segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Iguais e diferentes, eles se entendem!



Eles tiveram pequenos desvios de conduta e, por conta disso, são confinados no colégio, em pleno sábado. Os cinco jovens devem passar as próximas horas trabalhando em uma redação de tema bem simples: o que pensam sobre si mesmos! Esse é o enredo de O Clube Dos Cinco (EUA, 1985).

Algo fica evidente logo no início do filme: são cinco pessoas completamente diferentes, estereótipos assumidos do esportista, da princesa, da neurótica, do inteligente e do rebelde. Com o passar do dia, no entanto, eles passam a aceitar (ou pelo menos entender) uns os outros, tornando-se amigos.

Escrito e dirigido por John Hughes, a produção tem um elenco escolhido a dedo (queridinhos da época como Emilio Estevez, Molly Ringwald e Paul Gleason) e busca apresentar a juventude dos anos 80. O início, com a leitura de uma carta, traz a essência do filme em duas frases: 'Você nos enxerga como você deseja nos enxergar' - frase dirigida ao diretor da escola - e 'Passamos por uma lavagem cerebral'. A partir daí o longa mostra esse dia específico na vida dos cinco adolescentes, mas que, para nós espectadores, é um resumo do cotidiano dos jovens. Tudo o que são ou conquistaram sofre o efeito do medo e das frustrações com que são confrontados. 

As diferentes personalidades ajudam Hughes a compor um belo mosaico, onde todas as cores tem sua beleza e sua vontade de se sobressair. Cada um aplica os seus meios para levar aquele dia em frente e tenta demonstrar pretensa superioridade que, aos poucos, se perde nas semelhanças que passam a brotar do grupo. Problemas familiares? Desentendimentos? Um mundo que não os compreende? Eles se interpelam e, naquele microcosmo, verificam que não estavam tão sozinhos quanto imaginavam.

A trama se desenrola de forma orgânica e o ambiente é facilmente absorvido e relacionado às nossas lembranças estudantis. Méritos para o diretor, que dá espaço para que seus personagens nos surpreendam em sua simplicidade. Acabamos por nos aproximar de todos em algum nível. Destaque para a cena em que os personagens, formando um círculo, contam suas histórias. Os intérpretes estão tão à vontade com seus personagens que parece que estamos espionando uma reunião de um clube. O clube dos 5!



Um clássico dos anos 80, merece ser visto porque muito do que apresenta ainda pode ser visto nos dias atuais. Muitas vezes, pessoas são enquadradas em certos estereótipos por conveniência e falta de envolvimento. As pessoas nos enxergam como desejam nos enxergar. Junte-se ao Clube!

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