dedicar tempo ao seu console em casa. Não é falta de vontade, mas sim pura falta de tempo. Os Smartphones - aparelhos que também são telefones, sua operação menos interessante, rs - acabaram por se tornar os novos consoles do trabalhador com dia corrido do nosso tempo. Eu, por exemplo, costumo jogar entre uma andança e outra pela cidade, seja em ônibus, metrô ou qualquer outro meio de transporte que seja necessário para cruzar a "pequena" SP.

A ideia desse post e citar alguns dos jogos que tem ocupado mais o meus momentos de translado. Jogo-os em um iPhone, mas eles também se encontram disponíveis em outras lojas virtuais. Joguem e se divirtam!



Game Dev Story é uma espécie de RPG em que você é o manda-chuva de uma empresa fabricante de games e seu objetivo é, obviamente, alcançar sucesso em suas empreitadas. Para tanto você deve analisar o mercado (há um periódico fictício que te mantem atualizado sobre os novos consoles e sobre o que as pessoas andam jogando), escolher o tipo de jogo, contratar e treinar a sua equipe e cuidar para que os mesmos tenham um ambiente bom de trabalho, para que possam criar o melhor jogo e sua empresa possa lucrar bastante. Muito divertido, o jogo te oferece uma imersão imensa levando em conta a pequena tela. Com gráficos modestos mas muito inspirados, é possível passar vários minutos jogando!



About Love, Hate & the other ones é um jogo de passatempo. A diversão consiste em levar um dos dois personagens (Love é o com a florzinha na testa) até o botão vermelho em cada tela. Bem fácil nas primeiras fases, o jogo passa a criar mais dificuldades e outros personagens verdes (os other ones) aparecem e podem ajudar ou atrapalhar e aí vem a explicação dos nomes dos personagens: Love atira um raio que os faz andar em sua direção; o raio de Hate faz com que os mesmos se afastem. Ocupa bem o tempo de 3 ou 4 estações de metrô!




Saudades dos jogos de plataforma? E de atirar em pequenos inimigos? E se isso tudo viesse em uma roupagem estilo 8 bits, com musiquinhas que grudam na mente? O jogo que você está procurando é Mutant Mudds! Avance fase a fase, encontrando novos tipos de inimigos e aprendendo a se desfazer dos mesmos, sempre pulando de plataforma em plataforma. Foi o estilo, nesse caso, que me cativou. A jogabilidade, tão complicada nesse tipo de jogo para a telinha do Smartphone, é surpreendentemente boa e viciante. As trocas de profundidade de tela são algo a parte, tornando a experiência muito mais interessante. Gaste a sua bateria jogando sem parar!!! ;-)





E por último, o jogo que mostra o quão longe George Lucas vai para conseguir mais alguns dólares com sua franquia. Brincadeiras a parte, quem gosta de Angry Birds precisa ter em seu dispositivo a versão Star Wars. Divertida pelo simples fato de trazer os pássaros nervosos na roupagem dos Rebeldes ou do famigerado Império, a aventura traz a trilha sonora clássica e ótimas decisões na hora de criar os poderes que cada ave possui. Divirta-se sacando o sabre de luz de Luke ou atirando com os lasers de Han Solo (ou simplesmente demolindo tudo como Chewie!). Usando tudo que todas as versões anteriores possuíam (em especial a influência da gravidade já introduzida no AB Space), ocupa o seu tempo e consome a sua bateria de forma rápida e eficaz. A versão HD do iPad ficou belíssima.

Direto da Telona: O LADO BOM DA VIDA


O LADO BOM DA VIDA (Silver Linings Playbook, 2012), produção de David O. Russell (O Vencedor), é um filme preocupado com seus personagens. Sendo uma das marcas do diretor deixar os atores mais à vontade - sem grandes interferências - torna-se possível que esses desenvolvam suas personas ficcionais a contento, deixando-nos a vontade para também classifica-lo como um filme de atuações. E as dessa película não decepcionam.


Bradley Cooper é Pat Solitano, um paciente bipolar - que em uma de suas crises quase comete uma fatalidade - tentando de toda forma uma reunião que ao seu ver é inevitável. Jennifer Lawrence vive Tiffany, mulher que transforma sua dificuldade em superar a morte do marido em agressividade direcionada ao mundo. E é essa condição psiquiátrica desbalanceada em comum e a busca por sua superação que os une, ainda que se estranhem inicialmente. Por meio de amigos, os dois se envolvem em um jogo que visa a melhora (ou seria o benefício?) de ambos.


Na película, o diretor acerta ao dar espaço para as fantásticas interações entre Cooper e Lawrence. Seus diálogos - afiados, bem humorados e carregados de emoção e sarcasmo - são declamados como enxurradas, envolvendo todos ao redor, inclusive o público. O trabalho de movimento corporal e os olhares e indagações são impressionantes. Nunca estive frente a frente com alguém com transtorno bipolar, mas Cooper convence em sua angústia, em especial em uma cena em que contesta o final de um livro de Hemingway.

Mesmo abordando temas sérios, o filme desenvolve humor de sobra em seu material. Sua montagem privilegia os diálogos rápidos, mas nem por isso rasos, dos atores. Pelo contrário, vemos as características de cada personagem transbordarem na forma como se expressam, seja em um pai com transtorno obsessivo-compulsivo voltado para seu fanatismo por futebol americano (com uma ótima atuação de Robert De Niro, como há muito não se via), ou em uma mãe dedicada à melhora do filho, ou mesmo no amigo, doidinho, que entende Pat tão bem (com o divertido Chris Tucker), expoentes no ótimo elenco de apoio. Divirta-se com a cena da "aposta", em que todos falam ao mesmo tempo, a melhor do filme na minha opinião.


O clímax torna-se memorável por não ser exagerado ou carregar demais nas ações. Engraçado, é um momento que defende firmemente a positividade, tão repetida por Pat ao longo do filme. Com inteligência e sem apelar para a breguice, o diretor - e todos os envolvidos na produção (com destaque para uma ótima trilha sonora) - conseguem trazer um humor comedido e oportuno para uma trama carregada e pesada. A sensação é a de assistir a um road movie sem a estrada. É um rito de passagem, e o resultado é encorajador.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Direto da Telona: Amor, ou O Filme Tristíssimo do Ano


Dos indicados ao Oscar a melhor filme deste ano, dois títulos chamam a atenção: são eles Indomável Sonhadora, filme estadunidense de estréia de Benh Zeitlin sobre o furacão Katrina, e o outro é o franco-austríaco Amor, dirigido pelo veterano alemão Michael Haneke. Veterano também em ganhar prêmios: são 59 prêmios (entre eles a Palma de Ouro em Cannes por este e por A Fita Branca de 2009) e 49 indicações.

O cinema francês vem mostrando força e influência na indústria cinematográfica americana nos últimos anos, culminando no Oscar do ano passado com o franco-americano O Artista, e neste ano já se tinha a certeza de que outro filme francês teria destaque no Oscar: Os Intocáveis, que não ganhou nenhuma indicação e curiosamente vai ganhar uma versão americana.
As indicações ao Oscar podem não medir a qualidade de nenhuma produção de fato, afinal se trata de um prêmio da indústria, e produções estrangeiras ganharam espaço nos últimos anos por motivos nem tão nobres, mas um filme como Amor não recebeu indicações a melhor filme, filme estrangeiro, diretor, atriz e roteiro original apenas por questões comerciais, também se trata de um serviço.
Uma das cenas mais tensas do Cinema

O protagonista Georges (o incrível Jean-Louis Trintignant) tranca a porta do quarto quando recebe visitas em casa, a fim de evitar que vejam sua esposa definhar numa cama. Mas os espectadores podem dar uma espiada (muito indiscreta) neste Big Brother da Terceira Idade, e com muita calma são convidados a refletir sobre a situação dos idosos numa sociedade ocupada demais que poderia estar em qualquer lugar, ao mesmo tempo em que podem apreciar o melhor do cinema.

Com uma fotografia inspirada (se prepare para não acompanhar o protagonista quando ele dizer que vai buscar algo) que favorece de maneira singular o cenário (basicamente um amplo apartamento em Paris, mas que poderia estar em qualquer lugar), os móveis (que são uma extensão do casal) e principalmente o trabalho primoroso dos protagonistas, em especial  a atuação física e sem vaidade de Emmanuelle Riva, que vive a simpática professora de piano aposentada Anne, que definha nos 3 atos do filme.
O diretor e seus astros

O engenhoso roteiro de Haneke em 3 atos é repleto de ótimos diálogos, e já começa com uma rápida cena que prepara o público para o rumo que o filme tomará, e de quebra ajuda a manter uma tensão assustadora por todo o filme. Nada é entregue gratuitamente: o público não sabe exatamente dos problemas de Anne, nem de onde vem/veio a renda do casal. Há um distanciamento anormalmente formal entre o casal, a filha (vivida por Isabelle Huppert) e os outros personagens, e algumas marcas (como a do protagonista abrir a carteira de tempos em tempos) que levam a reflexão. Sem contar o brilhante (e moralmente importante) final, que surpreende mesmo depois do aviso da primeira cena.



Alguns críticos chamam o filme de tristíssimo, mas não há nenhuma cena feita para as lágrimas. O que é de fato triste, é constatar que ser idoso não é fácil para ninguém, e o filme está ali para ser lembrado por muito tempo depois que você sair do cinema. Haneke deixa claro que ele não quer te emocionar, nem simplesmente fazer um bom filme, mas fazer você pensar sem ser didático, nem esfregar tudo na cara do espectador. Às vezes o sutil machuca mais.