quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

As Fronteiras do Universo Cinematográfico

Adaptação Cinematográfica.

Considerada por alguns “falta de criatividade”, essa modalidade tem ocupado a produção Hollywoodiana nos últimos anos. Alguns projetos com grande êxito (O Senhor dos Anéis), outros, nem tanto. Mas o que determina esse êxito? Pergunta difícil de responder, um fator é, talvez, o mais importante na equação: uma boa história precisa ser bem contada. E acho que isso foi o que fez A Bússola De Ouro (2007) derrapar.

Baseado na coleção Fronteiras do Universo (His Dark Materials no original), de Philip Pullman, a história é centrada em Lyra, 11 anos, que vive na Universidade Jordan acompanhada de seu daemon, personificação animal de sua alma. A menina se envolve em um turbilhão de eventos envolvendo universos paralelos, bruxas, ursos polares guerreiros e instrumentos mágicos.

Tendo lido toda a coleção antes do filme, posso dizer que o mesmo funcionou para mim, já que eu tinha material para preencher as lacunas. O esmero da produção foi reconhecido quando o filme abocanhou o Oscar de Efeitos visuais (realmente muito bons, em especial os daemons e os ursos polares) e foi indicado por sua Direção de Arte. Mas não é só isso que faz um bom filme. Faltou um pouco mais de coragem na hora de tratar do tema controverso que envolve a coleção de livros: colocar a Igreja (Magistério) como uma organização brutal e mostrar uma “guerra” contra Deus (a Autoridade).

O livro foi abertamente criticado por diversos religiosos e gerou muitos protestos, principalmente nos EUA. Nas palavras do próprio autor, a Autoridade pode ser definida como qualquer entidade arbitrária, seja ela política, religiosa, totalitária, fundamentalista, comunista, ou seja, o que for que impeça a liberdade do indivíduo. É uma crítica válida e interessante para os dias atuais. A decisão da New Line, produtora do filme, de não se aprofundar nessas referências despersonifica o caráter mais legal da obra, tirando, no meu ponto de vista, algo que poderia atrair mais pessoas aos cinemas, possibilitando que toda a história pudesse ser contada na telona.

Houve rumores de que já haviam contratado um roteirista para escrever o segundo antes mesmo do lançamento do primeiro. Mas a julgar pela movimentação atual, esse projeto foi abandonado. Uma pena. Gostaria de ver o grande elenco do primeiro filme, encabeçado por Daniel Craig, Nicole Kidman e Eva Green, retornar a esse universo... Ou seriam esses universos? Recomendo a leitura dos livros. Não se esqueçam de que, às vezes, a melhor forma de confirmar seus conceitos é colocá-los a prova.

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