terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

BROTHERS: um jogo independente e fraterno!


Por vezes, a simplicidade é o melhor caminho na hora de desenvolver um projeto artístico. Pinturas, livros, filmes e tantos outros exemplos que optaram por essa abordagem triunfaram quando souberam respeitar um importante aspecto: a capacidade intuitiva de seu público.

O jogo Brothers – A Tale of Two Sons (2013), desenvolvido pela sueca Starbreeze Studio, é um bom exemplo de projeto que é autêntico, sincero e respeita o gamer que decide enfrentar a caminhada dos dois irmãos do título. Contemplados com a ingrata missão de buscar a água de uma árvore sagrada (árvore da vida?) para restaurar a saúde de seu pai, nossos protagonistas partem em jornada por seu mundo, tendo apenas um ao outro por  companhia. Dessa forma somos brindados com um jogo que mistura o estilo dos clássicos literários, carregado de elementos de fantasia com nuances (a cada passo mais) sombrias.



A grande inovação fica por conta da jogabilidade, já que o jogador controla os dois irmãos AO MESMO TEMPO. Isso mesmo: enquanto o direcional e os gatilhos do lado esquerdo controlam o irmão mais velho, os destros controlam o caçula. Parece simples, mas causa certa estranheza no início, o que dificulta alguns momentos 'quebra-cabeça' do jogo, quando a coordenação motora exige um pouco mais. Entretanto, com o passar do tempo, esse desafio se torna cada vez mais gratificante, em especial quando são exigidos movimentos simultâneos, como quando os dois estão ligados por uma corda.

Os puzzles, não muito difíceis e, algumas vezes, bem previsíveis, não estragam o desafio e a empolgação do avanço. Aliás, essa é uma das características mais viciantes: a continuidade do jogo confere uma urgência que faz com que o jogador não queira parar ou mesmo perceba as várias horas jogadas (apesar do jogo ser consideravelmente curto). Não há nenhuma indicação de mudança de capítulos e, a falta de diálogos claros, só ressalta a inteligência dos desenvolvedores em utilizar a imagem para contar a história.


Visualmente o jogo investe no uso de tonalidades que ornam com o ambiente. Belos ambientes e imagens de fundo constroem um clima de jogo tenso e imersivo. O peso da distância é evidenciado pelos cenários, inclusive com certos mirantes, bancos em que os personagens podem sentar e contemplar os arredores.

A história é extremamente marcante em sua simplicidade. Partindo do clichê da jornada para salvar um familiar, ela se desenvolve de forma simples e direta, cativando a atenção do jogador a cada novo desafio. Demorei para jogar, mas falo sem dúvidas agora: um dos melhores jogos de 2013!


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