O livro já estava disponível desde 2009. Não havia chamado a minha atenção.
Quando começaram os comentários sobre a adaptação para o cinema, dirigida por David Fincher, a curiosidade apareceu, mas ainda não foi o suficiente. Já tinha ouvido falar do Facebook. Aliás, quem não ouviu? A verdade é que faço parte de mais essa rede social, mas nunca sequer escrevi um comentário na mesma.
Um dia, caminhando pelo Shopping, avistei a capa do livro. Não foi o título, Bilionários Por Acaso... nem o rosto do “garoto”, tão novo e tão rico... foi o subtítulo: uma história de sexo, dinheiro, GENIALIDADE e traição. A palavra genialidade me parecia deslocada, estranha. O fato é que comprei o livro. E curti.
A história, em linhas gerais, já não é nenhuma novidade: narra os bastidores da criação do Facebook e as discussões sobre a sua “paternidade”. O mérito da obra, para mim, está no fato de o autor (Ben Mezrich) conseguir criar uma narração em que se sente o tempo inteiro o caráter documental sem, no entanto, deixar de envolver o leitor com um romance cheio de nuances e personagens bem desenvolvidos.
Vivemos um momento em que muitas pessoas substituem o contato social “normal” pelo digital. O número de amigos no Orkut, por exemplo, tornou-se um indicativo de popularidade e vínculo social. Lendo o livro é possível simpatizar com todos os personagens em algum momento. São todos vítimas e algozes. Podemos tomar partido, mas quem somos para julgá-los? Esse questionamento me acompanhou por todo o livro e me fez refletir sobre as características de urgência e solidão do mundo atual. Estamos sempre ATRASADOS para cuidar de NOSSAS VIDAS.
O autor deixa claro, no início do livro, quais foram os seus métodos. Ressalta que Mark Zuckerberg, o criador do Facebook, não participou de forma alguma. Mas nosso mundo é assim hoje em dia: se dois ou mais repetirem uma história, ela deve ser verdade. E a verdade dos outros atrai o ser humano.
E a palavra genialidade? Bom, após ler o livro, acho que ela não está deslocada. Pelo contrário, ela é o núcleo de muitas de nossas tramas, sendo orbitada pelas outras três, satélites da vida humana.
Acho que agora já tenho sobre o que escrever no Facebook:
Que comentário heim! Esse negócio de escrever blog está fazendo bem! Assim como você, num primeiro momento, não me interessei em ler um livro que mais uma vez conta a história de alguns nerds que tiveram uma ideia fenomenal em seus dormitórios de faculdades conceituadas e delas fizeram fama e fortuna! Mas após ler seu post, acho que até vou me arriscar a ler o livro, mesmo sabendo que verei o filme antes, pois dizem os críticos que é o "filme do ano", "forte candidato ao Oscar". Será que é pra tanto?
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