sábado, 11 de janeiro de 2014

TV: Amores Roubados


Poucos meses atrás os sites de fofoca explodiram em suposições e, mais tarde, confirmações da separação do casal de atores Cauã Reymond e Grazi Massafera, e principalmente de que a separação aconteceu após a traição do ator com a colega de cena Ísis Valverde durante as gravações da minissérie "Amores Roubados", negado pelos atores. Eis que um escândalo pessoal quase arruinou qualquer maneira de divulgar o produto, onde os supostos amantes fazem par romântico. Mas o escândalo foi, de uma maneira ou outra, contornado.Baseado no romance policial "A Emparedada da Rua Nova" do pernambucano Carneiro Vilela, lançado em 1886 (!), e relançado com evidente sucesso como folhetim entre 1909 e 1912, o roteirista George Moura e o diretor José Luiz Villamarim ensaiam a adaptação desde 1996, quando foram assistentes de direção na novela "O Rei do Gado". Desde então Moura se dedicou mais aos roteiros de filmes como "Linha de Passe" e do vindouro "Os Últimos Dias de Getúlio" e de programas como "Por Toda a Minha Vida" (pelo qual recebeu diversas indicações ao Emmy Internacional) e chamando a atenção em 2013 com "O Canto da Sereia". Villamarim dirigiu diversas novelas sem muita expressão até chamar a atenção com "Força Tarefa", e é evidente que "Amores Roubados" nunca existiria sem o sucesso de "Avenida Brasil" e "O Canto da Sereia", num formato completamente novo pra uma minissérie. E a próxima tarefa da dupla será o ambicioso remake da já ambiciosa "O Rebu" (novela dos anos 70 que contava uma história que durava apenas dois dias).
Respectivamente autor e diretor
 fotografados por Walter Carvalho

O romance original conta a história da fúria sanguinária de um homem pela traição da mulher, e o desgosto de ter uma filha grávida e abandonada. O clássico "resolver as coisas na peixeira". Muitos dos elementos presentes no romance merecem menção, como a posição da mulher na sociedade, o machismo e principalmente o coronelismo sempre muito presente no interior do país. A contemporânea adaptação televisiva revisita todos estes temas de maneira igualmente sutis e objetivas pelas ações dos personagens.Na TV, o protagonista é o funcionário de vinícola Leandro (um cada vez mais interessante Cauã Reymond), o Casanova nordestino que no romance original desonra a mocinha. Mulherengo, ele diz gostar do perigo, mas sua fragilidade aparecem no retorno de sua mãe Carolina (na ótima persona de Cássia Kiss Magro), uma prostituta e cafetina falida que ensaia um retorno às raízes e a cuidar do filho desgarrado e magoado, e principalmente no encontro com Antônia (a sereia Ísis Valverde), filha do poderoso vinicultor Jaime (um tranquilo e mais presente Murilo Benício) com a depressiva Isabel (Patrícia Pilar, fazendo uma Constância de "Lado a Lado" pouco mais frágil e menos má). Aqui é Antônia quem usa a sedução às avessas o provocando com frases como "tá faltando cabra macho nesse sertão", dele ter medo do "coronel" ou de uma garota no comando, rindo do fato dele ter broxado e dando a ele uma segunda chance. O primeiro beijo do casal veio dela, numa bela cena com ele estático, ferido, e chocado.
 Mas "Amores Perdidos" fala de vários amores perdidos. O da mãe que perdeu o amor do filho, o do marido que perdeu o amor da triste esposa, o do pai que perdeu o amor da filha, e alguns bastante doentios, como o do capanga João (um assustador Irandhir Santos) que nunca teve o amor de Antônia, e não tem pudores de mostrar sua frustração. E com tanta perdição há conseqüências, que devem ser sangrentas nos últimos cinco capítulos.A paixão sem dúvida acomete Leandro, mas nestes primeiros cinco de dez capítulos, o que chamou a atenção não foram as cenas com o suposto casal de amantes da vida real, mas sim as tórridas cenas de sexo (e estamos falando sobre uma minissérie que fala sobre sexo e sedução) entre Leandro e Celeste (a deslumbrante Dira Paes), esposa de Cavalcanti (Osmar Prado), o segundo homem mais poderoso da região.Alguns podem criticar o ritmo lento, mas mesmo a história podendo ser contada em cinco capítulos, teríamos um outro e inferior resultado (algo como "Sexo e Caçada no Sertão"). E há de se aproveitar o excelente cenário (mais de 70% foi gravado ao ar livre no Piauí e Bahia), a fotografia incrível de Walter Carvalho (saído do cinema em obras como "Central do Brasil", começou a flertar com a TV na novela "Lado a Lado"), e revelações como a de Jesuíta Barbosa, o jovem ator de "Tatuagem" que aqui faz Fortunato, melhor e único amigo de Leandro.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

daPoltronaCast - 2013 em Review

2014 chegou, e a Liga da Poltrona pouco a pouco retorna na vida de todos.
Para comemorar, começaremos o ano com a estréia do daPoltronaCast, e neste primeiro programa o Homem dos Dados, Juliano e Sergio conversam sobre o cinema em 2013, o que esperar de 2014 e dicas bacanas do que ler, assistir, jogar. Esperamos que se divirtam tanto quanto nós, e que comentem e mandem sugestões.



Para fazer o download do podcast (112 MB), clique aqui.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A nova Detective Comics #27!


A editora de quadrinhos DC não tem esse nome por acaso!

Em 1937, a revista DETECTIVE COMICS foi pela primeira vez publicada. Originalmente uma antologia para contos de detetive, a revista tornou-se uma das principais publicações da então National Allied Publications, que mais tarde se tornaria a DC Comics.

Em maio de 1939, um dos maiores heróis (senão o maior) do panteão da DC (quiçá de todos os tempos) fez a sua estréia, na Detective Comics de número 27: BATMAN!



E agora, em 2014, graças ao advento dos Novos 52 (2011) que zerou todas as séries da DC, uma nova Detective Comics #27 foi lançada! Agora exclusiva do Homem-morcego, a HQ foi planejada para festejar o herói e traz uma bela reunião de bat-criadores, incluindo Neal Adams, Frank Miller, Scott Snyder, Brad Meltzer, entre outros. São 7 estórias, com capas próprias e times diversos, que captam bem a psiquê de Batman.

Um trabalho de primeiríssima qualidade nos oferece a oportunidade de viajar por várias abordagens do herói mais taciturno da quadrinhosfera: o didatismo de Brad Meltzer, o tom old-school de Neal Adams, o espírito explosivo de Francesco Francavilla e a coerência carregada de criatividade e ousadia de Scott Snyder.

Quase todos os personagens mais importantes de Gotham aparecem, tantos os aliados quando os inimigos. Os ilustradores, cada um com o seu traço, prestam homenagem atrás de homenagem a todos esses anos de uniformes diferentes, cintos de utilidade, e bat-apetrechos! Destaque para as capas de Frank Miller e Jock, duas obras de arte. O trabalho de Iam Bertram remete a CAVALEIRO DAS TREVAS, mesmo não tendo sido ele o artista da famosa HQ.

As duas últimas peças são fenomenais e, com respeito, brincam com as possibilidades de Batman, um personagem impossível na realidade, mas que se torna real no turbilhão de possibilidades que o lápis e o papel permitem. 

Infelizmente, ainda existe um certo distanciamento das pessoas com relação aos quadrinhos, mesmo com a crescente influência que esses exercem sobre as demais mídias ultimamente. Dar uma chance a esse universo é mergulhar em uma experiência divertida (lembre da Mônica) e densa (lembre da trilogia de Nolan). E Batman é um grande ponto de partida!



Enfim, é uma HQ recomendadíssima, leitura obrigatória para fãs do Homem-morcego!

Já disponível no ComiXology, deve chegar logo logo às bancas tupiniquins!