“Esta é Berk. Fica doze dias ao norte do desânimo e alguns graus ao sul de morrendo de frio. Ela é enraizada no meridiano da tristeza. Minha aldeia. Em uma palavra: sólida. Ela existe há sete gerações, mas todas as casas são novinhas em folha. Temos pesca, caça e um pôr-do-sol encantador. O único problema são as pragas. Sabe, os lugares costumam ter ratos ou mosquitos... nós temos DRAGÕES!”
Com essas palavras começa a animação que me fez escrever hoje, dia de natal, este post: Como Treinar O Seu Dragão (2010). Há algum tempo o Homem dos Dados me recomendou este filme, falando muito bem sobre o mesmo. Após assisti-lo, pude entender o porquê.
A história gira em torno de um jovem Viking que aspira enfrentar dragões, mas que acaba encontrando seu melhor amigo em um deles. Nada de novo aqui. A novidade é a forma simples e sensível com que a DreamWorks conseguiu tratar assuntos como amizade e respeito mútuo. Interessa a jornada do garoto, a forma como ele entende o mundo, as pessoas, os dragões. Os diálogos diretos e o ritmo do filme conseguem prender a atenção tanto de crianças quanto de adultos.
Em certo momento do filme, uma das personagens pergunta a Soluço, o protagonista, por que ele não matara o dragão na primeira vez em que o vira. Ele responde: “Eu não podia matá-lo porque ele estava tão assustado quanto eu. Quando eu olhei para ele, eu vi a mim mesmo”.
Tecnicamente bonito, com uma bela paleta de cores tanto nas cenas diurnas quando nas noturnas/sombrias, um roteiro bem amarrado, um belo trabalho na trilha sonora, é uma ótima pedida para este natal. Assistir em Blu-ray em um aparelho Full HD só realça mais a beleza do desenho. Pena que não assisti no cinema, em 3D. Fiquei imaginando a sensação em diversas cenas. Ele foge do usual “jogar coisas no espectador”. As cenas de vôo impressionam.
Recomendação máxima.
É uma aventura Viking... e ser Viking, por si só, é um risco ocupacional...