Carrie Mathison é uma agente da CIA que ouve de um de seus informantes que o inimigo número 1 dos EUA, Abu Nazir (uma espécie de Bin Laden), converteu um soldado americano. Alguns meses se passam e, em uma missão, Nicholas Brody é resgatado. Sargento da Marinha, ele é encontrado em um dos antigos esconderijos de Abu Nazir. Não demora muito para que Carrie ligue os pontos e tenha uma certeza: Brody é o soldado convertido!
Estrelada por Claire Danes (Romeu + Julieta) e Damian Lewis (o Major Winters de Band of Brothers), respectivamente Carrie e Brody, HOMELAND surgiu como a melhor série da Fall Season americana. Produzida pelo canal Showtime, a série pode ser descrita como um ótimo drama e um thriller que te prende à poltrona.
Considerando o panorama americano pós 11/09, a personagem de Carrie é uma metáfora clara do Tio Sam. Não mede esforços para executar o seu trabalho e não vê limites na tentativa de provar o envolvimento de Brody em algum iminente atentado. Escutas ilegais, mentiras, pânico e teorias da conspiração surgindo a todo instante. Alguma semelhança com a caça às bruxas iniciada por Bush?
Claire Danes desfila sua capacidade como atriz. É impressionante o senso de urgência e ansiedade que a atuação transfere ao telespectador. Da mesma forma, saber que ela possui algum transtorno de humor, que gera uma dependência em um remédio tarja preta, a humaniza e nos faz questionar se ela deveria fazer parte da CIA e ter acesso aos dados que tem. Danes tem uma postura cansada, de uma pessoa que carrega o mundo nas costas. A forma como se veste e a pouca preocupação com a sua figura reforçam a construção da personagem. Ponto para a atriz e para a produção!
Brody também é um personagem muito complexo. A experiência em Band of Brothers parece ter facilitado as coisas para Lewis ao montar a personalidade do sargento, assustado com algumas coisas, mas muito seguro quanto a outras. É interessante ver como os roteiristas sabem "brincar" com isso, o fazendo flertar com os dois extremos possíveis: sim, ele é um terrorista; não, ele só ficou traumatizado pela guerra que travou. É um verdadeiro jogo de gato e rato, onde precisamos, além de tudo, decidir quem é o felino e quem é o roedor.
Não é de se admirar que a série tenha ganhado o Globo de Ouro de melhor drama e que Claire Danes tenha abocanhado o prêmio de melhor atriz. Sendo executada de forma competente e sendo guiada pela imprevisibilidade, seus 12 episódios - que compõem a primeira temporada - merecem ser conferidos. A série veio ocupar o lugar da finalizada 24 horas, sendo menos urgente que essa, mas tratando de alguns temas recorrentes nos dias de Jack Bauer: o voyerismo das agências de segurança americanas, bem como as manipulações, mentiras e dilemas envolvidos em cada operação militar.
Como diz o cartaz promocional, no início do post:
A NAÇÃO VÊ UM HERÓI; ELA VÊ UMA AMEAÇA.
E você, o que verá?
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