Cada vez mais as animações ocupam lugar de destaque em Hollywood. Não apenas por causa das cifras milionárias que giram em torno delas em função de todos os produtos que podem sair de uma franquia de sucesso. Outro motivo para as animações estarem na moda, é a onda 3D, com ingressos mais caros e que ajudam ainda mais na arrecadação.
Quando assisti ao trailer de Detona Ralph (Wreck-It Ralph, 2012), confesso que fiquei empolgado com a oportunidade de ver na telona uma parte da infância tomando vida, afinal, mesmo não sendo versado nos videogames e jogando apenas nos video games de amigos, não há como os que foram crianças nos anos 1980 e início dos anos 1990, ficar indiferentes à Pac-Man, Sonic ou Street Fighter.
Partindo de uma premissa já explorada pela Disney em Toy Story - que os brinquedos têm vida própria longe da atenção das crianças, aqui os personagens de video games ganham vida depois que o fliperama fecha e último game over do dia acontece.
Nesse caso, os heróis podem celebrar suas conquistas e os vilões se reúnem como numa sessão dos alcóolicos anônimos, para repetirem o mantra "eu sou bom sendo mal" e assim aceitarem seu destino de servirem como contra ponto para o equilíbrio da vida no fliperama.
Essa rotina entretanto, muda quando o vilão do jogo Fix-It Felix (Concerta Tudo Felix Jr.) se cansa da marginalidade dos companheiros de jogo após 30 anos de vilania e sai em busca da conquista de uma medalha para mostrar aos seus compatriotas de jogo que ele pode ser diferente.
Sua busca o leva a um jogo de última geração em alta definição jogado em primeira pessoa, e cuja recompensa após matarem os insetos que tudo consomem, a tão esperada medalha.
Mas claro que as coisas acabam não funcionando conforme o planejado, e sua fuga do jogo original acaba por colocar em risco a sobrevivência do jogo, uma vez que o mocinho vai em busca do vilão, pois, sem o Ralph para quebrar, o Concerta Tudo Felix Jr, não tem o que concertar.
Ambos acabam indo parar em outro jogo, Sugar Rush, que agora está contaminado com um dos insetos que saiu do jogo de tiros em primeira pessoa e agora coloca em risco todo o fliperama. Além desse problema, nosso vilão (ou seria herói?) assume outra responsabilidade, a de ajudar o bug nesse jogo de corrida, Venellope Von Schweetz a participar de uma competição promovida pelo rei do jogo Sugar Rush, que insiste em prejudicar a participação da Venellope pois com um jogo "bugado", o usuário pode se desinteressar pelo jogo levando ao fechamento do mesmo.
É fato que o desenho irá agradar as crianças, principalmente devido ao colorido vívido dos ambientes e também agradará aos pais, que verão, ao menos por uma fração, personagens como Ryu e Ken terminando um dia de trabalho de lutas no Street Fighter e indo ao bar do fliperama tomar uma cerveja.
Mas a história em si - a de aceitação de si mesmo e pelos outros por ser o que é - não empolga muito e leva ao anunciado desfecho, coisa que outros desenhos já o fizeram de maneira mais eficaz.
É claro que o filme tem momentos engraçados e memoráveis como a respiração do Darth Vader, o "xingamento" entre Ralph e Venellope e a admiração de Felix pela "perfeição" da alta definição da capitã do jogo em primeira pessoa. Para quem se lembra das experiências envolvendo coca-cola e balas de mentos, há momentos também nostálgicos.
O filme funciona bem pois irá agradar a todos os públicos, mas para aqueles que esperavam mais interatividade com outros jogos e personagens da infância, talvez saiam um tanto decepcionados.
Nada impede que a Disney retome o tema em outras animações, pois mesmo com opções melhores, Detona Ralph garantiu ao estúdio mais uma indicação ao Globo de Ouro (que ficou com Valente - discutível) e ao Oscar.
A dublagem - sempre muito boa nas animações - não chega a incomodar, mas não é uma das melhores, com as vozes de Tiago Abravanel, Rafael Cortez e MariMoon - Ralph, Felix e Venellope respectivamente. As vozes originais de John C. Reilly (Precisamos falar sobre Kevin, Chicago), Jack McBrayer (da série 30 Rock) e Sarah Silverman (que tinha um programa de comédias com seu nome) talvez empreste um pouco mais de comicidade às personagens. Para conferir se isso é verdade, só no DVD.
A dublagem - sempre muito boa nas animações - não chega a incomodar, mas não é uma das melhores, com as vozes de Tiago Abravanel, Rafael Cortez e MariMoon - Ralph, Felix e Venellope respectivamente. As vozes originais de John C. Reilly (Precisamos falar sobre Kevin, Chicago), Jack McBrayer (da série 30 Rock) e Sarah Silverman (que tinha um programa de comédias com seu nome) talvez empreste um pouco mais de comicidade às personagens. Para conferir se isso é verdade, só no DVD.
4D - A experiência de ter assistido o desenho em 4D foi bacana, afinal, aliado ao 3D que dá a sensação de inserção no filme fica ainda mais completa quando em tomadas aéreas ocorre a percepção de total integração ao filme com o movimento das cadeiras. Já os jatos de vento e as vezes de água, após a surpresa da primeira vez que isso acontece, torna-se um tanto chato para os adultos já na segunda vez.
As crianças porém, divertem-se com o acontecido e brincadeira de sentir os jatos de ventos e água no rosto acaba virando a atração principal e o filme a secundária.
Saí com a convicção que não é todo o filme que agradará ao ser assistido numa sala 4D. Um filme que talvez fosse uma boa experiência em sala 4D é As Aventuras de Pi, mas infelizmente não estava mais em cartaz na única sala com essa tecnologia em São Paulo, o Cinépolis do Shopping JK. E claro que o custo do ingresso - R$72,00 - torna a experiência um tanto salgada e difícil de se repetir semanalmente. Em tempo: Clientes Santander tem 50% de desconto.
As crianças porém, divertem-se com o acontecido e brincadeira de sentir os jatos de ventos e água no rosto acaba virando a atração principal e o filme a secundária.
Saí com a convicção que não é todo o filme que agradará ao ser assistido numa sala 4D. Um filme que talvez fosse uma boa experiência em sala 4D é As Aventuras de Pi, mas infelizmente não estava mais em cartaz na única sala com essa tecnologia em São Paulo, o Cinépolis do Shopping JK. E claro que o custo do ingresso - R$72,00 - torna a experiência um tanto salgada e difícil de se repetir semanalmente. Em tempo: Clientes Santander tem 50% de desconto.
Eu imaginava o Detona Ralph, mais do que como uma versão gamer de Toy Story, como uma aventura sobre aceitar a si ou sobre mudanças. Estou curioso para descobrir como isso acaba.
ResponderExcluirTambém vale lembrar que vilões estão tão na moda quanto zumbis. Meu Malvado Favorito, Megamente entre outros estão aí para reforçar essa inversão de valores no cinema e na cultura pop em geral.
Essa preferência por vilões é real! E gosto muito disso, já que Coringa e Esqueleto sempre foram mais legais que Batman e He-man, né?
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