quinta-feira, 24 de março de 2011

O Primeiro Vingador

Saiu nesta quarta-feira o trailer completo de Capitão América: O Primeiro Vingador. Anteriormente havia sido lançado apenas um teaser e um trailer simples que não explicava a história.
2011 é o ano dos (grandes) super heróis no cinema: Capitão América, Lanterna Verde, Thor e X-Men. Mas Capitão América é o mais importante herói da Marvel, e o líder dos Vingadores (a "Liga da Justiça" da casa de idéias Marvel). Vingadores, vale lembrar, é o principal projeto da Marvel para o cinema, pois reuni todos os seus grandes heróis (exceto aqueles que ainda estejam sob responsabilidade de outros estúdios) e será lançado em maio de 2012.
O Primeiro Vingador  é dirigido por Joe Johnston (de Jumanji e Rocketeer) e vai mostrar como o franzino Steve Rogers (Chris Evans sob efeitos visuais) insistiu no alistamento do exército para defender seu país durante a Segunda Guerra Mundial e acabou recrutado para uma experiência científica patrocinada pelo governo e Howard Stark (Dominic Cooper), pai do Homem-de-Ferro Tony Stark. Na experiência ele ganha massa muscular e força sobre-humanos (Chris Evans sem efeitos visuais), que junto de seu tecnológico escudo de adamantium o transformam numa poderosa arma de guerra. O resto da história deverá ter muitas surpresas para cruzar informações com os filmes Thor, Incrível Hulk, Homem de Ferro 2Vingadores. O grande vilão deste filme será o Caveira Vermelha (Hugo Weaving), que se revela rapidamente no trailer.
Então assista ao trailer, que é muito melhor que o de Lanterna Verde, pois mostra que piadas podem ser feitas sem perder a seriedade de um herói.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Direto da Telona: RANGO


Nos dias de hoje, com internet e tantos outros meios de divulgação, o excesso de publicidade pode acarretar tanta expectativa sobre alguns filmes que a sensação ao assistí-los, mesmo quando esses possuem qualidades, é de que estamos diante de algo morno que foi vendido como quente. Felizmente esse não é o caso de RANGO (Rango, 2011), animação de Gore Verbinski.

Basicamente o filme gira em torno de um camaleão "de aquário" (?) que é catapultado para fora do carro de seus donos no meio de uma viagem dos mesmos. Acaba por cair em uma cidade de velho oeste chamada Dirt que procura por um novo xerife. Usando seus "dotes" artísticos como ator, o camaleão se transforma em Rango e assume o posto, vendendo ser o homem da lei durão que a cidade precisa, mas que ele não é.

A apuração técnica do filme é primorosa. A forma como animais e ambientes são retratados impressiona. Fiquei especialmente deliciado com as cenas em que o diretor se utiliza de efeitos através de vidros e superfícies transparentes. Garrafas, janelas, sempre usados de forma a gerar efeitos legais na tela do cinema. O design dos animais, alguns incomuns à animações, também denota grande esmero por parte da produção. Entretanto, considerando os padrões atuais de computação gráfica, uma animação precisa mais do que beleza técnica para se sobressair. E nesse quesito, Rango também triunfa.


Com um roteiro bem costurado e desenvolvido, nos deparamos com uma metáfora bem interessante. Estamos diante de um camaleão, animal conhecido pelo seu mimetismo (capacidade de se confundir com o ambiente em que se encontra) que precisa se adapatar a uma nova vida. Deixa de ser o animal de estimação para se tornar um animal "real". Contudo, para isso se "camufla" novamente, vestindo a carapuça de xerife, que não lhe pertence. A realidade é hostil e ele precisa aprender a lidar com ela.


Assisti à versão dublada (por sinal, muito boa), mas sei que o dublador de Rango no original é Johnny Depp. Lembrar que ele e o diretor já trabalharam juntos na trilogia Piratas do Caribe me fez fazer uma correlação engraçada: os trejeitos do camaleão, por muitas vezes remeteram ao velho e bom Capitão Jack Sparrow. Até o seu jeito de dizer algumas coisas. Talvez fosse coisa da cabeça de um cinéfilo, mas vi essa semelhança. Ainda sobre a dublagem, o tom de faroeste foi bem desenvolvido, com sotaques deliciosos por parte dos moradores de Dirt.

Falando em faroeste, a homenagem ao gênero é evidente e muito bem delineada por Verbinski e seus animadores. Há inclusive uma aparição do "Espírito do Oeste" que é a cara de Clint Eastwood, conhecido por suas atuações em filmes desse gênero.

E não posso terminar esse post sem falar da primorosa trilha sonora deste filme, brincando com clássicos do cinema o tempo inteiro. É tão boa que chega a arrepiar em alguns momentos, como quando ouvimos A Cavalgada das Valquírias, de Wagner, em uma cena totalmente Apocalipse Now. Sem falar nas corujas-cantoras, hilárias.


Ótima animação, não perca a oportunidade de conferir nos cinemas!


Em tempo, o nosso companheiro de Liga Homem dos Dados notou outra referência interessante: logo no início do filme é feita uma alusão escancarada ao filme Medo e Delírio de Terry Gilliam sobre o pai do jornalismo gonzo Hunter S. Thompson, estrelado por Benicio DelToro e Johnny Depp, que também narrou o documentário Gonzo: The life and work of Dr. Hunter S. Thompson, que conta essa história do repórter ícone da contracultura americana, que se suicidou em 2005.

terça-feira, 22 de março de 2011

O Egito de Christian Jacq


Continuando no campo da literatura e no assunto Egito, abordados no post de ontem, temos um grande autor, reponsável em muito pelo interesse na sociedade Egípcia desse que escreve o presente post. Chritian Jacq nasceu em Paris, 1947. Formado egiptólogo, escreveu diversos trabalhos sobre os faraós e seus suditos. Seu trabalho, intitulado "O Egito dos Grandes Faraós", foi agraciado pela academia Francesa com um prêmio, sendo seu trabalho muito respeitado tanto em seu país quanto ao redor do mundo.

Seu amor pelo assunto fez com que Jacq se colocasse a escrever diversos romances sobre o Egito, em que podemos, além de ter acesso a histórias intrigantes e politicamente bem desenvolvidas, ter uma lição sobre os costumes do povo do Nilo.

As origens da civilização egípcia datam de 4.000 anos a.C. A população começou a se concentrar no vale do rio Nilo, formando as primeiras aldeias (nomos), que mais tarde evoluíram para prósperas cidades agrícolas e depois se uniram formando o Alto Egito (ao sul) e o Baixo Egito (ao norte). O Egito sempre dependeu do Nilo para sua formação e seu desenvolvimento. Seus habitantes travavam uma luta constante para controlar as inundações periódicas desse rio, graças ao qual obtinham também grandes colheitas.

Por volta de 3200 a.C., o rei Menés (ou Narmer), do Alto Egito, conquistou as cidades do Baixo Egito, unificando todo o império. Floresceu então a cultura egípcia, que deixou como legado grandes invenções, como a moeda, o calendário agrícola, o arado, a escrita hieroglífica e a fabricação do papiro. Seu esplendor manifestou-se em gigantescos templos e pirâmides e revelou-se na filosofia, na arte e nas ciências.

Todos esses assuntos (e muitos outros) são trabalhados pelo brilhante autor francês de forma orgânica. É muito difícil parar a leitura, pois a vontade é grande de saber o que acontecerá em seguida. À personagens reais se juntam indivíduos fictícios, que ajudam a contar a história do Egito para nós, leitores.

É assim na série RAMSÉS, composta por cinco livros, onde acompanhamos obviamente a história do jovem faraó, mas "assistimos" também à construção do templo de Abu-Simbel, além da famosa batalha de Kadesh. Aprendemos sobre as relações conturbadas entre Egito e Núbia e a intrincada rede de espiões espalhada pelos dois lados.

Na minha preferida, a série A PEDRA DA LUZ (quatro volumes), os personagens Paneb, Nefer e a Mulher Sábia nos introduzem à história dos artesãos do Lugar da Verdade, responsáveis pela construção da última morada dos faraós. O lado espiritual/religioso aqui é tratado de uma forma bonita e emocionante.

E assim segue nas demais séries, entre elas A RAINHA LIBERDADE e O JUIZ DO EGITO, além de outros vários livros. O fato é que mergulhamos na vida dessa grandiosa civilização. Se quando falava de Rick Riordan o agradeci por sua contribuição ao tornar o assunto Egito mais pop, Jacq tem o mérito de trazer, de forma quase documental, relatos vibrantes do passado desse país. Recomendação máxima.

Que Hórus ilumine o seu caminho, rumo ao Lugar da Verdade...

segunda-feira, 21 de março de 2011

O Resgate das Mitologias Antigas


Os irmãos Carter e Sadie Kane vivem separados desde a morte da mãe. Sadie é criada em Londres, pelos avós e Carter viaja o mundo com o pai, o Doutor Julius Kane, famoso egiptologista. Levados pelo pai ao British Museum, os irmãos descobrem que os deuses do Egito estão despertando. Para piorar, Set, o deus mais cruel, tem vigiado os Kane. A fim de detê-lo, os irmãos embarcam em uma perigosa jornada - uma busca que revelará a verdade sobre a sua família e sua ligação com uma ordem secreta do tempo dos faraós.

Está é a breve sinopse de A Pirâmide Vermelha, o primeiro livro da nova série de Rick Riordan, As Crônicas dos Kane. Sim, após tratar de forma tão brilhante os mitos do Panteão Grego (Série de Percy Jackson, infelizmente destruída no cinema), Riordan se volta para os mistérios e sabedoria das divindades egípcias. Professor por 15 anos de inglês e história, para ele não foi o suficiente ensinar na escola. Sua capacidade criativa fez com que criasse universos mais simples, onde jovens e (por que não?) adultos tivessem acesso à magia que envolve as histórias de duas das mais interessantes civilizações do passado, às quais devemos tantas coisas que temos hoje em dia.

O dinamismo, já presente na série de Percy Jackson, se mantem nessa corrida ao redor do mundo. Agora, temos uma "inglesinha" com seus cacoetes britânicos e um jovem que sempre se acostumou ao mais simples, devido aos mais variados locais visitados com o pai. Sadie e Carter são opostos, mas, somente juntos, encontram a força para lidar com uma enxurrada de informações com que se deparam ao longo de sua jornada.

A interessante divisão de capítulos, sendo por vezes narrados por Sadie, outras por Carter nos aproximam mais dos personagens e cria certos laços entre o leitor e os mesmos. Por vezes concordamos com a menina, para logo na sequência entender a visão do irmão. E cada vez mais nos embrenhamos na jornada dos dois, torcendo a cada instante para que encontrem mais notícias sobre o pai desaparecido e a mãe, aparentemente morta.

Como em Percy Jackson, diversos seres mitológicos egípcios fazem suas aparições; animais, sagrados para o povo do Nilo, também tem papel importante, figurando inclusive como personagens importantes; e, no melhor estilo Dan Brown, uma ordem milenar secreta aparece para apimentar as coisas. É de fato uma leitura divertida!


Recomendo a leitura e a indicação para crianças e jovens, que gostem de ler. É o tipo de livro que cria nos mesmos a vontade de ler. Como J.K. Rowling, Rick Riordan tenta escrever o seu nome como um dos que ajudou uma geração nascida sob o estigma do video-game a reconhecer a graça de se ler um bom livro. E acho que está conseguindo.