segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Globo de Ouro pela Liga

A Liga da Poltrona também fica ligada no Globo de Ouro 2011, onde a Imprensa Estrangeira premia os filmes e programas dramáticos da tv americana exibidos durante o ano de 2010. Todo ano se discute a real importância e relevância de prêmios como este, então eles têm tentado variar ao máximo seus indicados, ou seja, são filmes que custaram muito e que custaram pouco, atores bonitos e famosos e atores feios e desconhecidos.

Na noite deste domingo o canal TNT exibiu com tradução simultânea a 68ª festa com as premiações, apresentado pelo ator inglês Ricky Gervais que fez várias piadas constrangedoras, marcando bem sua marca que é o humor britânico muito específico, e deixando bem claro porque ele ainda não fez sucesso em Hollywood.

A noite começou com a premiação de Christian Bale (O Cavaleiro das Trevas) por ator coadjuvante num filme como um viciado em drogas macérrimo que treina o irmão pra ser um campeão pugilista no filme de David O. Russell O Vencedor, que estréia por aqui dia 28 de janeiro.

Katey Sagal
Em seguida veio a surpreendente premiação de melhor atriz por uma série de tv dramática para Katey Sagal em Sons of Anarchy, que fala sobre um grupo de motoqueiros, mas a atriz é mais conhecida como a Peggy Bundy de Married with Children/ Um amor de família e como a noiva de Locke em Lost.

As premiações continuaram surpreendendo ao filme de 5 horas, depois transformado em minissérie do Sundance Channel Carlos tirar o prêmio de Melhor Minissérie ou Telefilme de The Pacific, que era considerado o vencedor prévio. Carlos conta a história romanceada do terrorista Carlos Chacal é dirigido por um francês e tem um protagonista que assim como o personagem é venezuelano, e já passou pelo Brasil nas Mostras do Rio e SP.

E não parou de surpreender ao dar a Chris Colfer o prêmio de melhor ator coadjuvante numa série, minissérie ou filme de tv pelo seu Kurt na série cult Glee, que por aqui é exibido pela Fox. No discurso ele falou sobre a importância de discutir sobre o bullying, tema central da série.

Os prêmios pararam de surpreender um pouco para ficarem óbvios, mas merecedores. E Ricky Gervais chamou Bruce Willis de "pai de Ashton Kutcher" e Robert Downey Jr de "mais conhecido como o cara que se internou em diversas clínicas de desintoxicação".

O eterno coadjuvante de filmes (muitos deles do Adam Sandler!) Steve Buscemi finalmente ganhou um merecido prêmio de melhor ator por série dramática ao mostrar todo seu talento na série da HBO Boardwalk Empire, que teve primeiro episódio dirigido por Martin Scorcese.
Obviamente a melhor série dramática ficou para Boardwalk Empire, que fala sobre a lei seca nos EUA e suas consequências na máfia de Atlantic City, e mostra discretamente a ascensão de Al Capone. Os outros favoritos eram Mad Men, que mostra a ascensão da publicidade americana nos anos 50, e The Walking Dead, a badalada adaptação de uma HQ que fala de um apocalipse zumbi.

A melhor canção num filme ficou para "You Haven't Seen The Last of Me", interpretada por Cher no musical Burlesque, que é co-estrelado por Christina Aguilera. O filme estréia por aqui em 11 de fevereiro.
A melhor trilha sonora ficou com a interessante trilha colaborativa do Trent Reznor, vocalista da banda Nine Inch Nails com o maestro Atticus Ross para A Rede Social.

Andrew Garfield que fez o brasileiro de A Rede Social e será o novo Peter Parker se engasgou totalmente com as palavras ao apresentar o clipe de seu filme, só me provando que ele ainda não está preparado pra ser um astro. E Justin Bieber subiu ao palco pra apresentar o prêmio de melhor animação.
Claro que o prêmio de animação ficou com Toy Story 3, mesmo com excelentes animações este ano. Mas a verdade é que o filme está entre um dos melhores filmes de qualquer tipo de 2010, e deve ganhar uma indicação ao Oscar como melhor filme, mesmo que a Academia não indique 10 filmes, como fez no ano passado.

Annette Bening
A melhor atriz por filme musical ou comédia ficou para a maravilhosa Annette Bening pelo filme independente Minhas mães e meu pai, que é co-estrelado pela outra maravilhosa Julianne Moore. O filme, que mostra um casal de lésbicas que precisa lidar com o pai biológico de seus filhos já passou por aqui sem alarde, mas é um dos melhores do ano.

Al Pacino levou o prêmio de melhor ator por filme ou minissérie de tv pelo filme da HBO You Don't Know Jack, que é exibido pelo canal e mostra a história do Doutor Morte, que ajudava pacientes à beira da morte a morrer.

Continuando os prêmios previamente conhecidos, Claire Danes (Romeu e Julieta) levou como Melhor atriz de minissérie ou filme pra tv pelo filme também da HBO, também baseado em história real, Temple Grandin. O filme está sendo exibido pelo canal no Brasil.

Melhor Roteiro ficou para A Rede Social por Aaron Sorkin, conhecido pelos roteiros de Questão de Honra e da série The West Wing.

A melhor atriz coadjuvante por série, minissérie ou filme para tv é Jane Lynch, a Sue Sylvester de Glee, que era pra ser uma personagem temporária na série, mas conquistou todos. Agora a missão é não deixar a personagem cair na mesmisse.

O melhor filme estrangeiro ficou para Em um Mundo Melhor, da Dinamarca, dirigido por Susanne Bier que já fez sucesso por Brothers (que ganhou uma versão americana), Depois do Casamento e seu primeiro filme americano Coisas que Perdemos pelo Caminho com Halle Berry. O filme venceu do mexicano Biutiful com Javier Bardem, e do francês O Concerto, em cartaz no Brasil.

A atriz Laura Linney venceu como melhor atriz por série de comédia por The Big C, que estreou neste domingo na HBO, e mostra uma professora pacata que ao descobrir ter câncer resolve viver a vida de melhor maneira.

Jim Parsons com seu prêmio
E Jim Parsons ganhou por seu hilário e falastrão Sheldon Cooper de The Big Bang Theory, na categoria melhor ator por série de comédia. Ele já havia ganhado o Emmy, e é o grande ator da série.
A melhor atriz coadjuvante de cinema foi Melissa Leo por O Vencedor, onde ela interpreta a mãe dos protagonistas. Ela já havia sido indicada na categoria principal pelo filme Rio Congelado, mas ainda é considerada uma desconhecida atriz veterana.

Na reta final das premiações nem há tempo para piadas, já que o tempo é curto e caro na tv. Mas estes prêmios seguiram uma tendência, e foram merecedoras.

O melhor diretor de cinema foi o antes-tarde-do-que-nunca David Fincher, por seu extraordinário trabalho em A Rede Social. O filme tinha tudo pra ser chato, mas prende sua atenção de forma jovial, como deveria ser, mas sem parecer um videoclipe. O diretor fazia videoclipes, como o polêmico "Like a Prayer" da Madonna, e estreou no cinema com o complicado, porém hoje cult Alien 3, passou por trabalhos hoje considerados cult como Clube da Luta (que está no meu top 3) e fez muito sucesso comercialmente com O Estranho Caso de Benjamin Button.

A melhor série de comédia é Glee segundo a Imprensa Estrangeira, mas há que vá discordar. Acho que seu grande concorrente era Modern Family, já que 30 Rock já teve seu auge. Mas Glee, apesar de estar sendo acusada de ter mais músicas que história, causa maiores discussões sociais como bullying, racismo, homofobia,  aceitação sexual, e outros de forma positiva, além de ter uma produção requintada.

O melhor Ator por filme comédia ou musical ficou para Paul Giamatti em Minha Versão para o Amor, que deve estrear por aqui no dia 21 de janeiro. Seu grande concorrente era Johnny Depp por duas interpretações que não foram bem aceitas em Alice no País das Maravilhas e O Turista. E Kevin Spacey foi elogiado em Casino Jack, mas pelo filme falar sobre lobby foi ignorado.

Natalie Portman ganhou um grande prêmio pela primeira vez, pra começar bem o ano que é dela, como pode ver no nosso post aqui. Em Cisne Negro ela interpreta uma bailarina perturbada com a fama. Ela já era considerada vencedora na categoria e o filme estréia por aqui dia 4 de fevereiro.
Colin Firth

O melhor filme musical ou comédia é Minhas mães e meu pai, considerado o melhor da categoria. O filme independente (ou seja, custou pouco e foi difícil de filmar) toca em assuntos delicados de maneira séria e ao mesmo tempo bem humorada e natural, tem um ótimo elenco e não teve grande divulgação. É o Pequena Miss Sunshine que ninguém viu.

O melhor ator por um filme dramático foi Colin Firth por O Discurso do Rei, que estréia por aqui dia 11 de fevereiro. De certa forma o prêmio é uma consolação por não ter ganho no ano passado por seu excelente trabalho em Direito de Amar. O filme co-estrelado por Geoffrey Rush e Helena Bonham Carter é considerado um dos melhores do ano, e conta a história da ascensão do Rei George VI.

Os amigos de A Rede Social
O melhor filme dramático do ano foi A Rede Social, e pra mim e pra Liga não havia dúvidas como pode ver no nosso post aqui. Seu grande concorrente era O Discurso do Rei, apesar de muita gente ter torcido por Cisne Negro e A Origem. Mas cinematograficamente falando, venceu o mais completo, já que os outros têm muitas qualidades, mas se encaixam em nichos específicos de indies, filmes de ator e comerciais.


Como o prêmio é considerado um 'esquenta' pro Oscar, provavelmente os vencedores serão bem parecidos. Mas como não há divisão entre comédia e drama nos prêmios da Academia, os prêmios ficarão um pouco mais disputados para ator, atriz e filme. De uma maneira geral, a noite do Globo de Ouro foi positiva na opinião da Liga.

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