Segundo a Wikipedia, a melancolia é um estado psíquico de depressão sem causa específica, que se caracteriza pela falta de entusiasmo e predisposição para atividades em geral. Neste último trabalho do polêmico diretor dinamarquês Lars Von Trier também é o nome de um planeta que de uma hora pra outra sai de trás do Sol numa rota de colisão com a Terra. Toda a metáfora do apocalipse é pertinente à trama e relacionamento das irmãs Justine e Claire, respectivamente interpretadas por Kirsten Dunst e Charlotte Gainsbourg.
O filme é dividido em duas partes, cada parte para cada irmã, ou para um planeta, ou para um tipo de melancolia. Na primeira parte, Justine está indo para sua festa de casamento com Michael (Alexander Skargaard), na enorme casa de campo de sua irmã e seu milionário cunhado John (Kiefer Sutherland, ótimo). Tudo parece perfeito, até que o atraso do casal em chegar à festa revela um certo receio da família em relação ao comportamento de Justine. Logo saberemos que ela finge deprimentemente a felicidade da cerimônia. Seu chefe (Stellan Skargaad), seu pai (John Hurt) e sua mãe (Charlotte Rampling) não ajudam em deixá-la melhor, revelando algum motivo de sua infelicidade. Nada acaba bem neste ato, que mais parecido com os conceitos cinematográficos do diretor durante o manifesto Dogma de 1995 recebeu as principais críticas negativas da impresnsa. Eu gostei de acompanhar essa tragédia de família, onde a câmera parece boba em meio aos convidados, sendo alguns muito caricatos, pois me transmitiu a inquietação de Justine.
O segundo ato começa com Justine no limite de suas capacidades, e Claire deve administrar a irmã, o marido, o filho, e um possível apocalipse. Muito diferente do primeiro ato, aqui não acompanhamos costumes familiares, e sim um tenso suspense sobre o que pode vir a acontecer: um assassinato? um tapa? a colisão do planeta? É um ato mais interno, com menos tramas, mas sem dúvida cinematograficamente mais rico, onde as coisas acontecem com leveza e sem necessidade de explicações. Mal comparando, me lembrou mais filmes apocaliptícos de Hollywood como "Independence Day", "2012" e até mesmo "Transformers", o que para mim pode soar apelativo. Foge um pouco as regras do diretor, mas demonstra seu talento em outra seara.
O filme deu merecidamente a Kirsten Dunst a Palma de Ouro de Melhor Atriz no Festival de Cannes, e mostra que a atriz, após uma temporada com o Homem Aranha e alguns escândalos, está disposta a voltar aos velhos tempos em que se mostrou uma atriz madura em Gostosa Loucura. E ainda traz a nova parceria do diretor com a atriz e cantora Charlotte Gainsbourg, depois dela ter ganhado o mesmo prêmio de Kirsten em 2009 pelo polêmico Anticristo.
Maior que as qualidades do filme foi a bagunça que o diretor fez numa entrevista coletiva em Cannes, quando fez uma brincadeira de mau gosto envolvendo sua família e uma falsa orgulhosa origem nazista. A repercussão foi tão ruim que o diretor foi proibido de pisar no Festival novamente, mesmo que ganhasse o prêmio de melhor diretor. Para se defender, o diretor avisou que estava passando por um período de abstinência alcoólica, mas o circo já estava armado. Provavelmente o diretor se tornou o próprio AntiCristo do cinema (e da imprensa especializada), pois sua filmografia inclui filmes muito experimentais e polêmicos, como Dogville, Dançando no Escuro e Os Idiotas que para o bem ou para o mal fizeram história e escola.
O filme é dividido em duas partes, cada parte para cada irmã, ou para um planeta, ou para um tipo de melancolia. Na primeira parte, Justine está indo para sua festa de casamento com Michael (Alexander Skargaard), na enorme casa de campo de sua irmã e seu milionário cunhado John (Kiefer Sutherland, ótimo). Tudo parece perfeito, até que o atraso do casal em chegar à festa revela um certo receio da família em relação ao comportamento de Justine. Logo saberemos que ela finge deprimentemente a felicidade da cerimônia. Seu chefe (Stellan Skargaad), seu pai (John Hurt) e sua mãe (Charlotte Rampling) não ajudam em deixá-la melhor, revelando algum motivo de sua infelicidade. Nada acaba bem neste ato, que mais parecido com os conceitos cinematográficos do diretor durante o manifesto Dogma de 1995 recebeu as principais críticas negativas da impresnsa. Eu gostei de acompanhar essa tragédia de família, onde a câmera parece boba em meio aos convidados, sendo alguns muito caricatos, pois me transmitiu a inquietação de Justine.
melancólica ao extremo |
O segundo ato começa com Justine no limite de suas capacidades, e Claire deve administrar a irmã, o marido, o filho, e um possível apocalipse. Muito diferente do primeiro ato, aqui não acompanhamos costumes familiares, e sim um tenso suspense sobre o que pode vir a acontecer: um assassinato? um tapa? a colisão do planeta? É um ato mais interno, com menos tramas, mas sem dúvida cinematograficamente mais rico, onde as coisas acontecem com leveza e sem necessidade de explicações. Mal comparando, me lembrou mais filmes apocaliptícos de Hollywood como "Independence Day", "2012" e até mesmo "Transformers", o que para mim pode soar apelativo. Foge um pouco as regras do diretor, mas demonstra seu talento em outra seara.
O filme deu merecidamente a Kirsten Dunst a Palma de Ouro de Melhor Atriz no Festival de Cannes, e mostra que a atriz, após uma temporada com o Homem Aranha e alguns escândalos, está disposta a voltar aos velhos tempos em que se mostrou uma atriz madura em Gostosa Loucura. E ainda traz a nova parceria do diretor com a atriz e cantora Charlotte Gainsbourg, depois dela ter ganhado o mesmo prêmio de Kirsten em 2009 pelo polêmico Anticristo.
à espera do fim |
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