sábado, 31 de dezembro de 2011

O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel! 10 Anos!

O tempo realmente passa! A frase clichê que abre esse post, é válida nesse final de ano em que se completam 10 anos da chegada do primeiro capítulo da Trilogia "O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel" (The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring, 2001). O filme estreou nos Estados Unidos em 19 de dezembro de 2001, mas só chegou em terras brazucas em 01 de janeiro de 2002! Nada mais justo que terminar esse ano lembrando desse clássico, mesmo porque, havia comentado no "twitter" que no dia de Natal iria assistir a versão estendida e veio à memória todos os acontecimentos da espera pela estréia!

O ano de 2001 foi marcado pela expectativa da estréia de "O Senhor dos Anéis" e qualquer rumor, notícia e novo trailer lançado era alardeado pelos fãs. Lembro-me de o amigo Juliano e eu assistindo ao primeiro trailer lançado na internet na casa dele e a mãe do Juliano rindo da nossa cara de satisfação por ter assistido ao trailer; ou ainda da nossa ida até o cinema do Shopping Internacional Guarulhos pra assistir ao trailer na tela grande - ficamos sabendo através da internet que num filme, que nem me lembro qual era, teria o trailer de TLoR e fomos lá conferir! Até que chegou o grande dia das estréia: foi difícil convencer em casa que eu não participaria do almoço de Ano Novo pois estaria no cinema, mas no dia 01 de janeiro de 2002, estava o Juliano, eu e dezenas de fãs na fila do Central Plaza, que na época tinha a maior tela de cinema de São Paulo na sala 10, pra assistir ao evento cinematográfico do ano!

Parte da minha coleção de cartões telefônicos com imagens do filme!

Saímos de lá empolgados com o que vimos na tela, afinal, para os leitores da obra de J.R.R. Tolkien ver os personagens que tanto imaginamos na tela grande em carne e osso foi muito bacana, e também havia uma mistura de frustração, afinal, teríamos que esperar mais 1 ano para vermos a sequência!

Parte da minha coleção de cartões telefônicos com imagens do filme!

Que dizer de cenas que retratavam de forma perfeita "O Condado", Rivendell (traduzido para o Português como "Valfenda"), as colunas dos salões de Moria (reino dos anões), A Floresta Dourada de Lothlórien (onde vivem Galadriel e Celeborn, na cidade de "Caras Galadhon") e das estátuas dos reis Isildur e Anárion, o "Argonath" ou Pedras do Reis, próximo a cachoeira de Rarus, em uma das entradas do reino de Gondor.

Algum tempo depois, fomos novamente alarmados pela notícia do lançamento em DVD da versão estendida de "A Sociedade do Anel" em uma versão de luxo em vinha com uma miniatura dos "Argonath", mas que não veio para o Brasil. Somente importando... 

Depois de algum tempo, o amigo e um dos editores da "Liga da Poltrona" viajou para o Canadá e trouxe de lá a versão estendida, foi quando conferi o clássico com mais 29 minutos de cenas empolgantes distribuídas ao longo do filme que ficou com 208 minutos!

A versão de luxo de "A Sociedade do Anel"









Em 2003, os fãs puderam conferir em alguns cinemas brasileiros a versão estendida com legendas em português pela primeira vez (eu estava lá em 01/09/2003, totalizando 13 vezes no cinema!) e somente em outubro de 2010, aportou por aqui as versões estendidas dos três filmes em 12 DVDs, mas sem as versões de luxo!


A versão estendida da trilogia aportou no Brasil em 2010

Em "A Sociedade do Anel", as cenas adicionais complementam uma obra que foi lida e assistida por milhões ao redor do mundo, contribuindo para a compreensão de detalhes da história, como a cena da traição anel ao rei Isildur, uma cena mais detalhada da vida no "Condado", um momento de descanso na jornada de Frodo e Sam quando eles observam os elfos deixando a Terra Média, o Conselho de Elrond com a cena de Gandalf falando o célebre verso "One ring to rule them all..." na língua de Mordor e uma das cenas mais emocionante da primeira parte da trilogia - a entrega dos presentes de Galadriel aos membros da "Sociedade"!



Parte dos ingressos das 12x que assisti ao filme
no cinema!
Sem dúvida, é uma nova experiência assistir as versões estendidas que contribuem para um maior período de emoção e encantamento dessa obra que marcou a história de cinema e que teria acrescentado 5,8 horas ou 348 minutos aos 2136 minutos ou 35,6 horas que passei no cinema conferindo a obra de JRR Tolkien na visão do brilhante Peter Jackson.



Em 2012 tem mais Terra Média nas telonas, com a estréia da primeira parte de "O Hobbit", mas isso é assunto para outro post...

Feliz Ano Novo a todos os amigos e leitores do blog "Liga da Poltrona"! 

Namárië!




Parte da minha coleção de cartões telefônicos com imagens do filme!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Direto da Telona: IMORTAIS


O rei Hyperion (Mickey Rourke), revoltado com os deuses e suas decisões/omissões, decide acabar com o povo helênico e, nesse processo, colocar as mãos no arco de Épiro, forjado por Ares, para com este libertar os titãs e levar a guerra aos deuses do Monte Olimpo. Cruza o seu caminho Teseu, protegido de Zeus, que irá revidar e, dessa forma, salvar os gregos (e, porque não, o mundo).

IMORTAIS (Immortals, 2011) é mais um épico baseado na Mitologia Grega que pode ser considerado honesto e conveniente. Honesto porque tem um roteiro sucinto e direto, o que é meio caminho andado para não tropeçar em furos na trama; conveniente porque sabe se utilizar do que já foi posto à prova (e funcionou) em 300 ou em Fúria de Titãs (o remake). O que move a grande maioria das personagens é a revanche, o desejo de retaliação, algo muito fácil de se entender em uma batalha.

A fotografia, à la 300, funciona bem; as cenas noturnas abusam das tochas como iluminação (quando não é a Lua). As lutas são bem coordenadas, sendo destaques o primeiro encontro de Teseu e Hyperion e o embate com o Minotauro, que é bem interessante. O efeito por trás do arco de Épiro é simples, mas bem executado, o que não se pode dizer das aparições dos deuses. Nesses momentos, a impressão é a de que o orçamento já estava estourado, rs. Mas nada que desabone o bom filme do diretor indiano Tarsem Singh (de A Cela e do vindouro Espelho, Espelho meu).

Henry Cavill (o novo Superman em Man of Steel, de Zack Snyder) vive Teseu e impressiona positivamente, com uma atuação segura e desinibida, demonstrando não sentir o peso do papel principal. Freida Pinto, como uma oráculo, também tem uma atuação burocrática. Rourke que pesa um pouco a mão em seu vilão, tornando-se caricato e, por vezes, galhofa.

Divertido e rápido, com um tom de urgência desde seu início (talvez, por isso, peque um pouco no desenvolvimento de seus personagens), muito indicado para todas as idades. Aventura típica das férias e uma boa pedida para os cinemas.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Direto da Telona: Missão: Impossível 4 - Protocolo Fantasma

Lá se vão 15 anos desde que Tom Cruise incorporou o agente secreto Ethan Hunt no filme de sucesso de 1996 "Missão Impossível", trazendo para a tela grande um seriado homônimo de igual sucesso na TV, mas claro, com efeitos e cenas que ficaram na memória de todo apreciador de um bom filme - a cena do aquário explodindo ou a célebre cena de equilíbrio no cabo na sede da IMF.

Apesar da fórmula um pouco batida nos dois filmes seguintes, o terceiro filme da série, dirigido por JJ Abrams (criador de LOST), trouxe ainda mais ação e sequências igualmente memoráveis à série.

Mesmo com sangue novo na direção, os filmes dos agentes da IMF (Impossible Mission Force) não escapavam das aguardadas cenas do agente Ethan Hunt fazendo alguma peripécia em algum arranha-céu do mundo. A incredulidade quanto à veracidade do feito, sempre foi motivo de especulação e zombaria entre os espectadores dos filmes M:I.



Mas eis aí o grande trunfo da série. Apesar de alguns comentários como: "Isso é impossível!", acredito que nesse momento o filme alcança o seu objetivo! É claro que é impossível!! A missão em si é impossível!! O absurdo é esperado - e entramos no cinema torcendo pra que esteja lá!

As duas horas e treze minutos de filmes são intensas e feitas justamente para diversão, afinal, realidade é para ser vista em documentários ou nos jornais sensacionalistas de algumas emissoras de TV.

Já na abertura do filme, com a tradicional música que os filmes herdaram do seriado de TV, temos um prólogo bem interessante de tudo que veremos no filme. Diria que foi ousado por parte do diretor (Brad Bird, das animações "Os Incríveis" e "Ratatouille") colocar os elementos que são vistos nos créditos iniciais.

A história da nova missão do agente Ethan Hunt concentra-se em impedir que os códigos de lançamento das armas atômicas russas caiam nas mãos de um cientista que acredita na destruição do mundo atual para uma reconstrução com novos padrões de justiça, igualdade e paz! (?)


Para isso, Ethan contará com dois novos membros na equipe - Brandt (Jeremy Renner - indicado ao Oscar por "Guerra ao Terror") e a sensual morena Jane (Paula Patton - do filme "Preciosa" e "Espelhos do Medo") além de Benji (o engraçado inglês Simon Pegg) que apareceu em M:I III e volta nesse filme como um novo agente de campo e também ajuda na via cômica do filme.

Ethan e Jane em Bombaim

Interessante a retomada do tema "Guerra Fria" , opondo Russia e EUA, pois apesar das relações aparentemente cordiais entre os dois países, sempre se vê notícias de estranhamento entre as duas potências nucleares que detém mais de 30 mil ogivas nucleares!!

Depois de uma improvável invasão do Kremlin em Moscou, temos novamente o agente enfrentando as alturas - dessa vez no maior prédio do mundo, o Burj Khalifa, em Dubai - numa sequência espetacular de fazer grudar na cadeira e torcer pra que tudo dê certo! Ainda temos cenas em Budapeste e Bombaim, na Índia, mostrando a preocupação dos produtores com a internacionalização e que o filme não fique restrito à um cenário. Até sobra algumas cenas no Estados Unidos!

Ethan atacando de alpinista no prédio mais alto do mundo

Missão: Impossível 4 - Protocolo Fantasma (o numeral 4 não existe no título original - Mission: Impossible - Ghost Protocol) é diversão garantida e é ALTAMENTE RECOMENDÁVEL que se assista ao filme na sala IMAX!! O filme tem quase 30 minutos de cenas filmadas com a câmara especial para o formato e não há como negar a qualidade de imagem e audio que essa sala proporciona! É uma experiência e tanto para os amantes da sétima arte!

Para nós mortais, resta esperar ansiosamente a próxima aventura do agente Ethan Hunt que provará que a impossibilidade fica apenas no campo da realidade!




segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Direto da Telona: Gato de Botas


Quando lançado em 2001, a animação "Shrek", da até então pouco empolgante divisão de animação da DreamWorks, fez um estrondoso sucesso por todo o mundo e tirou o primeiro Oscar de longa de animação da história da Pixar com seu "Monstros S/A". Três anos depois veio a divertida continuação que brincou não apenas com os personagens dos contos de fada, mas com a estrutura dos contos de fada sem precisar escrachá-la como no primeiro. E nessa continuação veio a garantia de sobrevida da franquia nos cinemas: o Gato de Botas. Com a voz hispânica e sensual de Antônio Banderas, o personagem tinha tanto ou mais personalidade que qualquer um dos protagonistas, e conquistou o público e crítica com as cenas dos grandes olhos pedintes de gato. Como o personagem cai de paraquedas na trama, sem revelar sua origem clássica e conhecida, era uma questão de tempo que ele ganhasse um filme solo.

O que ninguém esperava era que o seu longa-metragem solo tivesse tanta personalidade. Sem usar os truques de paródia dos filmes do ogro verde, o filme do felino se aproxima mais dos clássicos westerns. E aí ganha qualidade. Com roteiro parecido o primeiro "Carros" da Pixar fez um razoável sucesso que garantiu uma muito inferior continuação. É a velha (e infalível) história do forasteiro que apesar do bom coração vai ter que reavaliar suas más ações, e quando parece tudo bem, será mal interpretado e terá de provar seu valor a (quase) todo custo.
Oh Coitado!

Na trama, o Gato está atrás dos feijões mágicos em posse de Jack e Jill (Billy Bob Thornton e Amy Sedaris) que o levarão ao castelo do gigante onde está a Gansa dos Ovos de Ouro. Atrapalhando seus planos aparece a gata Kitty (Salma Hayek), e por fim o parceiro dela Humpty Dumpty (Zach Galifianakis, de "Se Beber, Não Case"), que têm o mesmo objetivo. O Gato não aceita a parceria, e aí o filme ganha novo fôlego com o longo e ótimo flashback da origem do Gato e sua amizade (e por fim inimizade) com Humpty, que é essencialmente um ovo que anda e fala. E a aventura está apenas começando, pois o Gato terá de enfrentar seu passado, e resolvê-lo para sempre, e assim se tornar o felino que conhecemos na franquia do ogro verde.

Humpty Dumpty
A excelência em contar a história, e principalmente na qualidade da animação e do 3D garantiram boas cifras, críticas e indicações a prêmios importantes. Mas não deixa de ser estranho o uso de referências tão diferentes dos filmes do Shrek, pois Jack, Jill e o ovo Humpty Dumpty são personagens conhecidos por antigas canções de ninar em língua inglesa, e mesmo assim sem grande visibilidade por não terem uma história definida como a dos contos de fada. Humpty Dumpty, por exemplo, é citado por Lewis Carroll  em Alice Através do Espelho, continuação de Alice no País das Maravilhas. 
Estranho sim, mas muito positivo ao usar personagens pouco conhecidos num propósito mais original.
E não deixe de prestar atenção na ótima trilha sonora de Henry Jackman, com duas faixas compostas pelo casal Rodrigo y Gabriela, que arrasam nas cordas.

Era uma vez.... Hollywood!

A notória falta de criatividade de Hollywood já virou clichê, mas eis que ela sempre nos surpreende. Estamos acostumados a assistir contos de fada e histórias infantis adaptados em longas animados desde que a Disney é Disney, e o último que vimos desenterrar histórias muito antigas foi o longa solo do "Gato de Botas" feito pela DreamWorks, que usou o conto do próprio gato, do João e o Pé de Feijão e do nada famoso por aqui Humpty Dumpty.

Mas em 2012 teremos uma avalanche de contos de fada adaptados para o público adulto, se considerarmos que a idéia seria absurda há alguns anos atrás. No final do parágrafo de cada filme ou série você poderá clicar na palavra trailer, e tirar suas próprias conclusões com o vídeo.

Espelho, Espelho Meu
O primeiro que veremos será "Espelho, Espelho Meu", um misto de comédia e aventura que traz uma Julia Roberts irônica como a Rainha Má, e a sem graça Lily Collins como a Branca de Neve, mas o visual incrível do diretor indiano Tarsem Singh ("A Cela" e o recente "Imortais") pode salvar o filme. TRAILER
Apesar de ainda não ter nenhuma divulgação, provavelmente tendo o lançamento adiado teremos "João & Maria: Caçadores de Bruxas" com Jeremy Renner ("Missão: Impossível 4") e Gemma Arterton ("Príncipe da Pérsia") como os protagonistas virando caçadores de bruxas anos após seu sequestro.
No meio do ano teremos Kristen Stewart ("Saga Crepúsculo") como uma Branca de Neve guerreando ao lado do caçador vivido pelo Thor Chris Hemsworth contra o exército da Rainha Ravenna de Charlize Theron no épico violento "Branca de Neve & o Caçador". TRAILER
Branca de Neve & o Caçador
E o diretor Bryan Singer dos primeiros X-Men transforma num épico medieval cheio de efeitos visuais a história de João e o Pé de Feijão, que deve se chamar "João, o Matador de Gigantes". TRAILER
E ainda tem uma versão policial bem obscura de Peter Pan chamada apenas de "Pan", onde o garoto que voa é na verdade um serial killer caçado pelo policial vivido por Sean Bean ("Senhor dos Anéis") chamado de Gancho.
João, o Matador de Gigantes
Na lista dos super independentes temos uma versão bastante provocativa e contemporânea da "Bela Adormecida", onde a "princesa" vivida por Emily Browning ("Sucker Punch - Mundo Surreal") é na verdade uma prostituta que trabalha inconsciente, ou seja, o cliente faz o que quiser enquanto ela dorme. O filme é produzido por Jane Campion de "O Piano". TRAILER
E a França também produz uma versão bastante estilizada, bonita e pervertida da Bela Adormecida, num filme feito para tv, mas que rodou festivais, da polêmica diretora Catherine Breillat. TRAILER

Neverland
A lista não termina de crescer se contarmos que em 2013 ainda temos confirmados "Oz,  o Grande e Poderoso" com James Franco, Mila Kunis, Michelle Williams e Rachel Weisz dirigidos por Sam Raimi, da trilogia do Homem-Aranha.
A versão em carne e osso da "Bela e a Fera" que a Disney prepara estrelado por Emma Watson, a Hermione da saga Harry Potter.
E muitos outros projetos que ainda não passam de projetos.

Na TV a onda também chegou e já em 2011 estrearam a elogiada minissérie "Neverland", que mostra como Peter Pan e Capitão Gancho foram parar na Terra do Nunca.
A série "Grimm" mostra um policial que tem o dom de ver criaturas sobrenaturaisobviamente todos voltados pro universo criado pelos Irmãos Grimm. TRAILER
Once Upon a Time
Mais sucesso teve a série "Once Upon A Time" onde a atriz Jennifer Morrison ("House") vive uma mulher que pode (ou não) salvar uma cidade de uma maldição que prende personagens de contos de fada como pessoas ordinárias numa guerra entre o bem e o mal que está prestes a começar. Ou algo assim. TRAILER

Ou seja, nada se cria, tudo se copia, se reinventa, e assim por diante.


Direto da Telona: Gigantes de Aço

Num primeiro momento, a impressão é que o sucesso da cinessérie "Transformers" fez os caras da DreamWorks e o próprio Steven Spielberg tentarem buscar uma nova cinessérie com robôs grandalhões, mas acredite: "Gigantes de Aço" é muito mais que isso, e aparentemente teve apenas a mão técnica de Spielberg, e nada da sua (pouca e catastrófica) criatividade.

"Gigantes de Aço" se passa no não tão longe 2020 (por uma boa razão estética), quando as lutas físicas entre humanos foram banidas em prol de mais violência, substituídas então por robôs se degladiando até a destruição em lutas oficiais cheias de regras ou rinhas clandestinas. O sempre ótimo Hugh Jackman traz humanidade a Charlie Kenton, um ex-lutador que hoje tem sérios problemas em manter inteiros os robôs que controla em lutas clandestinas, e passa a dever dinheiro pra muita gente. Sua situação poderia piorar quando ele recebe a notícia que sua ex-namorada faleceu, e que ele é o responsável legal pelo filho Max que tiveram juntos, se ele não fosse frio o suficiente pra vender o filho aos seus cunhados. Mas por uma manobra até bacana do roteiro ele precisa ficar algum tempo com o filho, mesmo que para Charlie os robôs sejam mais importantes que humanos. E o título original "Aço de Verdade" não diz apenas dos robôs, mas também do coração inicialmente resistente, mas também forte do protagonista.

o romantismo está garantido com Evangeline Lilly
Até aí o filme parece bem clichê, se Max (Dakota Goyo) não fosse maluco por robôs como o pai, teimoso como pai, e um fã desse pai que nunca viu. A relação entre pai e filho é p grande tema do filme e rende cenas dramáticas densas, divertidas e o move pra frente. A química entre Jackman e o ótimo Dakota Goyo é positiva pra um filme que poderia perder exatamente por essa relação, e confesso ter chorado ao final por conta disso. E a parte dos robôs, igualmente essencial, é a mais surpreendente, pois não coloca os robôs no mesmo patamar dos humanos e não ocupa a trama com desnecessárias cenas de ação, como acontece em "Transformers".

Rockem Sockem Robots
O filme cita o Brasil em diversos momentos como o último reduto das lutas humanas, inclusive citando a família Grace! Mas também sugere aquele famoso brinquedo dos anos 80 onde dois robôs lutavam num ringue, e faz algumas menções à cinessérie "Rocky".

Mas esqueça Steven Spielberg! O mérito do filme é em grande parte de Shawn Levy, diretor dos dois "Uma noite no Museu", ele viu neste longa uma oportunidade de mostrar que não é apenas um diretor de contratos comerciais, e que tem muitas idéias. Toda a composição visual e a direção dos atores mostra que Levy tem capacidade pra grandes trabalhos dramáticos, principalmente pelo fato do filme praticamente não ter nenhuma cena de ação. Todas as cenas movimentadas são curtas e nos levam de volta aos personagens. As cenas de boxe dos robôs são apenas cenas de boxe, ou seja, nada que você não tenha visto em filmes como "Menina de Ouro", e sim, apesar de serem robôs as cenas são comparáveis dramaticamente.

Uma das ironias do filme é ser um filme "futurista" e mostrar uma tecnologia que já temos e conhecemos hoje. Só não temos hoje os robôs mostrados no longa porque não precisamos deles, mas a tecnologia de comando por voz e efeito sombra estão presentes no iPhone da Apple e no Kinect da Microsoft respectivamente.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Direto da Telona: NOITE DE ANO NOVO


A experiência de ir ao cinema é algo muito particular. Da mesma forma que tenho minhas preferências, sei que cada pessoa recorre a sétima arte por motivos e com intenções diferentes. Informar-se sobre o que se pretende assistir é uma forma de não se frustrar. NOITE DE ANO NOVO (New Year's Eve, EUA, 2011) não é o filme do ano, mas diverte naquilo que se propõe.

Gary Marshall (diretor) repete a parceria com Katherine Fugate (roteirista) e volta a contar uma história que envolve várias pequenas tramas. Como em IDAS E VINDAS DO AMOR, temos um emaranhado de personagens vivendo suas vidas no contexto de uma data comemorativa: antes era o dia dos namorados; agora, a virada de 2011 para 2012.

Repetesse a fórmula: temos um grande elenco, contando com Hilary Swank, Halle Berry, Jessica Biel, Abigail Breslin, Lea Michele, Ludacris, Robert De Niro, Sofía Vergara, Josh Duhamel, Zac Efron, Katherine Heigl, Ashton Kutcher, Sarah Jessica Parker, Michelle Pfeiffer e até Jon Bon Jovi. Em meio a músicas, elevadores, hospitais e bolas de natal, temos uma mulher em crise, querendo cumprir suas resoluções do ano passado; um doente terminal querendo revisitar uma tradição familiar; a organizadora de um evento fazendo de tudo para que o mesmo aconteça; a tentativa de volta a um velho romance, enquanto outro se esforça para surgir; e até a simplicidade de um beijo adolescente no momento da virada.

São histórias simples, talvez bobas, que por vezes perdem sua carga, dramática ou cômica, por algumas escolhas do roteiro; mas ainda assim, você sai da sala de cinema com uma sensação calorosa, acolhedora, própria dessa época do ano. É fato que o tempo em cena ou mesmo a superficialidade das personagens acabam podando o trabalho de grandes atores, mas alguns momentos bem construídos valem o ingresso para essa "Sessão da Tarde" de final de ano.

Comova-se com o belo arco de Halle Berry ou deseje junto a Abigail Breslin; Sofra as dores do parto com Jessica Biel ou cante com Lea Michele e Bon Jovi; visite Bali com Michelle Pfeiffer ou procure por alguém em Times Square com Sarah Jessica Parker; e, caso essas cenas não funcionem para você, há sempre espaço para boas risadas com a bela Sofia Vergara.

Boas Festas!!!!

sábado, 29 de outubro de 2011

BATMAN, o multimídia!


Não há nenhuma novidade em afirmar que Batman intriga e inspira a muitos leitores de HQs. Entretanto, desde a sua criação em 1939, em uma parceria de Bob Kane e Bill Finger, o personagem estendeu sua capa e capuz por quase todas as mídias existentes. Filmes, desenhos, videogames, em tudo podemos encontrar uma incursão do homem-morcego.

A nova safra de filmes, sob a batuta de Chris Nolan, trouxeram uma leitura mais "realista" para o herói, tendo a coragem de abordá-lo com uma visão mais adulta, com seus fantasmas e sua dualidade claramente definida na tela. A pergunta fica evidente: estamos diante de um milionário que brinca de vigilante ou um vigilante que se disfarça de playboy? Além disso, a galeria de vilões do detetive foi melhor explorada, trazendo um Espantalho (que remete aos pesadelos do passado de Bruce) e um Coringa insano (mas consciente de que ele e Batman são os dois lados de uma mesma moeda). A transformação de Harvey "Duas-Caras" Dent traz, novamente, a dualidade à tona. "Ou você morre como herói, ou vive o bastante para se tornar um vilão".

Nos games, na esteira de Arkham Asylum, acaba de ser lançado Arkham City. É o tipo de jogo que dá gosto de jogar. Como Heavy Rain, Uncharted e God of War (entre outros), uma equipe criativa, preocupada em, antes de mais nada, contar uma boa história, se envolve no projeto, criando algo digno do capuz com orelhas de morcego. Ainda não terminei o jogo, mas é uma experiência fantástica. Tudo que o primeiro já tinha de bom foi amplificado. Diversão garantida (e possibilidade de jogar com a Mulher-Gato).

Também lançada recentemente, temos a animação Batman: Ano Um, elogiadíssima. Baseada em uma das mais célebres HQs do homem-morcego, é o conto com uma visão revolucionária de Frank Miller sobre a origem de Batman. Vale a pena conferir.

E tudo isso só faz aumentar a expectativa para THE DARK KNIGHT RISES, parte final da trilogia de Nolan. Desta vez, Mulher-Gato e Bane cruzam o caminho do herói. O diretor e sua equipe parecem entender bem a importância de Gotham City, como berço propício para o surgimento de tantos personagens extraordinários e incomuns. Espero muito desse filme. O teaser cumpriu o seu dever: fui fisgado!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Direto da Telona: CONTÁGIO


DIA 2.

É assim que começa o filme CONTÁGIO (Contagion - EUA, 2011). Seguem-se alguns minutos de puro cinema: sem fazer uso de diálogos, somente com belos enquadramentos e uma longa sequência de imagens, tomamos contato com a evolução de uma doença, evidenciando aqui a forma como esta se propaga. Uma verdadeira aula para alguns diretores/roteiristas que acham que precisam "mastigar" cada aspecto da película, esquecendo-se de que cinema é imagem.

O roteiro de Scott Z. Burns nos apresenta o avanço de uma epidemia que toma amplitude global. Sim, mais um filme que enfoca catástrofes, mas diferentemente da maioria dos filmes, busca elucidar a reação das pessoas ante o possível "fim dos tempos". Em close-ups muito espirituosos e bem sacados (como a utilização de um retrovisor para mostrar os olhos de determinado personagem frente a uma multidão enfurecida/desesperada) são captadas as emoções, levando-nos a uma experiência extremamente real, algo ressaltado pelo caratér documental de alguns momentos e pela fotografia quente, passando uma sensação abafada e desagradável.

O diretor Steven Soderbergh, aliado a uma ótima montagem (Stephen Mirrione) e uma bela trilha sonora (Cliff Martinez), cria um ritmo de urgência, conseguindo unir bem todas as linhas narrativas, muito bem representadas por um elenco de primeira (Matt Damon, Marion Coitllard, Lawrence Fishburne, Kate Winslet, entre outros). Não são necessárias muitas explicações sobre as vidas de cada um, mas sim o que os une nesse momento. Novamente, sem necessitar de muitos diálogos, o uso de imagens transporta para a telona quem são cada um dos personagens.

CONTÁGIO também traz à tona algumas discussões interessantes, como o uso da internet como fonte disseminadora de informação e a ética envolvida nisso. Ética também é lembrada quando se faz necessário decidir o momento certo de divulgar informações para a população. Enfim, vemos mais uma vez como as situações podem modificar as pessoas. E aí, as emoções começam efetivamente a aflorar.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Direto da Telona: Melancolia

Segundo a Wikipedia, a melancolia é um estado psíquico de depressão sem causa específica, que se caracteriza pela falta de entusiasmo e predisposição para atividades em geral. Neste último trabalho do polêmico diretor dinamarquês Lars Von Trier também é o nome de um planeta que de uma hora pra outra sai de trás do Sol numa rota de colisão com a Terra. Toda a metáfora do apocalipse é pertinente à trama e relacionamento das irmãs Justine e Claire, respectivamente interpretadas por Kirsten Dunst e Charlotte Gainsbourg.

O filme é dividido em duas partes, cada parte para cada irmã, ou para um planeta, ou para um tipo de melancolia. Na primeira parte, Justine está indo para sua festa de casamento com Michael (Alexander Skargaard), na enorme casa de campo de sua irmã e seu milionário cunhado John (Kiefer Sutherland, ótimo). Tudo parece perfeito, até que o atraso do casal em chegar à festa revela um certo receio da família em relação ao comportamento de Justine. Logo saberemos que ela finge deprimentemente a felicidade da cerimônia. Seu chefe (Stellan Skargaad), seu pai (John Hurt) e sua mãe (Charlotte Rampling) não ajudam em deixá-la melhor, revelando algum motivo de sua infelicidade. Nada acaba bem neste ato, que mais parecido com os conceitos cinematográficos do diretor durante o manifesto Dogma de 1995 recebeu as principais críticas negativas da impresnsa. Eu gostei de acompanhar essa tragédia de família, onde a câmera parece boba em meio aos convidados, sendo alguns muito caricatos, pois me transmitiu a inquietação de Justine.
melancólica ao extremo

O segundo ato começa com Justine no limite de suas capacidades, e Claire deve administrar a irmã, o marido, o filho, e um possível apocalipse. Muito diferente do primeiro ato, aqui não acompanhamos costumes familiares, e sim um tenso suspense sobre o que pode vir a acontecer: um assassinato? um tapa? a colisão do planeta? É um ato mais interno, com menos tramas, mas sem dúvida cinematograficamente mais rico, onde as coisas acontecem com leveza e sem necessidade de explicações. Mal comparando, me lembrou mais filmes apocaliptícos de Hollywood como "Independence Day", "2012" e até mesmo "Transformers", o que para mim pode soar apelativo. Foge um pouco as regras do diretor, mas demonstra seu talento em outra seara.

O filme deu merecidamente a Kirsten Dunst a Palma de Ouro de Melhor Atriz no Festival de Cannes, e mostra que a atriz, após uma temporada com o Homem Aranha e alguns escândalos, está disposta a voltar aos velhos tempos em que se mostrou uma atriz madura em Gostosa Loucura. E ainda traz a nova parceria do diretor com a atriz e cantora Charlotte Gainsbourg, depois dela ter ganhado o mesmo prêmio de Kirsten em 2009 pelo polêmico Anticristo.

à espera do fim
Maior que as qualidades do filme foi a bagunça que o diretor fez numa entrevista coletiva em Cannes, quando fez uma brincadeira de mau gosto envolvendo sua família e uma falsa orgulhosa origem nazista. A repercussão foi tão ruim que o diretor foi proibido de pisar no Festival novamente, mesmo que ganhasse o prêmio de melhor diretor. Para se defender, o diretor avisou que estava passando por um período de abstinência alcoólica, mas o circo já estava armado. Provavelmente o diretor se tornou o próprio AntiCristo do cinema (e da imprensa especializada), pois sua filmografia inclui filmes muito experimentais e polêmicos, como Dogville, Dançando no Escuro e Os Idiotas que para o bem ou para o mal fizeram história e escola.

domingo, 16 de outubro de 2011

Direto da Telona: A Hora do Espanto (2011)

Hollywood sempre renovou filmes baseados em obras literárias, mas de uns tempos pra cá, estão atualizando filmes mais recentes, e que nem mesmo tenham tido algum êxito maior. É o caso dos filmes dos anos 80, geralmente comédias adolescentes e filmes de horror. Na lista destes remakes de horror já estão "Sexta-feira 13", "Hora do Pesadelo" e até mesmo "Halloween", que talvez seja o "pai"do gênero.

Agora é a vez de "A Hora do Espanto"(Fright Night, 2011), no qual o original de 1985 foi dirigido por Tom Holland, que poucos anos depois faria Brinquedo Assassino. O original contava a história do adolescente Charlie que começa a desconfiar que seu charmoso vizinho é um vampiro, que está fazendo uma verdadeira carnificina no bairro, e pede ajuda a Peter Vincent, um velho apresentador de um decadente programa de horror. A nova versão é dirigida por Craig Gillespie, diretor de comerciais que fez seu debut no elogiado A Garota Ideal, e é um dos criadores e diretores da série United States of Tara. O elenco deste remake também traz melhorias significativas, trazendo atores já consagrados como Colin Farrell como o vampirão Jerry, Toni Collette (não por acaso protagonista de United States of Tara) como a mãe de Charlie, e Anton Yelchin (de Star Trek e Exterminador do Futuro: A Salvação) como o protagonista Charlie.

Peter Vincent e Charlie no original
Os principais elementos do filme original estão neste remake, mas há atualizações importantes. O vampiro no original tinha um "escravo" aparentemente humano, que em tempos de "True Blood" não caberia na nova versão, pois a margem para interpretações homoeróticas seria enorme. Os vampiros do original se transformavam em morcegos e lobos, e em tempos de "Crepúsculo" os vampiros são apenas vampiros humanóides com algumas capacidades elevadas, e um limite físico um tanto quanto monstruoso. Outra grande alteração é o do apresentador caça-vampiros Peter Vincente, que deixou de ser o decadente idoso para ser um jovem e famoso ilusionista de Las Vegas, que não é tão charlatão quanto parece em relação a sua fama de caça-vampiros. Entre outros detalhes bem adaptados.


mãe e filho em apuros
Colin Farrell, que foi convidado para o papel após a morte de Heath Ledger, parece se divertir em fazer o vilão noturno, e troca o charme socialmente formal de Chris Sarandon (que faz uma participação irônica no filme) por um sedutor charme de mecânico, que o torna sexual o suficiente pra sustentar a trama com a namorada do personagem Charlie. E outro bônus é o primeiro grande trabalho estadunidense de David Tennant como o caça-vampiros, que deixou a série britânica Dr. Who pra ter um lugar na calçada da fama de Hollywood. E claro que o jovem ator Chistopher Mintz-Plasse (O McLovin de SuperBad), aqui num personagem importante inédito em relação ao original se mostra em evolução e merece, ao menos, o meu respeito e ingresso.

O diretor mostra talento ao criar longas e interessantes tomadas de suspense, sem precisar usar muitos efeitos visuais ou até mesmo especiais (com excessão do sensacional plano sequência no carro).  Do momento que Charlie entra na casa do vampiro Jerry, a câmera o segue tensa por vários minutos sem fazer cortes bruscos, terminando toda a sequência novamente fora da casa, o que favorece o 3D utilizado no filme. Aprenda, Michael Bay!



quarta-feira, 14 de setembro de 2011

PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM


Quando, em 1963, o autor francês Pierre Boulle lançou o seu "Planeta dos Macacos", livro em que criticava a sociedade européia de forma disfarçada, os tempos eram outros. Enquanto os livros de hoje muitas vezes já são lançados com contratos prevendo a transposição para as telas dos cinemas, os de antigamente só eram içados a tal patamar quando alcançavam efetivamente sucesso no ramo literário. E esse foi o caso da história onde os símios eram a raça dominante de um planeta, que foi transposta cinco anos depois com Charlton Heston liderando o elenco.

Dirigido por Franklin Shaffner, o filme foi recebido pela crítica como um discurso sobre a Guerra Fria, que ocorria entre as potências do momento. O filme tornou-se clássico ao longo dos tempos, angariando um séquito digno de Star Wars ou Star Trek. Não assisti ao original, muito menos as suas continuações. Tudo o que conhecia provinha de leituras sobre cinema até 2001, quando Tim Burton decidiu fazer o remake do primeiro filme. E não foi tão feliz...

A história era basicamente a mesma, os efeitos eram melhores, entretanto o roteiro falhava em inserir os espectadores no ambiente da história. É óbvio que o cenário é bem ficcional, mas ainda assim quando estamos no cinema esperamos que o filme nos leve a passear e conhecer um novo universo, e não me senti efetivamente inserido naquele mundo onde os macacos dominavam. Dessa forma, quando o prequel foi anunciado, a falta de publicidade não me incomodou. Esse seria um filme que assistiria em um dia em que sobrasse um tempo. E que bom ter tido pouca informação: a experiência tornou-se muito mais interessante!

PLANETA DOS MACACOS - A ORIGEM (Rise of the Planet of the Apes, 2011) nos apresenta à empresa GEN-SYS, onde os cientistas fazem ciência e os acionistas fazem dinheiro! Will Rodman (James Franco) busca incessantemente a cura para o Mal de Alzheimer, que aflige seu pai (John Lithgow, numa atuação no tom certo). Após um acidente no laboratório, Will leva para casa um filhote, César, que começa a demonstrar uma capacidade cognitiva que se desenvolve de forma surpreendente. O jovem cientista vê no pequeno macaco a possível salvação para o seu pai.


O roteiro, ao trazer os macacos para o "nosso" planeta, nos aproxima da história. Além disso, a busca por uma cura que todos desejamos na atualidade (e que vemos cada vez mais possível, através de alguns avanços da tecnologia de hoje) alcança sucesso onde o filme de Tim Burton falhou: a imersão ocorre de forma orgânica e evolui de forma harmoniosa.

O show promovido pela Weta Digital e pelo ator Andy Serkys se desenrola brilhantemente na tela. Aliás, não só César (Serkys), mas todos os símios são críveis. É uma contenda interessante: nosso senso nos diz que aquilo é inviável, mas nossa porção crível quer aceitar, a cada instante, que aquela "Revolução da Macacada" está realmente se formando. E, aqueles que conhecem a história do filme original, já esperam por um final anunciado.


Franco (que para mim não possuí uma presença de tela muito efetiva) atua de forma consistente e até mesmo os coadjuvantes de luxo Brian Cox e Tom Felton acrescentam de forma simples algo mais ao enredo que, sem dúvida nenhuma se centra em César. Sem diálogos (somente com uma pequena cena de "linguagem dos sinais", rs) os realizadores (direção de Rupert Wyatt e roteiro de Rick Jaffa e Amanda Silver) conseguem imprimir o tom de cada acontecimento dentro do centro de controle de animais a contento. As cenas de ação envolvendo os macacos também são vibrantes. A batalha na ponte Golden Gate é empolgante e arrojada, mostrando uma organização militar do símio típica do antigo imperador romano, que lhe empresta o nome.

A película possui alguns pequenos deslizes de roteiro (como uma personagem símia que, aparentemente, acabou cortada da versão final, mas que sobreviveu em algumas cenas), mas nada que incomode. A cena supracitada com a utilização da linguagem dos sinais é compreensível do ponto de vista do roteiro, mas estraga um pouco aquela característica crível de que falei.


Existem diversas citações (ou Easter eggs) inseridos ao longo do filme, mas confesso que não os percebi por completo por não ter assistido ao original ou ter lido o livro. Mas deve ser divertido, para os iniciados na saga, notar esses detalhes.

O filme diverte e, mesmo apostando em alguns clichês, consegue surpreender. Os créditos finais são excepcionais e guardam uma pequena cena que completa a obra de forma coerente, ligando-a de forma efetiva aos demais filmes e abrindo as portas para uma possível sequência. Sem falar que, ao melhor estilo Star Trek, reinventa de certa forma um universo que pode prosperar ainda.

Ótimo entretenimento, esse filme tem sido muito elogiado ao redor do mundo. E por puro merecimento. Como já se dizia antigamente, a César o que é de César...


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

HQ: PROJETO MARVELS - O NASCIMENTO DOS SUPER-HERÓIS





"É um épico de espionagem moderno sobre os primeiros dias do Universo MARVEL, apresentando aquela época em uma grande história, o que nunca foi feito antes."

Com essa frase Ed Brubaker descreveu, na New York Comic Con em 2009, um dos grandes lançamentos da Casa das Ideias em seu aniversário de 70 anos: PROJETO MARVELS (The Marvels Projects - 2009). A minissérie, dividida em 8 edições, contou com os roteiros do próprio Brubaker e desenhos de Steve Epting, equipe responsável por uma grande fase na HQ do Capitão América. E é interessante notar a semelhança no tom da HQ e do filme do Bandeiroso, ainda nos cinemas.


A trama se passa nos anos 40 e claramente procura juntar, em uma única história, os vários pedaços soltos das origens de heróis no Universo MARVEL. É fato que podemos encontrar muito material na série OS INVASORES, em vários flashbacks na série OS VINGADORES e na própria CAPITÃO AMÉRICA e até na incrível MARVELS, mas nada consolidado. E essa é a proposta desta HQ, que é facilmente encontrada, em encadernado único, nas melhores lojas. Legal que as origens foram respeitadas, sem modificar nada no intuito de "melhorar" os arcos.


Tocha Humana, Capitão América, Nick Fury, Namor, todos envolvidos em uma trama durante a Segunda Grande Guerra que enfoca a corrida dos nazistas e dos americanos tentando desenvolver supersoldados. Além desses, personagens da TIMELY COMICS (antigo nome da MARVEL), como o Anjo, um combatente do crime nas ruas da Nova Iorque dos anos 30-40, são mostrados. É ele quem observa e narra todos os acontecimentos, entre espiões, vigilantes assassinados, detetives particulares, atlanteanos e planos nazistas de invasão. Destaque especial para a parte final, onde momentos históricos se misturam ao mundo ficcional, lebrando em muito o final de outro grande filme deste ano, X-MEN: PRIMEIRA CLASSE.





Brubaker faz um ótimo trabalho, revirando muito material antigo da editora e trazendo personagens que estavam no limbo e novas nuances sobre alguns dos principais aspectos do período. A escolha de Epting para a arte era óbvia, não só pela parceria já existente entre os dois mas também pela qualidade do trabalho do mesmo, que pode ser conferido em cada quadrinho deste excepcional encadernado.


Se você procura um material bem escrito ou, ainda, algo que o auxilie no entendimento desse universo e o guie no começo da leitura de HQs, mãos à obra. E tenha uma ótima leitura.