segunda-feira, 12 de maio de 2014

Subway Surfers: Diversão na palma da mão!


Nessa segunda-feira temos uma dica de jogo para smaltphone, para você jogar no metrô, no ônibus ou em qualquer translado que consuma pouco ou muito do seu tempo: Subway Surfers!

A premissa é simples: seu personagem está "grafitando" um vagão de trem quando é surpreendido por um guarda em ronda e seu fiel cãozinho. Sem conseguir explicar o objetivo artístico para o oficial da lei e seu raivoso animal de estimação, ele foge em desabalada carreira, sobre os trilhos, correndo o risco de trombar com alguma composição - parada ou em movimento.

Os belos gráficos impressionam, emulando cidades ao redor do mundo e usando de características ambientais/pontos turísticos para ajudar na imersão. No momento o jogo ocorre em Vancouver, mas já passou por Miami, Paris e Londres, entre outros.

Ao coletar as moedas espalhadas pelo cenário você vai cumprindo missões que possibilitam comprar power-ups e novas skins. A variedade das missões fazem com que o jogo não fique cansativo nem (muito) repetitivo.


A jogabilidade é simples e viciante. Os controles respondem bem aos toques na tela (joguei na versão para iOS) e, conforme a velocidade aumenta, a tensão é sentida nas pontas dos dedos. A trilha sonora é bem animada e os efeitos sonoros que acompanham as diversas movimentações possíveis (saltar sobre os vagões ou sobre os cavaletes, escorregar por baixo de algum obstáculo ou mesmo bater de frente com um trem) tornam a experiência mais divertida.

Alguns itens que aparecem na tela podem fazer com que o personagem salte mais alto ou mesmo voe sobre todos os obstáculos, e cada nova cidade possui um item específico que pode ser coletado aos montes, oferecendo maior pontuação. A competição é contra você mesmo e o seu último resultado é o objetivo a ser batido.


Aventure-se por esse ótimo jogo! Ocupe seu tempo ocioso e ajude o grafiteiro na sua cruzada!

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Para ler na Poltrona: HOMELAND - COMO TUDO COMEÇOU (A história de Carrie)


A série Homeland surgiu para suprir um espaço deixado vago pelo fim das aventuras de Jack Bauer e seus longos dias de investigações. Mais factual e menos explosiva, a série encontrou rapidamente o seu público e a crítica cobriu-a de elogios, culminando em diversos prêmios e reconhecimento geral. A série já teve três temporadas e caminha para sua quarta, a começar em outubro desse ano.

A construção de seus personagens, em especial de sua protagonista, é um dos pontos altos do seriado. Nos interessamos pela vida de Caroline Annie Mathison, ou simplesmente Carrie, agente da CIA que monitora em especial a região do Oriente Médio, atrás das ações do braço iraquiano da Al-Qaeda liderado por Abu Nazir, seu grande nêmesis. E agora, em 2014, a editora Intrínseca traz ao Brasil HOMELAND - COMO TUDO COMEÇOU - A HISTÓRIA DE CARRIE, do autor Andrew Kaplan, que nos conta um pouco mais sobre nossa heroína criada por Alex Gansa e Howard Gordon.

A oficial de operações escapa por pouco de uma armadilha enquanto em campanha em Beirute e, a partir desse incidente começa a desconfiar de tudo e de todos enquanto tem que lidar com a dica de um de seus contatos sobre um grande atentado que se aproxima. Além disso, Carrie lida com certos fatos de seu passado e com seu transtorno bipolar, que por vezes nubla seus pensamentos e sua capacidade de reconhecer padrões de comportamento, algo imprescindível para o seu trabalho.

Já ter assistido à primeira temporada acabou favorecendo a minha leitura, por facilitar o reconhecimento de personagens (chefes da CIA, bandidos procurados, etc.), mas também por tornar a descrição muito mais viva em minha mente. É curioso que, mesmo tendo a série resolvido de forma satisfatória as relações de Carrie com os demais personagens, torna-se divertido entender certas nuances e encontrar explicações para certos eventos, apesar de umas ou outras coisas soarem um pouco deslocadas ou simplesmente adicionadas aleatoriamente, depondo contra certos traços característicos da personagem.

A decisão de adicionar uma lista de personagens e um Glossário sobre os diversos grupos políticos árabes citados ao longo da história é acertada, mas estes poderiam ter sido colocados logo no início do livro e não no seu final. Pessoas que, como eu, não folham o livro inteiro antes de lê-lo podem demorar um pouco para encontrar esse material, de grande valia para se achar em meio a tantas etnias. Além disso, alguns pequenos erros de concordância me incomodaram um pouco ao longo da leitura, tornando algumas frases quase sem sentido.

No mais, um thriller leve e de rápida leitura, com ação quase que ininterrupta e com boas cenas de espionagem e descrições interessantes sobre o dia-a-dia dessas agências de segurança. Bom para ocupar uma tarde chuvosa ou uma noite insone e aguçar a curiosidade daqueles que ainda não conhecem a ótima série de TV.

segunda-feira, 24 de março de 2014

O Meio Homem se Desculpa

Em novembro de 2012, o ator Angus T. Jones, o Jake Harper de "Two and a Half Man" deu um testemunho pra um vídeo sobre o oculto infiltrado no governo e entretenimento vinculado a sua religião Igreja Adventista do Sétimo Dia, no qual dizia que o seriado em que trabalhava era sujo, e pediu pra que não o assistissem. Parecia uma piada naquele momento, mas não era. Horas depois, após muito falatório o jovem ator mais bem pago da TV americana (300 mil dólares por episódio) soltou um comunicado dizendo que "peço desculpas se minhas observações refletem indiferença e desrespeito aos meus colegas e desvalorização da oportunidade extraordinária de que tenho sido abençoado. Eu nunca quis isso".

O personagem do ator, mesmo sendo filho de um dos protagonistas, passou então a ter menos participação na série, até ser totalmente substituído pela atriz Amber Tamblyn, que numa piada de mal gosto, por ser uma personagem lésbico viria a ser a nova "meio homem". Semana passada o ator voltou a reafirmar numa emissora texana que convicção religiosa foi preponderante pra abandonar a série. Segundo ele "[o show] estava enaltecendo tópicos do nosso mundo que são na verdade problemas pra muitas pessoas, e eu era um hipócrita pago, porque não estava OK com isso, mas continuava fazendo". O ator afirmou que pretende continuar atuando, mas agora em assuntos mais consistentes com sua fé.

Neal McDonough
Ele poderá (ou não) encontrar um meio-termo se conversar com o ator Neal McDonough, católico, conhecido por recusar fazer cenas na cama (sugestão de sexo) e beijos. Conhecido por filmes como "Minority Report" e "Capitão America", o ator já havia causado ao se recusar a fazer cenas mais quentes com Nicolette Sheridan, a fogosa Edie Britt, em "Desperate Housewives", além da mesma situação na pouco conhecida série "Boomtown". Em 2010 a situação ficou tensa quando ele foi demitido do papel de protagonista da série "Scoundrels", sobre uma família criminosa que precisa rever seus conceitos após o patriarca ser preso, ao se recusar gravar cenas de sexo com a atriz indicada ao Oscar Virginia Madsen. As tais cenas seriam flashbacks importantes pra justificar os atos dos personagens. Segundo fontes, "isso tem lhe custado trabalhos, mas ele insiste em seus princípios". Mas será que avisar os produtores na assinatura do contrato que ele não faz cenas românticas não faz parte dos princípios dele? Pelo menos Angus T. Jones é hoje um ex-hipócrita. Desesmpregado, mas ex-hipócrita.
Virginia Madsen

domingo, 23 de março de 2014

videogame: Rain

Lançado em outubro de 2013 exclusivamente pra download no PlayStation3, o jogo "rain" desenvolvido pela Sony Computer Entertainment Japan foi divulgado como um jogo de arte, daqueles destinados a se tornar cult. Mas não foi o caso ao lançamento.

O belíssimo jogo começa com artísticos rabiscos pré-animados de um garotinho que não pode ir ao circo porque ficou doente, eis que olhando pras pessoas na janela ele vê uma garotinha ser perseguida por uma criatura, mas ambos ficam invisíveis. Ao tentar segui-los para salvar a garotinha, ele passa por um portal onde também se torna invisível, numa estonteante e 'noir' cidade tridimensional. Porém, neste universo a chuva é constante, assim como sua silhueta sob ela, e pegadas em poças de lama. O que acontece? Quem é a garotinha que foge o tempo todo? E que criaturas são essas?

as criaturas parecem esqueletos de animais pré-históricos
A jogabilidade é controlar o garoto, ou melhor, a silhueta do garoto na chuva e suas pegadas em lugares cobertos em quebra-cabeças absolutamente simples (arrastar caixar pra alcançar pontos mais altos, ou na melhor das intenções chamar a atenção das criaturas pra destruir objetos a fim de criar pontos de apoio), sempre atrás da garotinha. Há alguns momentos de perseguição, mas nada desafiadores. Mesmo adiante, quando finalmente acontece o encontro com a garotinha, a parceria continua com os mesmos conceitos piegas.

Usar a clássica (calma, mas manjada) música "Clair de Lune" do Debussy, já devassada pela trilogia "Crepúsculo" nos cinemas, numa nova roupagem, não foi a pior das idéias, mas não emprega ao jogo o clima ideal, além de tornar tudo muito monótono. A falta de diálogos num jogo de tão arrojado visual não parece ter sido necessariamente por questão econômica, mas por marca estética, e só diminui tudo. Ao contrário do ótimo "Unfinished Swan" que conta a história como uma fábula com palavras na tela (e há um interessante subtexto impossível de decifrar em ação), aqui tudo parece forçado e faz o jogador concluir que perde tempo lendo uma história que se acha poética, mas nada mais faz que subestimá-lo. As imagens já são óbvias. E dizer que o jogo faz homenagem aos filmes mudos franceses é ainda mais ultrajante.

Um daqueles momentos "uau! Agora vamos embora?"
Pior que isso, só o fato de você caminhar durante as poucas horas do jogo por uma arrojada cidade francesa digital, e não ter absolutamente nada pra explorar. Há becos e caminhos que não levam a lugar algum, mas você só encontrará colecionáveis (umas porcarias de bolhas-memórias) depois que terminar o jogo da primeira vez. Sim, o jogo foi criado pra ser jogado duas vezes, mas não vejo motivo para tal, já que apesar da trama surpreender perto do final com um plot twist (com alguns tropeços que indicam uma dependência em texto) que explica o que é tudo aquilo, inclusive mudando o cenário (sai a cidade francesa e entra uma geométrica cidade sem identidade), notamos que os desenvolvedores só perderam a chance de fazer um jogo realmente memorável, e que pudesse surpreender duas vezes.

sábado, 22 de março de 2014

TV: Um Drink no Inferno

“Eles mataram 14 policiais e 04 civis e
são os heróis. Imagine os vilões?”
Se a atriz Salma Hayek ainda não era reconhecida por "A Balada do Pistoleiro", ela passou a ser muito reconhecida por sua icônica dança com uma cobra em "Um Drink no Inferno" em 1996, como Satânico Pandemonium, a sexy dançarina que se transformava numa vampira demoníaca. O road movie dirigido por Robert Rodriguez trazia o nome de Harvey Keitel antes do de George Clooney, que fazia um dos temidos irmãos Gecko ao lado de ninguém menos que Quentin Tarantino, que fugindo da polícia após um assalto a banco que terminou com muitas vítimas, pegam uma família em crise como reféns com destino ao Titty Twister, um movimentado bar de caminhoneiros e motoqueiros que se revela um ninho de vampiros, onde eles deveriam aguardar o resgate do traficante Carlos.


Salma Hayek no filme
Quase 20 anos depois, duas continuações lançadas diretos pra locação (uma delas com Sônia Braga), George Clooney oscarizado, a mitologia dos vampiros devassada de todas as formas e um canal a cabo de Robert Rodriguez todo dedicado ao público latino resulta na série "Um Drink no Inferno", que no original se chama "From Dusk Till Dawn" (do anoitecer ao amanhecer), que internacionalmente está sendo distribuída com episódios semanais pelo Netflix.

Satânico Pandemonium já vive na cabeça de Richie Gecko 
Se no original tínhamos dois irmãos cruéis que matam policiais e civis sem qualquer pudor, na série há mais camadas. Enquanto um apenas ameaça, o outro é contido pelo irmão por matar sem pensar nas consequências. No filme o irmão vivido por Tarantino era um maníaco sexual com ações infantis, agora ele é um cara que alucina, o que justifica suas ações brutais. E agora há um policial no encalço dos irmãos em busca de justiça e vingança.

A família Fuller estará de volta na série
O primeiro episódio se mantém na loja de bebidas, que é a sequência de abertura do filme, o que indica uma estrutura parecida com a série "24", com toda a temporada ocupando um único dia na vida dos irmãos. Assim eles honram o título "do anoitecer ao amanhecer". Talvez a série consiga escapar do formato da série "Sobrenatural", que também trata de dois irmãos, tendo um deles um contato maior com o sobrenatural, mas usa o esquema "monstro da semana".

A mitologia toda foi claramente amplificada, com o traficante Carlos (vivido pelo eterno Fez de "That's 70s Show", Wilmer Valderrama)  tendo consciência do que os espera no bar que ele escolhe como ponto de encontro. Enquanto no filme a intenção do traficante era simplesmente eliminar os irmãos, na série suas intenções são mais obscuras, e ele ainda avisa o irmão racional "Escute seu irmão, porque ele vê coisas que você não vê".

diretor ao centro 
Com uma estrutura aparentemente fechada, cabe uma produção primorosa, que pode algumas vezes parecer arrastada por valorizar o que está sendo contado. A marca de seus autores Rodriguez/ Tarantino estão lá, mesmo porque o piloto foi dirigido pelo próprio Robert Rodriguez.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Parem de escalar brancos pra personagens de cor


Cinema é considerado a sétima arte, mas será que nos dias de hoje Hollywood (na maior parte do tempo) ainda dá pra ser considerado arte?  Ainda mais em tempos em que os atores se sobressaem aos filmes em si. O fato é que a abrangência e, quem sabe, influência destes filmes ditam culturas, modos e sabe-se lá o que mais. Foi nessa linha de pensamento que a Sociedade de Nativos Americanos resolveu mostrar sua indignação pela escalação da atriz (branca) Rooney Mara ("Os Homens Que não Amavam as Mulheres", "Rede Social") pra viver a Princesa índia Tigrinha na nova adaptação live action de Peter Pan aos cinemas, intitulado apenas de "Pan", como os chocolates.

Rooney Mara
Nada contra a ótima e abastada Rooney Mara, nem contra o ótimo Joe Wright ("Orgulho e Preconceito", "Desejo e Reparação", "Anna Karerina"), diretor dessa nova adaptação, mas a Warner realmente deu um tiro no pé ao afirmar pra revista "Variety" sobre a nova escalação que "O mundo (Terra-do-Nunca) está sendo criado como multi-racial/internacional - e um muito diferente personagem do que antes previamente imaginado". Nem dá pra dizer que eles estejam mais focados na nacionalidade dos atores, já que Hugh Jackman, branco e contratado pra viver o Barba Negra, é um dos poucos estrangeiros por ser australiano. Garrett Hedlund, branco que viverá Gancho (antes de ser capitão) é estadunidense. A coisa só melhora com o nome de Adeel Akhtar, ator britânico de origem indiana que viverá Smee, o capacho de Gancho.

Tonto e o Cavaleiro Solitário na série original
Mesmo que o posicionamento da Warner de dizer uma coisa, e agir de outra não seja oficial, mas apenas fruto de um artigo, o problema não é recente. A Sociedade também já havia manifestado preocupação com Johnny Depp vivendo um dos personagens nativo americano mais icônicos da cultura pop, o Tonto de "O Cavaleiro Solitário", mesmo que o ator já tenha desde 2002 dito que acredita ser . Segundo a Sociedade, através da petição, "esta escalação é particularmente vergonhosa pra um filme para crianças, ao dizer para elas que seus exemplos de modelo são todos brancos é inaceitável". 

Se você compartilha do mesmo sentimento da Sociedade dos Nativos Americanos, e acha que não apenas a Warner, mas todos os estúdios devam pensar em todas as cores e raças, pode acessar a petição aqui, mesmo que o número de assinaturas já esteja quase alcançado.

terça-feira, 18 de março de 2014

We used to be friends...


A long time ago, we used to be friends.

Era com essa frase que a música de abertura indicava o início de uma das melhores séries dos idos dos anos 2000, mais precisamente entre 2004 e 2007: Veronica Mars!

Nela brincávamos de detetive com a personagem título - interpretada pela bela Kristen Bell - no modelo caso da semana + caso da temporada, este último que se desenrolava ao longo dos episódios. Foram 64 no total, distribuídos em 3 ótimas temporadas que deixaram seus fãs, conhecidos como 'marshmallows' (preste atenção a uma homenagem logo no início), tristes e sem um final satisfatório. Na época os rumores foram que o criador Rob Thomas escrevera um roteiro para o filme que mostraria o final definitivo, mas que nunca foi aprovado pelos executivos da Warner.

Pois bem, 9 anos se passaram e a força/insistência dos 'marshmallows' saiu vitoriosa: na mais bem sucedida campanha do Kickstarter quase 100 mil fãs contribuíram em apenas 1(!) dia com os milhões necessários para que o longa acontecesse. E na última sexta, dia 14, Veronica Mars - The Movie foi disponibilizado em cinemas nos EUA e on demand, na internet. E como é bom revisitar Neptune!

A equipe reunida!

Roteirizado pelo próprio Rob Thomas, encontramos os personagens nove anos depois dos eventos do último episódio. Veronica vive em NYC com Piz, que trabalha em uma rádio. A jovem tem uma vida trivial e, quase formada em direito, busca emprego num dos maiores escritórios de advocacia da cidade... Mas é aí que um crime envolvendo Logan Echols a faz retornar à Neptune que havia deixado para trás. O ex é acusado de matar sua atual namorada, uma cantora pop de sucesso (e que também estudou com Veronica).

O retorno à cidade dá a deixa para o aparecimento de diversos personagens que conhecêramos anteriormente, dando ao fã antigo um sentimento de nostalgia emocionante. São várias as referências e Rob Thomas as torna muito bem inseridas dentro do contexto do crime, que segue os passos de uma das antigas temporadas condensado em apenas duas horas. É divertido saber o que aconteceu com Weevil, Wallace, Dick, Mac e Keith Mars. Thomas concebeu uma pequena introdução que traz um resumo para situar aqueles que nunca ouviram falar da jovem detetive. Percebe-se nos atores a diversão que deve ter sido retomarem seus antigos personagens! Destaque para Dick, com seus comentários hilários.

É fato que o pouco tempo (quase 2 horas) torna o desenvolvimento bem mais expositivo, mas nada que atrapalhe na diversão. É um bom filme de detetive e uma ótima forma de revisitar a série.

O filme amarra todas (ou quase todas?) as pontas soltas. Seria esse um sinal de que talvez vejamos mais da família Mars no cinema? Bom, é aproveitar esse e esperar para ver o que nos guarda o futuro...


sexta-feira, 14 de março de 2014

Fábulas à solta no PS 3... mas será que precisava?


Fables (ou Fábulas aqui no Brasil) é uma das melhores HQs da atualidade. Inteligente, seu criador e roteirista até hoje (pelo menos do arco principal) Bill Willingham transporta personagens do imaginário infantil, como a Branca de Neve e o Lobo Mau, para o nosso mundo, onde estes vivem sem revelar a sua origem fantástica. Por conta disso, somente as fábulas semelhantes à figura humana podem andar livremente, sendo as demais levadas para a Fazenda, mais erma. E sim, antes que alguém fale alguma coisa, a HQ é bem anterior à série Once Upon A Time...

Isso dito, esse post não tem por objetivo falar dos quadrinhos, mas sim da incursão desse universo no mundo dos games com o jogo THE WOLF AMONG US, da Telltale Games, do ótimo THE WALKING DEAD - THE GAME. Com sua bela arte e construção cuidadosa dos ambientes da HQ, o jogo é divertido, mas não passa de mais um gibi jogável.



Bigby é um ótimo personagem
Na trama do primeiro episódio, intitulado Faith, temos um típico conto policial - no melhor estilo C.S.I. - com pessoas misteriosas, assassinatos e pistas a serem encontradas e relacionadas para resolver as intrigas. Jogamos no papel de Bigby - o Lobo Mau - xerife da administração das Fábulas na cidade, responsável por proteger a qualquer custo suas identidades reais. Interessante, mas algo corriqueiro nos primeiros números da HQ.

É uma jornada curta - pouco mais de duas horas - pontuada por boas cenas de ação e diversas escolhas, algo que também acontecia em TWD. Aqui temos uma direção de arte mais colorida e cartunesca por motivos óbvios, mas o que chama a atenção são as decisões que são menos impactantes do que em TWD. Dessa forma, o jogo perde força e em determinado momento nos vemos apenas seguindo em direção ao fim, sem sentirmos efetivamente o peso das decisões tomadas. E é exatamente isso que me fez questionar a necessidade do jogo nesse formato.

Os diálogos são espertos e descolados, como na HQ. São piadas discretas e jogos de palavras que tornam a experiência mais agradável.



Ótimas cenas de ação!
Por se situar um pouco antes dos eventos que iniciaram a história na HQ, o jogo tem um apelo com os que conhecem a série por trazer informações novas sobre alguns personagens e é claro que a Telltale explora com inteligência um universo tão rico quanto o das Fábulas, mas tudo muito menos impactante do que poderia ser.

É claro que é só o primeiro episódio e existem algumas exigências na hora de apresentar personagens que acabam tornando-o um pouco arrastado. Esperemos os demais para poder avaliar o pacote inteiro. Por enquanto ele surge como uma boa ideia e um bom desenvolvimento. Falta o impacto para que ela não chegue ao seu fim com o gostinho de "poderia ter ficado só no papel".



quinta-feira, 13 de março de 2014

TV: Vem aí Gotham!


Desde que foi anunciada pela Fox, a série de TV GOTHAM gerou um questionamento: conseguiria a Fox criar algo ao menos interessante e minimamente criativo com o fantástico universo do Homem-morcego? Essa semana, com a liberação da sinopse do projeto, podemos imaginar que, aparentemente, a abordagem é ambiciosa e interessante.


Gotham, desenhada por G. Capullo
Gotham City é o grande personagem do Batverso. Por quê? Porque é ela o fato gerador de todos os ótimos personagens, vilões ou heróis, que encontramos destruindo/patrulhando cada um de seus becos escuros ou imensos arranha-céus. E se engana quem pensa que foi o jovem Bruce Wayne o primeiro good guy da cidade. Muito antes dele encontramos James Gordon, que auxiliaria o cavaleiro das trevas anos depois, já como comissário de polícia.



Jim Gordon (por G. Capullo)

Pois bem, a sinopse deixa clara a ideia de colocar Gordon como o personagem central, aquele que, ainda como detetive, vai nos apresentar à cidade e a todas as suas particularidades. Mafiosos, crime organizado, políticos corruptos, todos contribuindo imensamente para a derrocada da cidade. E uma cidade assim, só poderia gerar mentes perturbadas...





Vilões insanos
Já estão confirmados Oswald Cobblepot e a jovem Selina Kyle, futuros super-vilões (o primeiro que quer voar e a segunda que brinca com sua bola de lã, rs), mas a sinopse surpreendeu por mencionar Duas Caras, Charada e até mesmo o palhaço do crime - Coringa! Além disso, teremos o jovem Bruce - protégé do detetive - e o fiel Alfred, envolvidos diretamente com a trama do episódio piloto em que Gordon investigará o assassinato de um certo casal Wayne... Sem falar na namorada do policial, Bárbara, que será a mãe da futura Batgirl, algo que provavelmente a série não chegará a abordar, mas é mais uma referência.

Impossível afirmar sem assistir a algum episódio, mas parece que essa série pode se tornar efetivamente algo legal para os fãs de quadrinhos e do Homem-morcego. E esperar e conferir! O logo no início do post é o oficial da série. Não sei vocês, mas eu curti!

Quem vigia Gotham?

terça-feira, 11 de março de 2014

DIRETO DA TELONA: Pompéia

Quando se fala da cidade de Pompéia, a cidade do Império Romano que foi destruída pela erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.C e cinema, imagine-se um filme grandioso, ainda mais atualmente com todos os recursos de efeitos especiais, porém, o filme de Paul W. S. Anderson, diretor de Resident Evil e o último Os Três Mosqueteiros é um filme fraco e tedioso.

O ruim desses filmes catástrofes é que todos sabemos o que acontece no final, mas quando o roteiro e o desenvolvimento do filme não ajudam a contar essa história conhecida por todos, os momentos no cinema que deveriam ser de diversão se tornam uma tortura!

Kiefer Sutherland - Jack Bauer do mal
A história de Pompéia (Pompeii - 2014) tem início alguns anos antes do fatídico dia, quando o jovem Milo vê toda sua família ser assassinada pelo exército romano comandado pelo general Corvus (Kiefer Sutherland) que está combatendo os Celtas que estão impedindo as rotas comerciais romanas. O jovem Milo então, único sobrevivente, acaba virando escravo e consequente gladiador, conhecido por "O Celta"!

O rapaz se torna imbatível nas arenas romanas e acaba indo disputar batalhas na cidade de Pompéia. No caminho, ele acaba se encontrando com Cassia (Emily Browning, de Desventuras em Série) e o flerte entre o escravo e a herdeira da realeza é inevitável. O que eles não contavam é que o agora Senador Corvus, que deseja se casar com a jovem Cassia, chega em Pompéia e tenta colocar um fim no suposto romance. Vendo no jovem Celta uma ameaça para seus planos, planeja sua morte na arena da cidade durante os jogos entre os gladiadores, na qual um deles, Atticus (Adewale Akinnuoye-Agbaje) está prestes a ganhar a liberdade, bastando vencer mais um combate!

Atticus e Milo - inimigos que viram amigos - clichê

Os dois porém, se tornam amigos, e apesar do desafio, acabam lutando do mesmo lado na batalha que será a última que a cidade de Pompéia verá, pois durante a luta, o Vesúvio entra em erupção.
Cassia e Milo - amor eternizado?

O chato do filme é que mesmo com toda a destruição em volta, ainda temos que aguentar uma luta sem sentindo entre Milo e Corvus e entre Atticus e Bellator (Currie Graham). As interpretações são demasiadamente caricatas e Kiefer Sutherland está irritantemente como Jack Bauer do mal.

Nem os efeitos especiais, que passam longe de serem incríveis, salvam esse filme que poderia contar a história de um dos maiores desastres naturais  de forma apropriada!

segunda-feira, 10 de março de 2014

Teatro: A Pior Banda do Mundo

A Cia. dos Outros retorna neste dia 10 de março para 6 apresentações nas segundas e terças às 20h no Teatro Sérgio Cardoso (Rua Rui Barbosa, 153) com seu espetáculo "A Pior Banda do Mundo", que esteve em cartaz em SP no final de 2012 e na programação de (re)inauguração do Centro Internacional de Teatro - Ecum em 2013.

Inspirado na HQ homônima do português José Carlos Fernandes, que mostra 32 histórias curtas de 2 páginas numa cidade sem nome que parece estar no Leste Europeu onde diversos personagens bizarros, inclusive a tal pior banda do mundo, vivem, a peça usa elementos de vários personagens apenas na tal banda. Ela é pior do mundo porque, sem o menor talento, ensaiam regularmente há 10 anos sem nunca mostrar o resultado ao público. A peça acompanha os dias que antecedem a primeira apresentação deles ao vivo, alternando os ensaios com sentimentos guardados por anos, e suas estranhas ocupações de arquivista, conferencista de pequenos objetos (de escritório!), um gerente de segurança de supermercado, um escoteiro cansado e uma ex-patinadora que fala uma língua que aparentemente poucos compreendem.

 Se a sinopse já não fosse suficientemente interessante, o espetáculo contou com a direção do saudoso João Otávio, que dirigiu este que vos escreve em "O Jardim das Cerejeiras" para a Cia. Vinte e Duas Desgraças e infelizmente não pôde presenciar fisicamente o sucesso de ambas as obras. A atriz Amanda Lyra (da série ", que interpreta brilhantemente a hilária e amargurada conferencista, também colaborou com nosso espetáculo com um treinamento View Points (presença física/sonora). Portanto, sim, este espetáculo é especial para mim.

Mas se João cuidou bem do trabalho dos atores, foi também pela concepção de Carolina Bianchi, talvez a bússola norteadora do espetáculo, que também co-dirigiu com João, cuidou da dramaturgia com a colaboração de todo o grupo, e também faz a ex-patinadora. Os atores realmente não sabem, a princípio, usar os instrumentos musicais, o que faz a banda realmente ser a pior do mundo. A encenação que agradavelmente abusa do absurdo, cheia de repetições, e velocidades diferentes, jamais enfraquece qualquer que seja a leitura que o público faça (alguém disse que critica os persistentes artistas que não vivem de sua arte e não estabelecem um diálogo com o público) da trama. Sugiro que a regra seja se divertir.

No elenco não menos que sensacional em figurinos impagáveis estão além das já citadas Amanda Lyra e Carolina Bianchi, Clayton Mariano, Pedro Cameron e Tomás Decina, além de toda uma competente equipe técnica (projeções na parede colocam legendas na desconhecida língua da ex-patinadora).


The Walking Dead - The Game

Lançado em abril de 2012, "The Walking Dead - The Game" poderia ser mais um fiasco de adaptação pros videogames, mas surpreendeu por uma narrativa original dentro do universo estabelecido por Robert Kirkman nas HQs e na série de televisão. Por sorte, quem veio com a idéia de levar este específico universo apocalíptico foi o estúdio Telltale Games - onde a maioria dos funcionários veio da LucasArts -, por quem Kirkman já tinha apreço, e conhecida por suas graphic adventures, que já havia demonstrado foco maior em contar histórias em jogos como "Sam & Max", "Strong Bad's Cool Game for Attractive People - Homestar Runner", a última aventura "Monkey Island", e falhadas tentativas de algo que só foi conquistado por "The Walking Dead" em "De Volta para o Futuro" e "Jurassic Park".

O desenvolvimento do jogo teve a consultoria de Kirkman através de sua Skybound Entertainment, mas o enredo não foi criado por ele, apenas suas regras (por exemplo nem mesmo mencionar Rick Grames - protagonista das HQs). Três parâmetros foram fixados pra esta nova trama: a personagem Clementine como bússola moral, um encontro dela com um estranho numa sala de estar em algum momento e o final. Desta forma eles puderam dividir perfeitamente o enredo em cinco capítulos que foram lançados bimestralmente.

A trama e as decisões do jogador (por escolha de diálogos, estratégia, ou mesmo socorro - entre o bem/mal, certo/errado) acompanham Lee Everett em Atlanta na Georgia, um professor universitário condenado por um crime do qual se responsabiliza conscientemente. Mas ainda na viatura policial, o caos se instala nas ruas com os ataques zumbis, e ele acaba sozinho e algemado. Ao encontrar abrigo numa casa abandonada, ele encontra Clementine, de apenas 8 anos, protegida numa casa de árvore. Sozinhos, eles decidem cuidar um do outro, e procurar os pais de Clementine, que haviam viajado pra Savannah, no mesmo estado, a deixando com a babá. Logo eles vão parar na fazenda de Hershell (o mesmo da série de TV), mas logo são banidos com outra família. O grupo aumenta quando se abrigam numa farmácia na cidadezinha de Macon, a cidade natal de Lee. A partir daí as muitas decisões que o jogador deve tomar por Lee ficarão cada vez mais tensas, na medida que a história e personalidade dos personagens também ficam mais profundas.

A segunda temporada do jogo muda o personagem pelo qual o jogador deve tomar as decisões para a própria Clementine, agora supostamente com 11 anos de idade. A troca acontece naturalmente, mas é também um grande avanço pra indústria de jogos ter uma menina como protagonista num enredo tão ou mais violento que o da série televisiva. 

Ao contrário do seriado, que muitas vezes não parece ter um superobjetivo e pouco consegue aprofundar os personagens surpreendendo o público, o jogo faz tudo isto funcionar. O objetivo de encontrar os pais de Clementine em Savannah na primeira temporada, e de encontrar Christa, por quem Clementine mantém uma dívida moral na segunda temporada, nunca atrapalha o desenvolvimento de tramas paralelas, e as surpresas sobre o passado e presente de todos os personagens. E ao contrário da série, que mantém o suspense na próxima horda de zumbis que aparecerá na próxima esquina, o jogo consegue manter isto nas ações dos personagens, e muitas vezes em ações que pouco têm a ver com zumbis. Os vivos é quem são os grandes vilões no jogo.

Da primeira temporada, onde há mais opções entre ser muito correto/bondozo ou muito errado/rude, pra segunda temporada onde Clementine tem mais opções pessimistas, há o importante desenvolvimento da trama e dos personagens. Seria infantil achar que Clementine, após tantos perrengues, pudesse dar respostas inocentes a personagens suspeitos. No episódio "A House Divided", ao perceber a desconfiança da garota, um personagem lhe pergunta o que as pessoas estão procurando, no que ela responde família, e ele filosofa "as pessoas precisam saber em quem confiar, né". Mas quem é sua família em tempos tão difíceis?

Um encontro com o mal. Alguém comparou com Governador? Yeah!
Dividido em pequenos capítulos ou cenas, cada episódio dura em média 2h30min, mas os maiores problemas da experiência, ao menos no PlayStation3, é a queda de framerate (leia-se imagem quadriculada) e o irritante loading entre os capítulos que por pouco não minam a narrativa.

O sucesso do jogo (e do formato graphic adventure), que foi lançado de consoles a tablets, fez a Telltale ousar adaptando o universo das HQs "Fables" em "The Wolf Among Us", e futuramente com os universos do game "Borderlands" e dos livros "Game of Thrones".

domingo, 9 de março de 2014

Literatura: Só Garotos

No começo da música "Gloria", Patti Smith incorpora seu poema "Oath" que começa com "Jesus morreu pelos pecados de alguém, mas não os meus". Ao contrário de parecer totalmente herético, a passagem é uma declaração de existência, como um voto de responsabilidade pelos próprios atos. Segundo Patti, Cristo era alguém contra quem valia a pena se rebelar, pois ele era a rebelião em pessoa. E tudo isso tem a ver com a mais pura fé.

O livro "Só Garotos" é a deliciosa autobiografia de Patti Smith
lançada em 2010, e é resultado de uma promessa. De fé. Criada por uma simples família de valores tradicionais de Chicago nos anos 50, Patti acabou crescendo com os irmãos numa pobre Nova Jersey. Foi lá que ela destruiu o próprio futuro ao ficar grávida aos 19 anos, e descobriu que os tais valores tradicionais já não eram mais tão tradicionais ao continuar acolhida pelos pais. Tradições estas que já a amedrontavam desde criança, quando questionou a mãe sobre ter de colocar uma camiseta pra brincar com garotos, a existência de Deus e os motivos pra rezar. Ela compreendeu a parte espiritual muito cedo, quando muito cedo teve contato com o sentimento de morte, mas nunca deixou as outras questões atrapalhar seus planos. Foi assim que ela decidiu sair de casa, e encarar Manhattan. Antes, a mãe, sem saber bem como apoiar a filha, lhe embrulhou um uniforme de garçonete e disse "você não daria uma boa garçonete, mas aposto em você mesmo assim". A mãe tinha razão quanto a ser garçonete e em apostar na filha.

Mas "Só Garotos" não fala exclusivamente de Patti. Se trata da promessa que ela fez a Robert Mapplethorpe, seu companheiro por muitos anos. Ele, um típico filho de fervorosos católicos que se desgarrou do rebanho, salvou Patti de apuros em ao menos dois momentos antes deles decidirem morarem juntos pra nunca mais perderem o vínculo. Não eram amigos, nem namorados, nem noivos, nem casados, nem irmãos, mas tudo isso junto. A história de amor deles é geralmente vinculada em artigos sobre relações não-monogâmicas, mesmo que eles nunca tivessem rotulado de qualquer forma.

um dos famosos retratos de Robert
Juntos eles passaram muitos perrengues pra ter sua arte (desenhos, recortes, poesias, colagens, textos em geral) reconhecida de alguma forma. Cada um a seu modo mergulhou num mundo próprio, mesmo que de mãos dadas, com alguns muitos percalços, e descobriu suas reais vocações. Mas pra isso precisaram fazer muito contatos e focar em seus sonhos - como o de Robert em ser uma espécie de Andy Warhol e se cercar de seus amigos. Nesta jornada passaram por uma América em transformação (política, científica e intelectual) e encontraram figuras como os músicos Jimi Hendrix, Janis Joplin e o dramaturgo Sam Shepard, além de muitos figurões excêntricos que muito os ajudaram.

a famosa capa do disco de estréia de Patti
Patti se tornou uma roqueira famosa, praticamente sendo a precursora do punk-rock sem se dar conta disso, misturando sua poesia com notas musicais e parcerias corajosas. O caminho que ela segue pra chegar a este ponto é surpreendente. Robert se torna um famoso fotógrafo, muito mais conhecido pelos icônicos retratos e praticamente catalogando a cena sadomasoquista de Nova Iorque. Patti tem hoje 67 anos, ao menos 11 discos gravados, e além desta autobiografia, coletâneas de poesias do passado. Robert deixou seu legado, como queria, mas faleceu em consequência da AIDS em 1989 aos 42 anos de idade.

Auto retrato de Robert
Numa tarde tomando café numa garrafa térmica e observando as pessoas na Washington Square, Patti e Robert começaram a ser observados por um casal de turistas. Exibicionista, Robert apertou a mão de Patti com carinho, e a turista falou ao marido "tire uma foto deles, acho que são artistas", no que o marido respondeu dando de ombros "ora, vamos logo. São só garotos".