Nos dias de hoje, com internet e tantos outros meios de divulgação, o excesso de publicidade pode acarretar tanta expectativa sobre alguns filmes que a sensação ao assistí-los, mesmo quando esses possuem qualidades, é de que estamos diante de algo morno que foi vendido como quente. Felizmente esse não é o caso de RANGO (Rango, 2011), animação de Gore Verbinski.
Basicamente o filme gira em torno de um camaleão "de aquário" (?) que é catapultado para fora do carro de seus donos no meio de uma viagem dos mesmos. Acaba por cair em uma cidade de velho oeste chamada Dirt que procura por um novo xerife. Usando seus "dotes" artísticos como ator, o camaleão se transforma em Rango e assume o posto, vendendo ser o homem da lei durão que a cidade precisa, mas que ele não é.
A apuração técnica do filme é primorosa. A forma como animais e ambientes são retratados impressiona. Fiquei especialmente deliciado com as cenas em que o diretor se utiliza de efeitos através de vidros e superfícies transparentes. Garrafas, janelas, sempre usados de forma a gerar efeitos legais na tela do cinema. O design dos animais, alguns incomuns à animações, também denota grande esmero por parte da produção. Entretanto, considerando os padrões atuais de computação gráfica, uma animação precisa mais do que beleza técnica para se sobressair. E nesse quesito, Rango também triunfa.
Com um roteiro bem costurado e desenvolvido, nos deparamos com uma metáfora bem interessante. Estamos diante de um camaleão, animal conhecido pelo seu mimetismo (capacidade de se confundir com o ambiente em que se encontra) que precisa se adapatar a uma nova vida. Deixa de ser o animal de estimação para se tornar um animal "real". Contudo, para isso se "camufla" novamente, vestindo a carapuça de xerife, que não lhe pertence. A realidade é hostil e ele precisa aprender a lidar com ela.
Assisti à versão dublada (por sinal, muito boa), mas sei que o dublador de Rango no original é Johnny Depp. Lembrar que ele e o diretor já trabalharam juntos na trilogia Piratas do Caribe me fez fazer uma correlação engraçada: os trejeitos do camaleão, por muitas vezes remeteram ao velho e bom Capitão Jack Sparrow. Até o seu jeito de dizer algumas coisas. Talvez fosse coisa da cabeça de um cinéfilo, mas vi essa semelhança. Ainda sobre a dublagem, o tom de faroeste foi bem desenvolvido, com sotaques deliciosos por parte dos moradores de Dirt.
Falando em faroeste, a homenagem ao gênero é evidente e muito bem delineada por Verbinski e seus animadores. Há inclusive uma aparição do "Espírito do Oeste" que é a cara de Clint Eastwood, conhecido por suas atuações em filmes desse gênero.
E não posso terminar esse post sem falar da primorosa trilha sonora deste filme, brincando com clássicos do cinema o tempo inteiro. É tão boa que chega a arrepiar em alguns momentos, como quando ouvimos A Cavalgada das Valquírias, de Wagner, em uma cena totalmente Apocalipse Now. Sem falar nas corujas-cantoras, hilárias.
Ótima animação, não perca a oportunidade de conferir nos cinemas!
Em tempo, o nosso companheiro de Liga Homem dos Dados notou outra referência interessante: logo no início do filme é feita uma alusão escancarada ao filme Medo e Delírio de Terry Gilliam sobre o pai do jornalismo gonzo Hunter S. Thompson, estrelado por Benicio DelToro e Johnny Depp, que também narrou o documentário Gonzo: The life and work of Dr. Hunter S. Thompson, que conta essa história do repórter ícone da contracultura americana, que se suicidou em 2005.
Basicamente o filme gira em torno de um camaleão "de aquário" (?) que é catapultado para fora do carro de seus donos no meio de uma viagem dos mesmos. Acaba por cair em uma cidade de velho oeste chamada Dirt que procura por um novo xerife. Usando seus "dotes" artísticos como ator, o camaleão se transforma em Rango e assume o posto, vendendo ser o homem da lei durão que a cidade precisa, mas que ele não é.
A apuração técnica do filme é primorosa. A forma como animais e ambientes são retratados impressiona. Fiquei especialmente deliciado com as cenas em que o diretor se utiliza de efeitos através de vidros e superfícies transparentes. Garrafas, janelas, sempre usados de forma a gerar efeitos legais na tela do cinema. O design dos animais, alguns incomuns à animações, também denota grande esmero por parte da produção. Entretanto, considerando os padrões atuais de computação gráfica, uma animação precisa mais do que beleza técnica para se sobressair. E nesse quesito, Rango também triunfa.
Com um roteiro bem costurado e desenvolvido, nos deparamos com uma metáfora bem interessante. Estamos diante de um camaleão, animal conhecido pelo seu mimetismo (capacidade de se confundir com o ambiente em que se encontra) que precisa se adapatar a uma nova vida. Deixa de ser o animal de estimação para se tornar um animal "real". Contudo, para isso se "camufla" novamente, vestindo a carapuça de xerife, que não lhe pertence. A realidade é hostil e ele precisa aprender a lidar com ela.
Assisti à versão dublada (por sinal, muito boa), mas sei que o dublador de Rango no original é Johnny Depp. Lembrar que ele e o diretor já trabalharam juntos na trilogia Piratas do Caribe me fez fazer uma correlação engraçada: os trejeitos do camaleão, por muitas vezes remeteram ao velho e bom Capitão Jack Sparrow. Até o seu jeito de dizer algumas coisas. Talvez fosse coisa da cabeça de um cinéfilo, mas vi essa semelhança. Ainda sobre a dublagem, o tom de faroeste foi bem desenvolvido, com sotaques deliciosos por parte dos moradores de Dirt.
Falando em faroeste, a homenagem ao gênero é evidente e muito bem delineada por Verbinski e seus animadores. Há inclusive uma aparição do "Espírito do Oeste" que é a cara de Clint Eastwood, conhecido por suas atuações em filmes desse gênero.
E não posso terminar esse post sem falar da primorosa trilha sonora deste filme, brincando com clássicos do cinema o tempo inteiro. É tão boa que chega a arrepiar em alguns momentos, como quando ouvimos A Cavalgada das Valquírias, de Wagner, em uma cena totalmente Apocalipse Now. Sem falar nas corujas-cantoras, hilárias.
Ótima animação, não perca a oportunidade de conferir nos cinemas!
Em tempo, o nosso companheiro de Liga Homem dos Dados notou outra referência interessante: logo no início do filme é feita uma alusão escancarada ao filme Medo e Delírio de Terry Gilliam sobre o pai do jornalismo gonzo Hunter S. Thompson, estrelado por Benicio DelToro e Johnny Depp, que também narrou o documentário Gonzo: The life and work of Dr. Hunter S. Thompson, que conta essa história do repórter ícone da contracultura americana, que se suicidou em 2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário