segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Não se deixar emocionar pode ser o ponto cego da vida


Filmes como UM SONHO POSSÍVEL (The Blind Side, 2009) são muitas vezes subvalorizados. Entretanto, roteiros como o desse belo filme atingem um outro aspecto cinematográfico: a emoção.


A decoradora e ex-cheerleader Leigh Anne Tuohy (Sandra Bullock), já na abertura, explica o título original do longa, derivado de um termo do futebol americano: o atacante esquerdo do time deve proteger o lado cego do quarteback (armador das jogadas do time), o blind side. Esse termo servirá de premissa e reverberará por toda a história, metáfora da trama inspirada na história real do então problemático adolescente Michael Oher (Quinton Aaron, cativante).

Sua qualidades (altura e força) extremadas tornam a vida do jovem em uma escola para ricos possível, sob a aposta de que ele possa ser um bom jogador de futebol americano. Mas 'Big Mike', apelido de que não gosta, mal tem o que vestir e enfrenta inúmeras dificuldades para estudar. Ele é muito introspectivo, mas guarda em si um espírito protetor para com aqueles que o inspiram, sua família. Com poucos minutos de filme já sabemos para onde o mesmo aponta, quando Leigh Anne conhece Michael e resolve ajudar o jovem rapaz. Caricaturalmente engraçada e extremamente amorosa, a decoradora é o tipo de mulher que esconde sob a futilidade do dia a dia muita bondade. A família adota Mike e quer dar a ele as oportunidades que a vida lhe negou.

Mesmo sendo mais um daqueles típicos filmes americanos de superação, buscando vencer na vida, UM SONHO POSSÍVEL tem como principal mérito o esforço enorme que a direção e o roteiro de John Lee Hancok (adaptando o livro The Blind Side: Evolution of a Game), fazem para que o longa não seja piegas. Tem sim os seus clichês, mas ele são coerentes com o desenrolar dos acontecimentos. O casting foi perfeito, desde a boa química entre Sandra Bullock e Quinton Aron, passando pelos singelos novos "irmãos" de Big Mike e Kathy Bates como a tutora de estudos do rapaz, que agora tem um sonho e um futuro em ser jogador de futebol americano.



Por que lembrei desse filme e resolvi escrever sobre ele hoje? Ontem à noite, o Baltimore Ravens venceu o Super Bowl XLVII. Michael Oher é jogador do Baltimore Ravens. Ele venceu. A vida imita a arte ou vice-versa...
Sim, o cinema é maravilhoso, mas a vida é tão emocionante!

Um comentário:

  1. Esse filme é realmente emocionante. As coisas que o Big Mike faz para proteger seus familiares são de impressionar e comover.

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