O novo filme estrelado e dirigido por George Clooney, “Tudo pelo Poder” (The Ides of March, 2011) é um conto de descontentamento e decepção com a gestão do atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Clooney, que ficou famoso ao interpretar o Dr. Ross em “Plantão Médico” (ER) é dos atores hollywoodianos mais engajado com ações sociais e humanitárias e também politicamente, e parece querer mostrar com essa película que o “acreditar” em um político leva inevitavelmente e invariavelmente à decepção, justamente por ele ser um político.
A história se desenrola em torno de Stephen Myers, interpretado de forma madura e convincente por Ryan Gosling (“Diários de uma Paixão”) - que inclusive ganhará um post somente dele em breve – que é o diretor de comunicação do governador Mike Morris (George Clooney) durante a campanha das prévias do Partido Democrata (o mesmo de Obama) no estado de Iowa. Stephen é um idealista e acredita que seu candidato é a melhor escolha do partido para enfrentar os “Republicanos”, que andam um tanto desordenados e fora do discurso da sociedade americana – o que é engraçado, pois vivemos no momento das prévias do Partido Republicano que anda em pé de guerra para escolher o adversário de Obama nas eleições presidenciais de novembro desse ano.
Stephen é subordinado de Paul Zara (Philip Seymour Hoffman) e segue os conselhos do chefe de campanha sem muitos questionamentos. Ao ser contatado pelo chefe de campanha do outro candidato, Tom Duffy (Paul Giamatti, um tanto caricato) e ao se envolver com uma estagiária da campanha, Molly Stearns (Evan Rachel Wood, de “True Blood”), fica sabendo que as coisas na política não são assim tão ideais quanto ele pensava.
O governador não é um homem tão fiel quanto ele pensava e a sinceridade, na política, é muitas vezes o caminho mais rápido para o descrédito e condenação.
Nesse momento, o idealista abandona todas as suas aspirações e resolve “dançar conforme a música”. É como na música de “Faroeste Cabloco”, da Legião Urbana, “se a Via Crucis virou circo, estou aqui”.
O final do filme é muito interessante e rende boas rodas de debate, mas claro que não o revelarei aqui. Assita ao filme e depois poderemos “trocar figurinhas”.
Duas coisas que valem citar no final desse post: 1 – É imprescindível que quem for assistir ao filme, goste de política, caso contrário, achará o filme um porre! 2 – A atuação de todos os atores é de se destacar, assim como a direção de Clooney, que privilegia ângulos que muito se viu durante a campanha de Obama em 2008, além de uma trilha sonora que vai de inocente a urgência do momento.
Não há dúvida que é uma boa trama para se curtir, analisar e discutir!
Nenhum comentário:
Postar um comentário