domingo, 26 de junho de 2011

EX MACHINA e o mundo depois do 11/09







Fade in...



Não é novidade falarmos das contribuições de Brian K. Vaughan à Nona Arte aqui na Poltrona. Depois de Y e Leões de Bagdá, chegou a vez de EX MACHINA. Iniciado em 2004, esse HQ nos conta a história de Mitchell Hundred, um nova iorquino que após um evento bizarro passa a "conversar e comandar" máquinas. Após um primeiro momento, em que se intitula The Great Machine e veste um uniforme para combater o crime, se candidata a prefeito da Big Apple e a vence graças a sua maior vitória enquanto herói: salvar uma das torres gêmeas no atentado terrorista de 11 de setembro. Corajoso o roteirista, não?



Metade sobre um herói voador, metade discussão sobre diversos aspectos políticos de NYC (e, por que não, política moderna geral), Vaughan faz uso de flashbacks para nos mostras o que foi a vida de Hundred como o The Great Machine e quais os seus novos desafios como prefeito. Há uma gama enorme de personagens instigantes e muito bem construidos e desenvolvidos, que nos mantém interessados ao longo de todos os 50 números do Gibi. A arte de Tony Harris e ótima e traz a Nova Iorque real para as páginas de maneira mais vibrante do que qualquer outro antes.



Indagado em algumas entrevistas do que o inspirou em sua criação, Vaughan, nova iorquino residente na cidade na época do atentado, respondeu que após assistir à queda das duas torres do terraço de seu apartamento, ele queria, de alguma forma, escrever sobre o episódio. Mais do que isso, queria externar o sentimento do nova iorquino com relação ao ocorrido. Além disso, para ele era interessante mesclar o mundano com o fantástico e, em EX MACHINA, o político virou o fantástico enquanto as situações de Hundred, enquanto herói, são o mundano.



E é essa a realidade que a HQ nos mostra. Idealismo, vingança, injustiça, trapaças, enlaces políticos, tudo lá. Claro que existe toda a ficção típica de uma história de super heróis e, para usar como exemplo um outro projeto do qual Vaughan participou, nem tudo é respondido de forma didática, como muitos leitores gostariam, como ocorreu com LOST. Mas como leitor assíduo de HQs, e em especial da obra de Vaughan, essa é uma das características que mais me atraem no seu trabalho: a capacidade de aguçar nossa imaginação, nos desafiando a entender/enxergar além do que está escrito/desenhado.



Recomendo a todos, que gostam da nona arte, a leitura deste comic book. Aqui no Brasil ele tem saido na forma de encadernados, sendo facilmente encontrado em quase todas as bancas de jornal. Boa Leitura.



Fade to black.

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